o documentário "O Fim da Pobreza?" de Philippe Diaz, depois de fazer a habitual peregrinação vitoriosa pela rota dos festivais em 2008, acaba de estrear em New York. A moral aplicada ao esforço é também a habitual, aplaudir sim, obrigar os notáveis a abrir os bolsos de privilégios não. A pobreza não é um estado natural, tal como a escravatura ou o regime de apartheid. Foram todas situações criadas pelo homem. Aqui se explica como é o actual sistema económico concentraccionário que cria ainda mais pobreza. Se têm medo dos ladrões mexam-se. Tragam o filme para as vossas cidades e debatam-no amplamente em público
Os objectivos de Desenvolvimento do Milénio – que seria reduzir a metade a pobreza e a fome até 2015 – é uma emoção do passado. Os responsáveis das Nações Unidas admitiram mesmo que essa meta tenha que ser adiada para meados dos anos 2040 (quando se fará novo adiamento) O que já levou organizações de ajuda ao desenvolvimento como a Action Aid e a Oxfam a anteciparem o risco da cimeira ser apenas "um desperdício de tempo e dinheiro". Jacques Diouf, director da FAO, durante um (breve) jejum de 24 horas na sede da agência em Roma afirmou "imaginam o impacto no mercado se mil milhões de pessoas [o número dos que sofrem de fome] se tornassem consumidores?". Quer dizer, a FAO desafia as corporações de capitalistas privados a imaginarem mais um nicho de mercado em que as vítimas da fome passariam a ser consumidores. Todos os portugueses, espertos que nem um alho, já tiveram essa mesma ideia: “se cada português me desse 1 cêntimo eu ficava com 10 milhões de cêntimos”, uma soma considerável que me daria um jeitão. A inconveniência está nos custos da recolha, que provavelmente se situaria em 2 cêntimos para recolher cada cêntimo esmifrado
Jacob Burck, 1934
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