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Na mesma linha do artigo do Pacheco, disposto a apedrejar "a turba" anti-guerra, dar ouvidos aos pregadores encartados da politica corporativa é o mesmo que ouvir conselheiros económicos opinar sobre a bolsa de valores. Está tudo bem. “Não há qualquer chance de haver uma recessão, nem sequer uma crise que afecte metade dos valores; há uma pequena hipótese de 50/50 por cento de haver uma pequena crise; o panorama de recessão deixar-nos-á de vez a partir de 2009”. Este tipo de negócio sem sentido tem vindo a ser vendido ao público desde que estalou a crise em Agosto do ano passado. Aqui está um exemplo da insanidade que os reportórios oficiais oferecem. Ouça-se o que disse Jim Cramer há apenas uma semana. Estamos a olhar para o mais popular formador de opinião nos EUA, que aparece diariamente num programa de televisão de grande audiência e é autor de dois best-sellers sobre Economia. Passados 4 dias desta aparição e do espectáculo (ilegal) da manipulação de valores que só podem ser considerados como produzidos de má fé, o Bear Sterns desabou (com 1,5 biliões de prejuizos este ano a somar aos 1,1 biliões do ano passado) aprofundando o pânico. A crise saltou definitivamente o muro da rua de Wall Street para se passear pelas avenidas de todo o mundo; enquanto a Merril Linch, a UBS, a Morgan Stanley e o Citygroup anunciam novas perdas.
A maioria da opinião dos analistas coincide em que o pior está para chegar. Num relatório recente a Morgan Stanley prevê que as dificuldades se intensificarão para a banca europeia conseguir obter crédito no futuro. O preço pago pelas acções do Bear Sterns, o 5º banco de investimentos nos EUA, significa que o banco vale menos que zero. Só a sua séde na MadisonAvenue está avaliada em 1.200 milhões de dólares, porém a JPMorgan concordou em pagar apenas 240 milhões – isto significa que as previsões apontam para uma grande desvalorização dos activos no imobiliário.
Nouriel Roubini, um dos gurus mais prestigiados neste momento nos EUA, opinou numa entrevista que a única forma de impedir que outras entidades financeiras vão à falência é a sua nacionalização, uma medida que pressupõe um gasto entre 7 a 20 por cento do PIB norte-americano.
“As desvalorizações de activos que os bancos centrais nos EUA e na Europa se viram de novo obrigados a repor supera os 200 mil milhões de dólares. Mas ninguém conhece ao certo os valores que se estão a evaporar. Experimentados economistas afirmam que superam um bilião de dólares: (1.000.000.000.000 USD). Como puderam os bancos centrais e o FED permitir a montagem de dívidas de valores tão irracionais?
(ler mais em: “O Triplo Pecado da Grande Banca Privada” por Eric Toussaint e Damien Millet)
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