Isabel Alçada, ainda enquanto responsável pelo Plano Nacional de Leitura, deu uma entrevista ao Jornal de Letras em finais de 2008 onde rezava assim: “Não é uma questão de moda, mas uma convicção profunda de que há um valor social intrínseco nesta actividade de promover a leitura (…) os neurologistas descobriram que a formação das sinapses a quem são lidos livros desde criança é muito mais intensiva do que as que não têm prática de leitura. Isto alerta-nos para a importância enorme da educação (…) Passado um ano e picos, com Alçada já içada a Ministra, ela e a outra senhora que faz capa de hoje no “P” responsáveis pela Educação e Cultura, assistem impávidas à queima de milhares de livros pela maior editora do país.
Do “quero que a Leya se fôda” de Miguel Esteves Cardoso do dia seguinte, até aos ministérios [com um improvável intermezzo pela Feria del Libro de LaCabaña onde se compra um Kaplan de 460 páginas por 1 euro] neste país a impotência para foder o que quer que seja é notória. Isto porque o livro é apenas uma mercadoria como tantas outras que são lançadas na combustão lenta do mercado livre - de onde o Estado extrai receitas. Depois de impresso, mesmo que seja oferecido, cada livro paga 15 por cento ao fisco, ou seja, um belo contributo para a massa inerte dos salários na Corte cultural. Bem faz a ministra, segundo guia da inglesa George Eliot: “neste mundo, são aqueles que aproveitam a oportunidade que têm as oportunidades”. Por mais, Isabel Alçada aproveita bem os tempos livres, publicando ontem mais uma histórinha com o gostoso titulo de marca de classe ideológica “uma aventura em... Pulo do Lobo”; precisamente no mirífico sitio onde o cavaquismo se mandou junto com o país de cabeça para baixo contra um rochedo. Mais uma foda subliminar nas sinapses das crianças…
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