Os ciclos económicos são um circulo vicioso: “Nunca houve um sistema de produção na história da Terra que possa remotamente ser comparado ao desperdício da economia capitalista. Não há futuro algum nisso, é uma situação que só pode durar por um curto período”
o caso na foto de capa da revista do MST: um “Sem Terrinha” durante o acto ecuménico em Santa Tereza do Oeste em memória de Valmir Mota de Oliveira, o Keno, morto por pistoleiros ao serviço da multinacional suiça Syngenta em Outubro de 2007 num acampamento da Via Campesina montado no Estado do Paraná no Brasil - Em entrevista exclusiva, na sua visita ao Brasil, István Mészáros ataca o capital financeiro e os governos submetidos ao neoliberalismo, e enfatiza o papel da educação rumo ao socialismo.
A articulação do capital financeiro com os países mais poderosos de toda a história da civilização ocidental ameaça o futuro da humanidade pelo nível de exploração da natureza. O motor do desenvolvimento que sustentava a superioridade do capitalismo sobre os outros modos de produção e o conceito de “destruição produtiva” criado pelos economistas neoliberais, sofreu uma mudança estrutural que o deixou do avesso. Actualmente, o sistema capitalista avança pela “produção destrutiva”.
“A maneira como o sistema capitalista opera hoje, sob o domínio do capital financeiro destrutivo e com apoio de governos poderosos, está-nos levando à destruição. Temos que nos opor fundamentalmente a isso”, defende o pensador húngaro, professor emérito da universidade de Sussex, na Inglaterra, designado como o principal intelectual marxista da actualidade.
“Precisamos de um grande movimento de massas. Não pequenos movimentos e movimentos que brigam entre si, por pequenas divisões sectárias que não conseguem nada. É preciso um grande movimento de massas, educação e um modelo viável de produção, uma forma de vida sustentável”
Nascido em Budapeste, em 1930, o autor de “A teoria da alienação em Marx” (1970), “O poder da ideologia” (1989) e de “Para além do capital - Rumo a uma teoria da transição” (1995), Mészáros recebeu uma homenagem do MST (“Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra”) pela importância da sua obra para a compreensão da sociedade contemporânea e pela contribuição na luta socialista. Na escola, ele plantou uma árvore de mogno para deixar a marca da sua visita.
“Considero o Movimento Sem Terra muito importante para o futuro por uma característica particular. Eu escrevo muito sobre a necessidade de uma aliança substantiva, não formal, e o movimento é uma manifestação muito clara e importante dessa aliança, que é o futuro”
(Depoimento para ler na versão integral da entrevista exclusiva de Mészáros à Revista Sem Terra, conduzida por Igor Felippe Santos e Miguel Enrique Stedile)
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
Pesquisar neste blogue
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário