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domingo, março 09, 2008

Ruptura! - um momento histórico

se Correia de Campos já foi, graças a manifestações populares espontâneas, é possivel derrotar Lurdes Rodrigues e Sócrates!

em matéria de liquidação do sistema público de ensino, Sócrates fez mais, nos dois anos que leva de governo, do que Psd, Cavaco e Cds juntos desde o 25 de Abril. "a escola cheira a enxofre" diz um professor indignado.
cartazes da manifestação de ontem:
"Sempre votei PS, e agora?"

"Exigimos resultados: a Demissão da Ministra!"
"os Professores não são empregados de escritório"
"Exigimos respeito pela nossa profissão, somos todos titulares"
"o erro já vem de trás, titular sem avaliação"
"basta de horários de 11 horas!"
"Não somos baby-sitters"
"a Educação não deve pagar a factura"
"pelo Futuro da Educação dos nossos filhos!"
"Basta! das políticas da União Europeia"
"com estes "generais" a batalha da educação está perdida!"

"Finalmente, as presentes mobilizações contra a "avaliação do desempenho" de Lurdes Rodrigues-Sócrates apontam contra alguns tijolos do edificio que nos últimos anos tem vindo a ser montado em nome da "competência", "avaliação", e "superiores interesses da Educação", e que apenas tinham o objectivo de justificar o roubo de salário e direitos a um sector constituido por 150 mil trabalhadores da Função Pública e por esta forma amenizar a crise financeira do liberalismo vigente. Aquela avaliação já definida no DL 2/2008 de 10 de Janeiro e que o ministério e governo tentam dar tudo por tudo para que as escolas concretizem, visa controlar a passagem de escalão para escalão dentro daquelas duas categorias já referidas através de uma teia de itens e grelhas que já mereceram o sarcasmo e denúncia de quase todos os analistas e que acabam por tornar claro e público o seu principal objectivo: poupar dinheiro congelando a progressão profissional na medida da crise orçamental" (E.H.)


"Na Educação, tal como nas Empresas e no Exército"

"a Ministra costuma evocar um argumento que supostamente tem um valor absoluto, mas que acaba por denunciar e trair a sua proclamada paixão pela "educação": diz ela que "se em todas as empresas e na generalidade da Administração Pública a progressão faz-se por avaliação, porque é que no ensino também não há um sistema a diferenciar quem lá trabalha?". Num debate televisivo com um dirigente da FENPROF ocorrido há tempos Lurdes Rodrigues chegou a argumentar que "se num exército há generais e sargentos, também no Ensino isso deve ocorrer". Tal pensamento foi evocado novamente no passado dia 2 de Março, no final de uma iniciativa da subsidiada Confap (Confederação de Pais) pelo Ministério da Educação, por Valentim Loureiro: "Não percebo como é que todos querem chegar a Generais". De facto, se no "mundo empresarial" nunca vemos o patronato e classe dominante a ser responsabilizada pelas graves crises sociais e desemprego, também no Ensino nunca vimos as anteriores dezenas de ministros de educação e respectivos secretários de estado serem julgados pela actual situação nas escolas, insucesso educativo, abandono escolar e desemprego para a generalidade dos jovens mesmo "diplomados".

Pelo contrário, todos eles - patronato, altos quadros, ministros, secretários, amigos e familiares seus, etc. - são premiados com privilégios vergonhosos e cargos honrosos após a "sacrificada comissão de serviço", ao mesmo tempo que, uns atrás de outros, prometem melhorias para depois de amanhã... Quer dizer, a "avaliação rigorosa e justa" que tanto evocam serve apenas para responsabilizar quem trabalha e desresponsabilizar os verdadeiros responsáveis pelo desumano e decadente liberalismo que também destrói a Escola Pública e afasta cada vez mais os jovens de uma perspectiva motivadora. Por exemplo, durante o governo de Sócrates, o desemprego global aumentou 6,5% e nos licenciados 63%!..." (Eduardo Henriques)

"Na verdade, o que os governos do PS e do PSD/CDS) queriam era poupar uns quantos milhões à conta do sector da Educação (e da Saúde), daí o congelamento de carreiras, o congelamento na colocação de novos professores e o processo de avaliação actual que travará (e fará poupar ao Estado mais uns milhões) o acesso ao topo da carreira a milhares de professores (...) e, de novo, os professores a confirmarem que o país já não vive a mesma situação política de há dois anos. Desta feita, várias manifestações espontâneas por todo o país foram convocadas por fora das estruturas sindicais e até começaram a surgir estruturas de organização à parte das direcções tradicionais dos sindicatos. Quando em Leiria se reúnem centenas de professores auto-convocados, quando, em Viana do Castelo, 3.000 professores saem à rua por si próprios e em dezenas de outras cidades acontece o mesmo estamos perante um novo fenómeno que abre caminho para o aprofundamento da contestação social"
Jornal Ruptura/FER
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