“Tem-se assistido a um sentimento de desmoralização entre aqueles que acreditavam que as forças de mercado e os governos sociais democratas iriam provar que a visão de Marx sobre a distribuição do rendimento estava errada”.
o jovem Marx
O “Público” transcreve um artigo de J. Bradford Long, um articulista do think-thank “Project Syndicate“ que foi secretário de Estado Adjunto do Tesouro norte americano. A situação de crise é tão grave que os próprios ideólogos do sistema já vêm a público rever os esteriotipados preconceitos contra o marxismo:
“A solução apresentada por Martin Wolf, um colunista do Financial Times, não basta, uma vez que o problema não está confinado à alta finança. O problema reside no facto de a ampla falta de competividade do mercado não ter gerado fornecedores alternativos; e de a actual geração de príncipes mercantilistas estar a nivelar por cima as fortunas que exigem pelo seu trabalho.
Para Wolf, o maior receio é que “a combinação da fragilidade do sistema financeiro com as elevadas remunerações que este gera para quem está dentro do sistema possa destruir algo muito importante: a legitimidade política da própria economia de mercado”
“Há cerca de 150 anos Marx vaticinou, num tom sombrio mas exuberante, que o capitalismo moderno seria incapaz de produzir uma distribuição de riqueza em moldes aceitáveis. Esta iria crescer, sem dúvida, mas só estaria ao alcance de uns quantos eleitos. Ou seja, o desemprego e a carência iriam aumentar, desencadeando a revolta e a revolução que, por sua vez, dariam origem a um sistema mais justo e igualitário. O ganha-pão dos economistas “mainstream” consistiu, desde então, na desmontagem da teoria de Marx. O choque inicial da revolução industrial, e consequentes desiquilibrios, estava e está associado à rápida e crescente desigualdade num cenário em que as oportunidades estão essencialmente abertas à iniciativa e agressividade, e em que os preços de mercado, determinados por escassas competências chave, disparam para níveis astronómicos. Isto era, ou supunha-se que fosse, uma situação temporária.(…)
* Minsky moment: "não são só as casas penhoradas, a partir de agora são as instituições financeiras"
* The New Yorker, sobre a Estratégia de Estímulo ao Morto: "a administração Bush quando a semana passada se propôs o novo pacote combinado de incentivos fiscais de biliões, (ainda assim uma gota de água claramente insuficiente para regar um oceano), legará uma herança monstruosa ao próximo Executivo". A saída só poderá ser qualquer coisa de violento
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