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domingo, março 07, 2010

“pensar” o vazio do homem desaparecido na dívida

"O candidato à presidência do PSD, José Pedro Aguiar Branco, acusou hoje o governo socialista de ter colocado o país "nas mãos dos credores internacionais", frisando que a dívida pública "cresceu 1,8 milhões de euros por hora" em 2009"

Usando as novas Tecnologias do Poder, as intenções explicativas dos seus agentes pretendem conduzir-nos à compreensão (nos discursos e das acções implícitas) resultado da convicção dos actores que os seus interesses não são o factor determinante da acção social (1): ao dar conta que a acção prossegue, em geral, um rumo muito sinuoso entre as diversos grupos e interesses que aparecem (e só quem aparece na televisão e nos jornais existe) em situações pseudo dramatizadas onde os objectivos e os efeitos raramente coincidem, em que se é levado a negar a pertinência de uma analítica dos interesses (assumidos pelos agentes da acção) e se considera que “tudo se joga ao nível das necessidades estratégicas agindo sob a coacção de “dispositivos globais” que obedecem a uma estratégia sem sujeito e a necessidades estratégicas que não são propriamente interesses” (Foucault, 1977)

Evidentemente, quando os agentes do poder&oposição se dirigem às massas televisivas e falam em “interesse nacional” é mentira – é mesmo os interesses próprios dos agentes que empregam os fautores do discurso oficial que estão em causa.
Mix-baralhando ainda mais as imagens, quando os deputados de um “país em crise” perdem duas horas e meia a falar com uma alucinada imagem tele-tablóide torna-se ainda mais difícil perceber-se patavina. Ou talvez não... Saldanha Sanches: “o silêncio conivente e envergonhado de Manuel Alegre a respeito da 'Face Oculta' é de uma grande eloquência. Ficamos a saber qual é o PS cujo apoio ele pretende”. Acção de grupo de "desinteresse apartidário", segundo Marinho Pinto: ""O poder judicial está, neste momento, empenhado em derrubar o primeiro-ministro. Alguém tem dúvidas disso?" (fonte)

O endividamento externo de Portugal ultrapassa os 100% do PIB. Uma vez que os portugueses estão a viver regra geral na sua grande maioria cada vez pior, em nome de que lucros e dos interesses de que classe social foi contraída essa dívida? qual o caminho a seguir?

Democracia, Endividamento e Interesse Nacional

93% dos islandeses votaram ontem (2) contra o pagamento da dívida de 3,9 mil milhões de euros, equivalente a dois terços do PIB da Islândia, relativo aos depósitos para compra de acções feitos por 340 mil cidadãos britânicos e holandeses no banco online ‘Icesave" (subsidiário do Landesbanki), que perderam todo o dinheiro investido quando o sistema bancário islandês entrou em colapso no final de 2008. (DN)
Caso a população islandesa em peso não tivesse manifestado a sua indignação e obrigado o governo a fazer o referendo, cada família pagaria 347 Euros por mês durante oito anos, com base na frágil afirmação que cada contribuinte na Islândia, deveria pagar pela falência de um banco privado que estava a fazer negócios além-mar. Ora, por favor!... (Resistir)

(2) "é um precedente perigoso", comentou José Manuel Fernandes no twitter. Se ele o diz é porque os islandeses estão certos
(1) Sobre o Soarismo ler http://5dias.net/2010/03/07/os-combates-de-mario-soares/
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