Cavaco ao minuto 17 chegou ao que aqui se disse logo à 4ª linha do post de ontem, acrescentando-lhe um "superior" - "O superior interesse nacional", claro; (pode explicar melhor? uma vez que desde que reapareceu vivemos pior?); mas onde a imprensa pega de imediato nas suas boas intenções é no mote "A minha preocupação é o elevado índice de desemprego". A sério? a nossa também. Mas a pergunta correcta que seria suposto ao chefe-de-fila dos gestores politicos responder, é outra: quem vai comprar os produtos que os trabalhadores produzirem? Obviamente, clientes da área politica do nosso presidente da república não faltam (2)... a avaliar pela imagem da Grécia... áh, e já nos esquecíamos: Cavaco também garantiu que a cooperação com o Governo "está viva"
“Um pouco à semelhança da banca, um país é «demasiado grande para abrir falência» (1). Por isso também é salvo, mas ao país far-se-á pagar caro essa sobrevivência.
a Goldman Sachs ajudou a Grécia, em segredo, a obter crédito no valor de milhares de milhões de euros. Depois, para contornar as regras europeias que limitavam o nível da dívida pública, a firma de Wall Street aconselhou Atenas a recorrer a engenhosos artifícios contabilísticos e financeiros. A factura destas "inovações" veio em seguida adensar a volumosa dívida grega. Quem ganha, quem paga? Lloyd Craig Blankfein (3) o presidente do conselho de administração da Goldman Sachs, acaba de receber um bónus de 9 milhões de dólares; os funcionários públicos helénicos vão perder o equivalente anual a um mês de salário”.
in "O Crime Compensa", Serge Halimi, no Le Monde Diplomatique, Março 2009,
(1) Laurent Cordonnier: «Pode um país abrir falência?»
(2) ver em "o Pequeno Mundo das Grandes Fortunas"
(3) o judeu novaiorquino Lloyd Blankfein é politicamente oriundo da mesma escola que tem formado todos os dirigentes da Reserva Federal, desde Paulson a Bernanke (ver biografia)
relacionado:
* os "empresários" que mais têm contribuido para a destruição do tecido de comércio/consumo tradicional do país em beneficio das grandes multinacionais, estão na lista de bilionários da "Forbes"
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