É mais grave que apenas isto
Um americano em cada Cem está encarcerado. Na prisão; atrás das grades, neste preciso momento: 1 em 100. Este é um dado sem precedentes na história da América do Norte, a antiga “terra das pessoas livres”. (Land of the Free)
Ainda mais chocante é o facto de nem nas “terriveis ditaduras” comunistas, na Rússia e na China, nos seus pontos altos de convulsão social, tenha alguma vez esta percentagem atingido números semelhantes de pessoas presas. Então, o que está a acontecer?
É melhor começarmos por configurar o significado destes números, porque existem indicações que Bush e o clã de amigos por esse mundo fora tencionam elevá-los para percentagens ainda maiores. Porquê? – Gerir prisões converteu-se num grande negócio para grupos privados e, nos tempos que correm, (sob a capa da chamada “globalização”) todos sabemos como os grandes negócios conseguem prosperar:
1 – Procura-se politicos corruptos, o que não é assim tão dificil de encontrar,
2 – Pague-lhes por fora, ou meta-os dentro do projecto das prisões privadas, e faça-lhes ver as vantagens da privatização, que liberta o Estado de funcionários
3 – Recolha os lucros, pagos em cash pelo Estado
Veja-se como este negócio vantajoso já opera os novos tipos de prisão que, com vantagens sociais para as familias dos presos já encarcera crianças e bebés. Está a acontecer agora, neste momento, não se trata de nenhuma fantasia paranóica. Tanto mais quando vemos os direitos constitucionais ser alvo de medidas de excepção. A prisão-hotel para familias é uma indústria em crescimento nos EUA.
Globalizando o método - Será você o próximo? (verVideo)
A história veio publicada na New Yorker, só até certo ponto. O iraniano Majid Yourdkhani viajava em trânsito, da Guyana para o Canadá. Foi detido quando fez escala em Puerto Rico o ano passado. Como natural de um países do eixo-do-mal, Majid aproveitou a deixa para ele e a sua família pedirem asilo politico aos EUA. Foram levados para um local destinado a acolher emigrantes ilegais, no Texas, para uma instalação chamada T. Don Hutto Residential Center - na prática trata-se de um campo de detenção para emigrantes, administrado por uma corporação privada, a Corrections Corporation of America (C.C.A.)
O Departamento de Segurança Interna abriu a primeira prisão deste tipo na pequena localidade de Taylor, cerca de 30 quilómetros a norte de Austin; está praticamente repleta – é a primeira prisão familiar no país baseada neste modelo de funcionamento, que prevê encarcerar famílias inteiras – incluindo crianças, recem-nascidos, serviços de infantário e assistência para mulheres grávidas - havendo planos para que outros centros de reclusão sejam construídos rapidamente, aproveitando bases militares abandonadas que serão reconvertidas para o efeito. Não se trata de operações correntes ou transitórias. As pessoas estão preocupadas com este "ambicioso" programa que irá abranger o país inteiro: a quem são estas instalações destinadas? Será este o primeiro protótipo de uma rede de campos de internamento em massa? Campos de concentração como aqueles onde se internavam vadios, ciganos comunistas, gays e judeus na Alemanha Nazi?
Como naqueles tempos, nos Estados Unidos de hoje, refugiados que procuram asilo ou a simples sobrevivência, oriundos de mais de 40 paises, foram declarados “indesejáveis”, são-lhes negados quaisquer direitos ou possibilidades de defesa e, sem que tenham cometido qualquer crime, são entregues a empresas privadas de segurança com jurisdição dentro de campos cercados de arame farpado que gerem guardas civis armados – e com este negócio facturam fortunas com eles, incluindo as crianças. Isto é algo que está operacional já neste momento, por enquanto apenas à vista de alguns norte americanos; sem dúvida que, olhando os precedentes das prisões secretas da CIA, o método alastrará. A grande questão é esta: se os amigos destes poderosos (e corruptos) podem usar este tipo de encarceramento político prendendo pessoas desprotegidas desta maneira, é óbvio que prevêm não haverá falta de “clientes” – quanto tempo faltará até começarem a visar outros segmentos similares da população?, "importando-os" e transferindo-os de qualquer Estado? (como aliás já fizeram com militantes das FARC, ou com os 5 cubanos presos por actividades de prevenção contra o terrorismo)
Este pequeno filme, feito por Matt Gossage e Lily Keber é uma reportagem sobre esta prisão; e pouco mais se conhece sobre o assunto porque as notícias são censuradas pelos media. Mas não é preciso ir muito mais longe, basta olhar para o "Hutto Camp" e vermos por nós próprios:
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