Comenta-se o 25 de Novembro, a eleição de Eanes em nome da estabilidade e a estranha posição de Soares que se absteve perante as alternativas PSD/Soares Carneiro e Otelo nas eleições a seguir ao 1º mandato de Eanes. Mas parece que se escapa, na generalidade dos comentários, o essencial: o tradicional negócio das armas fornecidas ao estrangeiro pelas Forças Armadas (p/e no processo Irão Contras) para o qual Ramalho Eanes foi mandatado para accionar todos os cordelinhos. O golpe de 25/N teve a defesa desse lobie como objectivo principal. O Estado que é a Oligarquia Militar dentro de outro Estado (como antes era vox populi no salazarismo), permaneceu incólume e os lugares do generalato com honras e proveitos milionários continua, 34 anos depois, às costas dos contribuintes portugueses.
Porque é que estamos falidos?
"Quero desejar um feliz Acção de Graças para todos os membros das nossas forças armadas (...) Estamos orgulhosos de vós. Estamos em guerra, a nossa economia está a passar de uma profunda recessão para uma recuperação, mas há ainda um longo caminho a percorrer"... Barack Obama
Os males de que padecem os nossos patrões é o mesmo mal que afecta os assalariados. Para um país que é tão focado nos negócios e onde o trabalho é desprezível e pouco conta, as nossas elites não são lá muito boas em aritmética básica
O custo escondido da guerra
Desde o golpe-de-estado-bush 3 triliões de dólares foram deitados pelo cano abaixo. Os Estados Unidos seguem o mesmo trilho afegão da União Soviética a caminho da bancarrota ao pretender manter uma corrida às armas que a economia não pode sustentar. Apenas 20 anos depois, o estado de falência é visivelmente provocado pela falaciosa “guerra ao terrorismo”. E enquanto a orquestra continua a tocar o barco sobrecarregado com o peso da dívida continua a afundar-se. E 3 triliões é realmente um número fantástico que poderia ter resolvido "a Crise". Mas qual é o nosso papel como europeus nisto tudo? Jean-Claude Trichet, o presidente do BCE, deu esta semana em entrevista ao LeMonde uma pista para a questão: "O euro não foi criado para lutar contra o dólar norte-americano ou para o substituir como moeda de reserva internacional". Existe uma sequência lógica, racional e premeditada na criação da "crise": a eleição quase simultânea de Bush e de Barroso, o 11 de Setembro, a criação do Euro e a declaração de guerra ao terrorismo...
Um comandante de alta patente das tropas alemãs no Afeganistão demitiu-se do cargo após manifestar repúdio pelo raid aéreo a tanques de combustivel sequestrados pelos revoltosos taliban em Kunduz que causou dezenas de mortos “civis”. Afinal civis são todos os afegãos abrangidos pelos ataques dos exércitos da Nato, uma vez que não se trata de uma guerra convencional, mas apenas de um pretexto para manter a funcionar o colossal negócio de comércio de armamento que irradia do complexo militar-industrial dos EUA
.
Sem comentários:
Enviar um comentário