Mas Pedro Ignácio que passou à posteridade com o nome de guerra “Wilson” notabilizou-se, e muito – foi um dos temiveis militantes da ETA que integrou o grupo responsável pelo atentado que matou o sucessor indigitado por Franco para perpetuar o regime fascista em Espanha. No dia 20 de Dezembro de 1973 o General Almirante Luis Carrero Blanco saiu da missa habitual na Igreja de São Francisco de Borja e dirigia-se a casa quando a meio caminho, na Calle Claudio Coello, 75 quilos de explosivos estrategicamente colocados num tunel escavado sob a rua e accionados à distância dinamitaram o carro em que seguia. General e viatura subiram à altura de 30 metros, saltaram o telhado e, bocados de carne e destroços de sucata irmanados no mesmo ideal, aterraram no meio do pátio interior de um convento de jesuitas. Uma morte abençoada – Carrero Blanco ainda hoje ostenta o recorde mundial de salto em altura na modalidade de Fascistas mortos.
Esta breve inspiração deveria fazer flanar de
felicidade qualquer radical com borbulhas de ressentimentos vários. Se não nos tivessem roubado a memória da história recente, do que se passou e passa na transição do fascismo para um regime oligárquico que lhe disputa o odioso, muito possivelmente a realidade seria hoje outra, sobre a ETA e o sector da sociedade Basca que continua a reinvindicar uma ruptura com o franquismo que nunca aconteceu. A luta continua. Porquê?qualquer coisa aqui não bate certo.
Estuda o Passado, Porque o Passado é o Prólogo
Numa época em que se prendem terroristas em campos de concentração, se condenam suspeitos a várias penas de prisão perpétua acumuladas, se torturam inocentes desprevenidos para obter resultados na “luta contra o terrorismo” – o perigoso etarra “Wilson” morreu em casa na cama. Paz à tua alma companheiro, que a terra te seja leve. Afinal és o herói por conta própria que aplicaste a almejada justiça popular. Mas,
Segundo Philip Agee, o ex-agente autor do livro “CIA, Inside the Company” a CIA foi criada depois da 2ª GrandeGuerra para assegurar a intervenção clandestina na transição dos regimes nazi-fascistas da Europa.
Henry Kissinger o mais influente politico norte-americano do último quarto de século, um protegido de David Rockefeller, de quem se pode dizer com propriedade ser Judeu, Sionista e Maçon, esteve um dia antes, mais concretamente vinte e três horas antes do atentado mortal, reunido durante seis horas com Carrero Blanco em Madrid. Reuniu primeiro com o ministro de Negócios Estrangeiros, depois com Don Juan Carlos cujo comportamento mediático na data já era visivelmente o de um Rei. Kissinger chegara à capital espanhola dia 18; algumas semanas antes chegaram cerca de 20 agentes da CIA com a missão de zelar pela segurança do secretário de Estado que ficaria durante dois dias alojado nas instalações da Embaixada americana – Nessa mesma noite do dia 18 o grupo de Etarras ultimou os preparativos da colocação de explosivos e passagem de cabos pelas fachadas exteriores junto ao túnel previamente escavado, que se situava a menos de 100 metros da embaixada dos EUA. No meio de todo o aparato de segurança na zona não é surpreendente que os serviços secretos não tenham detectado quaisquer indicios da escavação que foi bastante ruidosa? (atribuida aos trabalhos de um escultor residente na vizinhança)
No dia 19 a agenda de conversações entre Carrero Blanco e Henry Kissinger girou em torno de um ponto único, a especialidade deste último estratega: o comunismo e a guerra necessária para o combater numa altura em que os invertimentos norte-americanos na Europa se confrontavam com a retrógada interpretação dos restos do fascismo. Rui Tavares hoje actualiza a questão: “Para muita gente, em Espanha como em Portugal – apesar da europeização, da imigração, da secularização e da modernização em geral – é “suposto” que o povo queira sempre a mesma coisa. E como tal, não é “correcto” que ele vá mudando”
Kissinger pediu a Carrero Blanco que o teor da reunião se mantivesse secreto, incluindo para as administrações e chefias abaixo, na medida em que o encontro não foi considerado “oficial”. Nesse dia Carrero Blanco não teve tempo de despachar mais nada. No dia seguinte voou de cena deixando uma cratera no pavimento de 10 metros de diâmetro.
