Pesquisar neste blogue

sexta-feira, outubro 16, 2009

Trabalho morto, Deslocalização e Luta de classes

Para tentar escapar às reinvindicações das classes trabalhadoras a resposta dos patronatos nacionais no Ocidente tem sido, desde a crise dos anos 70 e da iniciativa de Nixon, a fuga dos investimentos produtivos para locais longínquos onde existe “um enorme exército de reserva de mão de obra” disponível para ser utilizado pelo capitalismo a baixo custo.
Mas as exigências das classes operárias locais voltarão (aos paises exportadores de Capital), desta vez agravadas, sob a forma de reinvindicações em nome de um proletariado global que, com o uso das novas tecnologias da informação adquiriu consciência da sua condição de classe.

"O capital é trabalho morto, o qual, como um vampiro, vive apenas para sugar o trabalho vivo, e quanto mais sobreviver, mais trabalho sugará"
Karl Marx

"Se Karl Marx e V. I. Lenine hoje estivessem vivos, seriam os principais candidatos ao Prémio Nobel de Ciência Económica. Marx previu a miséria crescente dos trabalhadores e Lenine previu a subordinação da produção de bens à acumulação de lucros do capital financeiro com a compra e venda de instrumentos de papel. As suas previsões são de longe superiores aos "modelos de risco" aos quais tem sido atribuído o Prémio Nobel e estão mais próximos da moeda do que as previsões do presidente da Federal Reserve, de secretários do Tesouro dos EUA e de economistas nobelizados tais como Paul Krugman, o qual acredita que mais crédito e mais dívida são a solução para a crise económica.
Na primeira década do século XXI não houve qualquer aumento no rendimento real dos trabalhadores americanos. Houve sim um declínio agudo na sua riqueza. No século XXI os americanos sofreram dois grandes crashes no mercado de acções e a destruição da sua riqueza imobiliária.

Alguns estudos concluíram que os rendimentos reais dos americanos, excepto para a oligarquia financeira dos super ricos, são menores hoje do que na década de 1980 e mesmo da de 1970. Não examinei estes estudos de rendimento familiar para determinar se eles foram enviesados pelo aumento nos divórcios e pela percentagem de famílias monoparentais. Contudo, durante a última década é claro que o salário líquido real declinou. A causa principal deste declínio é a deslocalização (offshoring) de empregos americanos de alto valor acrescentado. Tanto empregos na manufactura como em serviços profissionais, tais como engenharia de software e trabalho com tecnologia de informação, foram relocalizados em países com forças de trabalho grandes e baratas. A aniquilação de empregos da classe média foi disfarçada pelo crescimento na dívida do consumidor. Quando os rendimentos dos americanos cessaram de crescer, a dívida do consumidor expandiu-se para substituir o crescimento do rendimento e manter a procura do consumo em ascensão. Ao contrário de aumentos nos rendimentos do consumidor devidos ao crescimento da produtividade, há um limite para a expansão do endividamento. Quando aquele limite é atingido, a economia cessa de crescer"
(Paul Craig Roberts, no Resistir - ler o resto)
.

Sem comentários: