Maria Luiza Tucci Carneiro, Historiadora: "Persiste um certo silêncio sobre a presença e actuação dos nazis no Brasil. Não se sabe nem o número de partidários de Hitler que se refugiaram no país depois da Segunda Guerra Mundial, acusados de crimes contra a humanidade. Governado por Getúlio Vargas entre 1930 e 1945, o Brasil converteu-se numa espécie de seara livre para a circulação de nazis, fascistas e integralistas. Mesmo antes do golpe militar liderado por Getúlio Vargas, o Estado apelou para um conjunto de leis de excepção. Na sua essência, elas prepararam o Brasil para receber as propostas "revolucionárias" do fascismo italiano e do nazismo alemão como “novidades da modernidade”. A imprensa brasileira cuidou de reportar, com alguma admiração, as conquistas de Mussolini a partir de 1922 e de Hitler a partir de 1933. Os nacionalismos alemão e italiano transformaram-se em fontes de inspiração para o modelo de nação que se pretendia construir no país: forte e homogénea. A propaganda oficial emergiu como instrumento para o exercício do poder mascarado de “política trabalhista”, controlada por leis rígidas e um tribunal de excepção. Os conceitos e os partidos de extrema-direita proliferavam e conquistaram segmentos importantes da população. As ideias de Hitler começaram a aportar no Brasil já em 1929, quando imigrantes alemães recém-chegados formaram os primeiros núcleos nazistas. Após a ascensão do Führer ao poder, em 1933, esses grupos foram integrados na Auslandorganisation der NSDAP – a Organização do Partido Nacional-Socialista para o Exterior (AO). No ano seguinte, o governo alemão organizou um sistema de infiltração e de propaganda com os alemães radicados no estrangeiro. Em 1937, Ernest Wilhelm Bohle, responsável pela AO, assumiu também funções diplomáticas na Embaixada Alemã no Brasil, permitindo que o Partido Nazista cumprisse ostensivamente a missão de “proteger” os alemães do exterior" (ler estudo completo aqui)
Carlos Haag: "Quando se fala em nazis no Brasil, a imagem que nos vem à cabeça é de um bando ridículo de gaúchos louros levantando o braço direito no meio da fumaceira dum churrasco. Em verdade, a presença nazi foi menos folclórica e de uma importância política notável, em especial para a consolidação do Estado Novo varguista, que completa, neste ano, 70 anos". Um legado de Nazismo tropical?
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Otto Braun cita os nomes dos lideres estaduais refugiados do partido nacional-socialista alemão em 8 Estados brasileiros, subordinados ao directório central em São Paulo comandado pelo nazi alemão Hans Henning von Cossel à frente de 2.900 membros militantes (in "A Caça às Suásticas)
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