Como sempre, o vazio abriu caminho para as chamadas “interpretações conspirativas” do atentado. (Kissinger também tinha estado presente em Roma em vésperas do rapto e posterior assassinato de Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas - Gianni Agnelli patrão da Fiat, o verdadeiro Rei de Italia, disse certa ocasião: “os Brigadistas … são os executores, porém os verdadeiros protagonistas... vivem, vivem… uns em Itália, outros nos Estados Unidos… a sua política não agradava a alguém com muito poder” – no dia do rapto, Aldo Moro, o chefe da Democracia Cristã que tinha governado a politicamente instável Itália durante mais de 30 anos dirigia-se ao Parlamento para propor uma aliança com os comunistas.) E além do mais, pouco depois, começou a ser divulgado o teor da Operação Gladio – confirmado por Giulio Andreoti, mais recentemente seguido pelo ex-presidente Francesco Cossiga quando questionou a versão oficial da autoria do 11 de Setembro
Um relatório entregue pelo Procurador Fiscal Herrero Tejedor coincidiu com a data do atentado de Madrid: reportava a chegada à Base militar de Torrejon em Madrid de dez minas anti-tanque procedentes de Fort Bliss. Este tipo de minas, empregues no Vietname, eram muito sofisticadas para a época; dispunham de sensores acústicos extremamente sensiveis capazes de ser activados por controlo remoto. Que faziam na Europa? É licito supôr-se, abrindo caminho à especulação, que seriam utilizadas para atentar contra altas personalidades?. Não foi possivel concretizar o destino ou paradeiro das bombas. É provavel que algumas delas fossem parar ao túnel etarra para reforçar a carga convencional? – dos exames periciais feitos aos destroços recolhidos no local por equipas militares (os únicos então admitidos neste género de investigação) nada foi divulgado, nem as presumiveis provas, os restos das explosões, foram facultadas a peritos independentes – tal como nos mais recentes atentados de 11 de Março!
Como escreveu José Luis de Villalonga, o autor da biografia do Rei: “porque razão no dia do atentado desapareceram da Calle Claudio Coello todas as viaturas da embaixada americana? Foi como se tivessem sabido antecipadamente o que iria acontecer. Creio que provavelmente os serviços secretos sabiam, provavelmente a CIA também sabia”.
Como souberam acerca do 11 de Setembro, ou do 7 de Junho em Londres. Como a semana passada souberam da morte do autarca basco moderado que foi assassinado porque serviu de incentivo eleitoral ao voto na direita possivel, o muito conveniente Bloco Central de interesses – ao mesmo tempo que quase irradicou as representações regionais ou alternativas em Espanha. Na actual política criminosa do Império, é muito lucrativo dispôr-se de uma parte da ETA que se possa instrumentalizar, usar e diabolizar. Ainda que, em certas circunstâncias, provavelmente ou não, nem os próprios militantes disso se apercebam
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22 comentários:
37 años del cobarde asesinato del almirante don luis carrero blanco
tormentosa entrevista entre carrero blanco y henry kissinger, el 19 de diciembre de 1973
Secret Spanish Government Report Mentions CIA´s Alliance With Eta in Assassination Plot, by MARIO ANDRADE......
Carrero Blanco, olvidado amigo del Mundo Arabe.....
Frase de agentes de la unidad operativa del servicio de información del AEM, el 20-XII- 1973: Nos lo hemos llevado puesto, menudo agujero hemos hecho......
Léxico tabernario de "Wilson" o "El Inglés" en entrevista con cámara oculta "Investigación Abierta", Telemadrid, 2006: "Luisito", "Carrerito", "Carrerín"........
Intérprete de la reunión: Luis Guillermo Perinat.....
"como siga este tío así, saco a relucir lo de carrero".........
"que cuento lo de carrero"
alias "wilson" "el inglés"
austin morris el automovil ingles indiscutible
josé luis de vilallonga quiso escribir un libro sobre "operación ogro"
quien tiene a estados unidos como aliado, no necesita enemigos......
quien tiene a los yankeses como aliado, no necesita enemigos......
asesinato de autarca vasco moderado......¿otro 11 M?
El 20 D.....¿El otro 11- M?
carrero blanco era una buena persona (palabras de josé angel egido, en ABC de 10 de noviembre de 2010)
hechos probados que cuando menos contradicen lo que podríamos llamar la versión oficial
pensar que los americanos no se habían enterado de nada de todo esto......
carrero: caso cerrado aclara mucho de los puntos oscuros que rodean a la transición española.....
mini serie de miguel bardem y nacho faerna
léxico tabernario de argala: el "carrerazo"
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