Já não estamos no panorama dos Estados de Direito que actuam mais ou menos soberanamente no concerto das nações. Um dos efeitos da friamente premeditada intervenção do Bushismo parte II foi precisamente esclarecer, para quem quis ver, que não se trata já de a burguesia nacional tentar controlar no interior de cada país “a reserva de mão obra disponível de que o capitalismo precisa” mas sim a de a burguesia transnacional que detém a capacidade de decisão e, em última instância, os meios de produção das empresas que actuam a nivel global, tentar controlar, via governos nacionais franchisados que obedecem a instâncias supra-nacionais, os cidadãos indígenas como meros consumidores, claques aculturadas, broncos apoliticos, “sábios especializados” em nichos sem a percepção da totalidade, enfim, o molho de ignorantes juvenis (ou nem tanto) que cínicamente “espantaram” o Cavaco estrategicamente plantado no centro do molho de cravos que enfeita o banquete dos pançudos.
A questão não se resume apenas às mega-regiões descritas por Richard Florida (do Martin Prosperity Institute de Toronto) o autor de “Who´s Your City”. (Público, Economia, 2 de Maio). Efectivamente se é um facto que “há muito que as nações são consideradas as unidades económicas fundamentais do mundo, actualmente essa classificação já não corresponde à realidade”; e a melhor prova é o facto de existirem os “fundos financeiros soberanos” sediados em off-shores apátridas, que em última análise determinam onde se investe, para produzir o quê e em benefício de quem. Os investidores que estão cansados das más notícias dos mercados deveriam falar com Douglas Lloyd, o director da Ventura Business Research, uma companhia que segue as tendências do capitalismo de risco, que nas presentes condições é todo ele, menos um caso aparte: – “as minhas expectativas são que este sector se mantenha fluorescente”, disse recentemente. O seu entusiástico bom humor inspira-se nos caudais de dinheiro que entram nas empresas de segurança e de defesa privadas, acrescentando: “também vejo isso como um sector muito mais atractivo que as energias limpas”. Entendido? se és um parasita que vive do dinheiro fictício fabricado pelo Império, manda lixar o solar e compra vigilância, esquece-te do vento, compra armas.
Quando os EUA eram um exemplo de prosperidade que todos pretendiam imitar, nunca conseguimos ser como eles. Agora que já não servem de exemplo para ninguém, os governantes (a quem eleições manipuladas por mentiras têm subcontratado a governação), estes decidiram, sem qualquer base legal, que fôssemos uma fotocópia social da América do Norte. No caso de Portugal, em 2001 éramos cerca de 9 milhões, e a diáspora 5,5 milhões de portugueses histórica e tradicionalmente enxotados pela oligarquia para os mais diversos pontos do mundo, sempre em condições dificeis, por meras questões de sobrevivência. Em última análise a intenção renovada pela presente crise provocada é “desportugalizar” o sítio; segundo o conceito de poder desterritorializado da religião da Thorah (a “nossa”, deles, Terra Prometida é o Mundo) no que respeita aos preconceitos racistas contra os não judeus (os goyim); Quando mais depressa os nacionais perderem as suas caracteristicas peculiares e se integrarem na mole imensa da mestiçagem global susceptivel de ser recrutada pela neo-escravatura, menos hipóteses de resistência e perigo existirá para os novos pro-cônsules negreiros do Império. Entretanto no rectângulo constrói-se uma espécie de resort off-shore turístico para ricaços globais cujo leit-motiv próximo são, como sempre, os grandes empreendimentos à base de betão que “geram novas oportunidades”: serventes de pedreiro e empregados de mesa.
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