
”Qualquer leitura é um acto de resistência a todas as contingências. Uma leitura bem conduzida salva-nos de tudo, mesmo de nós próprios. E acima de tudo, lemos contra a morte”
Daniel Pennac
Os «Livros Negros» de Gonçalo M. Tavares têm um novo Reino: Aprender a rezar na Era da Técnica. Lenz Buchmann é um homem atroz. Como médico, despreza os doentes. Como político, despreza a sociedade. Como marido..., como irmão... Como filho, enaltece irracionalmente o pai porque é assim que se comportam os homens desprezíveis. Depois de Um Homem: Klaus Klump, A Máquina de Joseph Walser e Jerusalém, Aprender a rezar na Era da Técnica mantém o mesmo olhar agreste e tantas vezes sombrio sobre a condição humana:

"Dois Lados e Não Um"
"Porém o material que estava em jogo era, no fundo, o mesmo: a doença matava com as células de que eram compostas as grandes vontades, decisões e acções do passado: é a mesma matéria com outra organização, com uma carga negativa"
(pag. 61)
Sem comentários:
Enviar um comentário