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terça-feira, julho 13, 2010

o factor Trabalho

Como no sonho das cerejas (de Anton Tchekov) n`”O Gingal” do tempo em que estas se guardavam para fazer compota, toda a gente anda a contar estórias e mais ou menos a divertir-se, enquanto a casa é destruída.

Nos EUA o grande assunto de momento é a batalha entre grandes empresas (aquelas a quem o bardo reaccionário Fernando Pessoa chamou na “Essência do Comércio” de “monopólios de concentração de direito natural ou outorgados pelo Estado”) e a administração Obama sobre o destruído mundo do trabalho. Citando Steven Pearlstein (um colunista judeu do Washington Post, pois claro): “Os gestores não gostam da incerteza gerada pela reforma do sistema de saúde e pela regulamentação financeira e do impasse politico em relação às alterações climáticas e à imigração. Ouvem a retórica que demoniza os sectores de seguros, Wall Street e as companhias petrolíferas. Vêem aproximar-se a onda de regulamentação após anos a fazerem as próprias leis” Linear. Pearlstein reuniu-se em tempo com José Sócrates tendo na altura constatado como foi fácil “esta praga da cobiça e desregulação ter tão facilmente atravessado o Atlântico e conduzido as economias a uma recessão que se espera mais longa e profunda do que inicialmente”. A seguir, em Maio de 2009, o Washington Post elogiou a governação de Sócrates.

E continua Pearlstein, traduzido no Público dia 11: “Sabem que equilibrar o orçamento significará, quase de certeza, impostos mais elevados. Tudo isso é verdade e chega num péssimo momento para a economia. E com a confiança nas grandes empresas pouco acima dos 10 por cento, não é de admirar que esses gestores sintam que a conjuntura se afigura subitamente contra eles. “Quando os cidadãos não confiam nas grandes empresas, os Governos seguem o mote”, escreveu Jeff Immelt aos accionistas em Fevereiro, na qualidade de gestor da General Electric (outra multinacional clássica de capital judaico). Estamos a entrar numa espécie de “ciclo negro”, onde as pessoas que podem fazer com que a economia melhore são consideradas os seus piores inimigos. A palavra de ordem passa a ser “Por que é que vocês não criam mais postos de trabalho, seus palhaços?” (sic)

Falou. Em sintonia, Cavaco Silva exorcisou a sua habitual sapiência sobre economia parasitária dos ricos na qualidade de empresário-mór da república, transmitindo o recado: “um novo impulso reformista vai estalar na Europa e Portugal deve estar na primeira fila para o seguir, sobretudo no factor trabalho(ler)

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1 comentário:

Diogo disse...

Grande Cavaco!