Saramago, durante o lançamento de Caim em Lisboa, levantou uma ponta do véu sobre o novo livro que já está a escrever: “Porque é que nunca houve uma greve de operários numa fábrica de material de guerra?"
e conta, a titulo exemplificativo, a história de uma bomba que não rebentou durante a guerra civil espanhola. Ao desmontá-la os peritos descobriram um singelo bilhetinho dentro, onde se lia em bom português, decerto escrito por algum operário de indole progressista: “Esta não rebentará!”. Como se sabe Salazar fornecia material de guerra, bombas e explosivos fabricados em Braço de Prata, ao regime fascista de Franco. Não rebentou aquela, mas rebentaram muitas outras... Afinal quando se produz material para alimentar a indústria belicista é de postos de trabalho e de empregos para operários que se trata.Face à extraordinária máquina instalada à sombra do complexo politico industrial militar, é, como pretendem os filósofos do autonomismo, actualmente possivel mudar o mundo sem tomar o Poder?
Uma poderosa canção, a fazer lembrar outras épocas, (a Joan Baez, activista anti-guerra do Vietname) - "Is it for Freedom?", Sarah Thomsen: “quem paga os custos das regalias que procuramos? (…) à medida que morrem inocentes, sentimos-nos carregados de vergonha por todas a vitimas que são sacrificadas em nome do nosso conforto…” E dizem que isto é em nome da Liberdade?
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