A batalha de meses pela reforma do sistema de saúde de Obama deixa perplexas as mentes que ingenuamente acreditam na bondade do pantanoso “socialismo neoliberal”. A nova oportunidade de acesso universal aos cuidados de saúde nos EUA é fundamentalmente a de captar 49 milhões de novas apólices a efectuar por companhias de seguros privadas.
Numa sociedade livre que vive aprisionada pelo embuste do capitalismo de concentração de monopólios geridos pelo Estado existe escolha??? De acordo com a nova Lei HR 3962, que passou (depois de inúmeras concessões) na Câmara de Representantes pela escassa margem 219 votos contra 212, a opção é entre comprar o seguro obrigatório ou ir para a cadeia. Ora tal “escolha” configura um modelo ditatorial próximo do (para os republicanos vergonhoso) sistema universal gratuito de saúde que vigora em Cuba - nos EUA não será assim, toda a gente tem de pagar o preço das novas facilidades de acesso caso precise de cuidados médicos. A imposição da tirania económica desta “mudança” configura as aspirações dos milhões de eleitores que depositaram a sua esperança na imaculada imagem de Obama? Claro que não!
Mas é isto que passa por ser a reforma dos velhos maus Estados Unidos para os bons Estados Unidos de 2010. Os políticos que importam as virtudes dos hospitais privados não vêm nada de anormal nisto e os media fazem o seu trabalho de silenciar a questão de fundo. A porta voz da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, em conferência de imprensa em Novembro de 2009, admite que para quem se recusar a comprar os seguros de saúde obrigatórios a prisão por cinco anos e coimas de 250 mil dólares (implícitas na Lei) serão penas justamente aplicáveis:
Obama também foi inquirido por Jake Tapper, ao que respondeu “concisamente” qualquer coisa como: “Não estou bem certo que a pergunta que me faz neste momento seja a mais importante”. Uma vez implementado este plano governamental, como outros programas de reanimação da falida economia, o seu custo permanente deverá custar três vezes mais que as previsões anunciadas, qualquer coisa que totaliza mais de 3 triliões de dólares, a acrescentar aos gastos com o défice. Num país em crise o que estará por trás da passagem de mais um balão de soro para tentar reanimar o cadáver com a obrigação dos contribuintes serem obrigados a a comprar seguros de saúde a usar nos hospitais privados??? (como se cada individuo pudesse ser avaliado como um automóvel)
Walter Burien explicou há uns meses, como em todas as outras áreas financeiras (video), um vasto esquema oculto funcionou sobre as acções das companhias de seguros; e de como as agências governamentais em cada cidade, Estado ou pequena comunidade, colaboraram colectivamente na ocultação de triliões de dólares não inscritos nos livros de contabilidade inflacionando de forma fictícia o volume de negócios e o valor em bolsa das seguradoras. Depois rebentou. Quais serão agora os investimentos favoritos dos governos ao serviço das empresas para reabilitar os escombros? Investir com o aval do Estado que assegura as receitas, em companhias de seguros! Obrigatoriamente consignado por Lei.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
Pesquisar neste blogue
terça-feira, março 23, 2010
se não comprares o seguro de saúde obrigatório vais preso
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário