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segunda-feira, junho 30, 2014

o Exército de Libertação do Iraque e do Levante (EEIL)...

... acaba de auto-proclamar a restauração de um pretenso “Califado Islâmico” como Estado independente dos poderes instituídos no Médio Oriente, numa área que abrange parte dos actuais Estados relativa e maioritariamente laicos da Siria, Turquia, Iraque e o Irão (de religião xiita e outro importante produtor de petróleo)
Quem são e de onde surge agora este grupo? São os mesmos que depois de derrotados na guerra civil contra o regime sírio de Bashar al-Assad, na qualidade de terroristas infiltrados a partir do exterior, mudam agora de estratégia. Como fracassaram em toda a linha na tentativa de conquistar a Síria (graças ao apoio da Rússia), os Estados Unidos que são quem patrocina e financia a nóvel seita EEIL de Takfiristas decidiram dividir a Síria. Desde a invasão e conquista do poder no Iraque em 2003 os Estados Unidos e os seus Aliados (1) sempre congeminaram usar o divisionismo tribal-religioso na região para conseguir os seus objectivos (2). Agora que a indústria do petróleo está controlada e defendida militarmente no Iraque e o país está a exportar como o 2º produtor mundial (logo atrás da Arábia Saudita) fomenta-se o desejo secular de autonomia para os Curdos (cujo herói nacional e do nacionalismo árabe é o sunita Saladino). (3)
Ora sunita era o deposto Saddam Hussein (4), cujo assassinato abriu as portas ao pretenso terrorismo da al-Qaeda (obviamente, como criação dos EUA) introduzido no Iraque pelas tropas norte-americanas. E os órgãos de propaganda apressam-se a difundir que os Takfiristas do EEIL são muito mais perigosos que a famigerada al-Qaeda - os Takfiristas (do árabe takfiri) são um grupo de muçulmanos que acusam outros muçulmanos de heresia. A acusação em si é chamada “takfir” (excomunhão), derivado da palavra kafir (Descrente) declarando-os impuros. Em princípio, o único grupo autorizado a declarar um muçulmano um kafir ("infiel") são os Ulemas, e isso é apenas feito depois que todas as precauções legais prescritas foram tomadas. No entanto, um número crescente de grupos Salafistas dissidentes, rotulados como Salafi-Takfiris, têm reivindicado o método ortodoxo de estabelecer o takfir através dos processos da Sharia (a Lei muçulmana), e reservam-se o direito de se declarar contra a apostasia de qualquer muçulmano ou não-muçulmano. Na lei islâmica, qualquer apóstata (pessoa acusada de abandonar o Islão) deve ser morto. Assim, muitos grupos islâmicos armados de ideologia Takfir, (como a alegada Al Qaeda), dedicam-se à prática de actos violentos, incentivando as pessoas contra governos por eles considerados como "apóstatas" para fazer cumprir a punição islâmica sobre os descrentes. (5). São apoiados por uma facção da família real Saudita aliados aos Estados Unidos e Israel, cuja missão seria derrubar o regime secular sírio. Os Takfiristas são responsáveis na Síria por assassinatos de extrema violência, crucificações e decapitações de opositores.

É sobre este pano de fundo que no passado dia 27 em França (Villepinte) se realizou um grande Meeting Internacional de apoio ao EIIL. Repetindo a farsa da al-Qaeda no Afeganistão na década de 90, chama-se de novo aos Takfiristas do Iraque de “Mouhajidines do Povo” pela libertação do Irão. Se a reunião era inicialmente para apoiar os campos de treino militar dos “mujahidines” no Iraque para combater o regime do Irão, o presidente Maryam Rajavi usou o seu discurso para condenar violentamente o primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki, e glorificar os progressos do Emirado Islâmico do Iraque e do Levante (ÉIIL). Mais de 600 figuras políticas de países membros da NATO participaram neste encontro. Destes, o ex-Chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o general Hugh Shelton; o ex-comandante da Operação Liberdade do Iraque, o general William Casey; o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich; O senador Joseph Lieberman (o seu amigo, o senador John McCain não conseguiu fazer a viagem, mas falou através de vídeo); o ex-mayor de Nova York Rudy Giuliani; o xsocialista espanhol ex-primeiro-ministro José Luís Rodriguez Zapatero; o ex-ministro francês da Defesa, Michele Alliot-Marie, e o ex-ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner (fonte)

Mais uma vez, a resposta da Rússia à ameaça próxima às suas fronteiras não se fez esperar. Os primeiros 5 de uma série de caças a jacto Sukhoi foram entregues no dia seguinte ao regime do Iraque, segundo afirmou o ministro da Defesa. O primeiro ministro Nouri al-Maliki espera que estes aviões façam a diferença-chave na luta contra os terroristas do EEIL. (6)
(1) Fazendo orelhas moucas, a CIA e o MI6 sabiam antecipadamente do assalto do EIIL, mas, muito convenientemente, não reagiram
(2) os Estados Unidos treinam o EIIL numa base secreta da Jordânia
(3) Um Plano para balcanizar o Médio Oriente
(4) As tribos Sunitas alistam-se para ajudar o Exército regular do Iraque contra os fundamentalistas do EIIL
(5) Enquanto os Media na imprensa ocidental apresentam o “Emirato Islámico do Iraque e do Levante” como um grupo de jihadistas capazes de recitar o alcorão de memória numa luta justa, esse grupo armado iniciou no Iraque mais uma guerra pelo petróleo.
(6) Tudo o que é dado saber sobre o EIIL e o que se passa no Iraque (Reseau Internacional)

1 comentário:

Anónimo disse...


Tudo em nome do estado pária.

É o estado pária que manda em Washington. Só não vê quem não quer ver.

Para o estado pária é bom que as regiões vizinhas estejam cada vez mais divididas e enfraquecidas e de preferência que se matem uns aos outros.

Já nem sequer disfarçar sabem.