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domingo, novembro 08, 2009

Allá u Akbar!?

o Império contra ataca – precisamente quando o suporte da opinião pública ameaça vacilar, sendo actualmente o mais baixo de sempre – assim, um extremista Islâmico com ligações a bombistas suicidas disparando indiscriminadamente numa base militar em território nacional dos Estados Unidos, revigora o suporte à “guerra contra o terrorismo e demoniza os opositores como extremistas anti-americanos. O spam seria fiável se não estivesse a ser representado de forma tão perfeita. Talvez um dia se venha a saber qual o grau de veracidade de tudo isto.














Revolta em Fort Hood


depois do hollywoodesco título, antes de mais o sítio. Fort Hood é uma zona militar com 880 quilómetros quadrados, a base militar americana de maior dimensão no mundo. Localiza-se no Texas, entre dois outros símbolos tristemente famosos na iconografia crime-guerrófila yankee: Fort Worth em Dallas e a Waco de outra carnificina perto da Texas Rangers Company.
Fort Hood, onde funciona a “Soldiers Readiness Facility” tem capacidade para albergar 2 divisões e serviços no total de 65 mil pessoas, é o lugar onde é passada revista, feitos exames médicos e dados os últimos preparativos às tropas que são despachadas para missões de combate no estrangeiro. O gigantesco complexo funciona como uma espécie de mercado central de compras, onde em vez de hortaliças, se transacciona carne-para-canhão com qualidade certificada. Exportação de nabos, o centro de controlo nevrálgico da NATO

O suspeito dos disparos teria gritado 'Alla u Akbar!' (Deus é Grande!) antes de começar a disparar. Nascido e criado no estado da Virgínia, Nidal Malik Hasan é filho de imigrantes árabes de uma aldeia próxima de Jerusalém. Sem outras possibilidades de estudar ou de emprego, alistou-se no exército aos 17 anos de idade, formou-se na universidade Virginia Tech e especializou-se em psiquiatria na Universidade de Ciências Médicas do Exército. Foi em Fort Hood que exerceu a função de psiquiatra com o posto de major nos últimos seis anos, aconselhando soldados que voltavam com graves desordens de stress pós-traumático.

O Major Hasan, 39 anos, 22 anos de serviço, começou a manifestar dúvidas (!) quanto à sua permanência no Exército. Segundo a versão difundida dava-se conta disso aos companheiros dizendo que considerava erradas as razões para as intervenções dos Estados Unidos e apoiava a retirada total nos territórios invadidos do Iraque e do Afeganistão. Dizia precisamente que talvez os Árabes se devessem levantar e combater contra o agressor. Passou a ser hostilizado pelo facto de ser muçulmano. Hasan passou meses tentando sair das forças armadas contratando inclusivé um advogado que conseguisse resolver o contrato de trabalho pagando as devidas indemnizações ao empregador com os custos da formação que obtivera, mas tudo se manifestou inviável. Quando Barack Obama foi eleito Hasan, como milhões de americanos, teve esperança que o novo presidente, cumprindo as promessas pusesse fim às duas guerras. Coisa impossível, atendendo à forma como está montado o negócio. Como tal não aconteceu, segundo contou um porta-voz à Time, ele tornou-se um individuo solitário e “estava cada vez mais agitado sobre esses conflitos” Envolvia-se em frequentes questiúnculas em virtude da sua oposição à presença das tropas naqueles teatros de pesadelo. Por fim foi ele próprio mobilizado para o Afeganistão. Mas a verdade pode ser outra diametralmente oposta: dois soldados com distúrbios psicológicos que eram acompanhados pelo dr. Hasan é que dispararam e ele foi ferido ao tentar intervir...

Depois do tiroteio a policia do Exército e agentes do FBI entraram no apartamento de Hasan, na área residencial de Killeen, “à procura de provas e indícios que pudessem ajudar a explicar o porquê da acção”, mas ele esvaziou o apartamento e tinha-se despedido previamente dos vizinhos. Barack Obama, depois de declarar luto nacional numa daquelas acções de folclore com velas e bandeirinhas nas janelas, pediu “alguma contenção no que toca a conclusões precipitadas”. A guerra das religiões está implícita no discurso e as associações de muçulmanos nos Estados Unidos, esperando as habituais retaliações populares racistas, apressaram-se a vir a terreiro “condenar a terrível carnificina

* Dominique Villepin: "É preciso dizer a Barack Obama, que se situa nos antípodas de Bush, um certo número de verdades que ninguém lhes diz. Não há soluções para o Afeganistão que passem por uma movimentação de tropas ou pela força militar", meu dito... meu feito!
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