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terça-feira, outubro 15, 2013

o Imperialismo (1913-1970) e a falácia liberal de "Menos Estado"

São os meios de produção que utilizam o Operário; em lugar de surgirem consumidos por ele como elementos materiais da sua actividade produtiva, são eles que o consomem como fermento do seu processo vital; e o processo vital do Capital consiste no seu movimento de valor que se valoriza a si próprio” (Marx, O Capital, Tomo1, Cap. IX)

"As proporções gigantescas do capital financeiro, concentrado em poucas mãos, que deu origem a uma rede extraordinariamente vasta e densa de relações e vínculos, por um lado subordinou ao seu poder não só as massa dos pequenos e médios empresários, mas também os mais insignificantes capitalistas, e a exacerbação, por outro lado, da luta contra outros grupos nacionais-estatais de financeiros pela partilha do mundo e pelo domínio sobre outros países, tudo isto origina a passagem em bloco de todas as classes detentoras de propriedade para o lado do imperialismo"
(Lenine, Junho 1916)
No quadro da sociedade burguesa que se havia formado após a revolução industrial de meados do século XVIII, a exportação de capitais financeiros gera enormes tensões de concorrência no mercado mundial, exigindo do Estado cada vez maior centralização e poder.

Para a análise teórica marxista, levada à prática após a Revolução de Outubro de 1917, todas as leis do capitalismo não passam de tendências acompanhadas sempre por tendências opostas. Na concepção de Estaline “o capitalismo monopolista de Estado consiste em subordinar os monopólios capitalistas privados ao aparelho de Estado” (até que o proletariado extinguindo a diferença entre classes possa extinguir o Estado, substituindo-o por instituições com o poder pulverizado e próximo das bases sociais) – nas economias liberais ocidentais, vinga a tese diametralmente oposta: os monopólios capitalistas privados actuam de modo a subordinar o aparelho de Estado.
Nos anos seguintes à Depressão iniciada em 1929, o “New Deal” transferiu as principais fontes do poder económico do sector das instituições privadas (bancos e monopólios industriais em bancarrota) para o das instituições públicas. Em 1946 com as leis sobre o emprego o Governo reconheceu formalmente o seu papel no investimento à Produção, no pleno emprego e nos incentivos ao poder de compra. O consumo passou a ser o motor da economia. Ou seja, verificou-se uma vontade de intervenção política do Estado na área económica até aí decidida pelos homens de negócios. Com a chegada ao poder do presidente Kennedy em 1961 houve a necessidade governamental de controlar as indústrias-chave e o sector bancário emissor de dívida, numa espécie de economia mista, livre de corrupção, que tentava conciliar os interesses imperialistas entre o Governo e o Patronato – os dirigentes do Estado e os dirigentes dos Monopólios tornaram-se intermutáveis.

As despesas governamentais com a regulação da Economia Monopolista de Estado passaram de 1,7% do PIB em 1929 para 8,4% em 1965. As despesas com o Complexo-Industrial-Militar passaram de entre 10% a 15% do PIB no periodo preparatório da Grande Guerra (1930-1940) para um orçamento federal de 50% a 60% entre 1960 e 1965. Jonh Kenneth Galbraith, o concelheiro económico da administração Kennedy confirmava a natureza imperialista dos EUA: “o Estado regulamenta a procura global dos produtos e tecnologias de inovação criadas pelo sistema Industrial-Militar conjugado com as instituições de “research”, condição indispensável para a sua planificação e por outro lado assegura a regulamentação interna dos salários e preços (…) “É certo que a economia organizada da nossa época é obra de uma mão perversa; se não, como poderiam tantas necessidades aparentemente indispensáveis (o cartel monopolista financeiro detito por um número restrito de famiglias) conspirar para colocar de tal forma sob a dependência do Estado um sistema que alegremente se reclama da livre iniciativa?

Compilado de:
* Lenine, "O Imperialismo, Estádio Supremo do Capitalismo"
* Bukharine, “A Economia Mundial e o Imperialismo”
* Lenine, “O Estado e a Revolução”
* Eugène Varga, “Problemes du Capitalisme Monopoliste d`Ètat”, 1967
* Pierre Jalée, “O Imperialismo em 1970”

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