
aqui estamos a pagar o gasóleo 40 por cento mais caro.
The International Finance Corporation (IFC)
Quando vemos a tenrinha Joana Amaral Dias endossar à especulação do “mercado livre” as culpas no cartório pelos sucessivos aumentos dos combustíveis não podemos senão sorrir: “os preços não param de subir ao contrário do prometido aquando da sua liberalização. Trata-se do resultado de uma grosseira especulação das petrolíferas, perante a complacência deste Governo” - “deste governo”?! santa ingenuidade – desde o tempo da Standard Oil fundada por (John D.) Rockefeller que a indústria petrolífera norte americana detém o monopólio mundial no controlo da produção, empresa que seria desmantelada em 1911 “por práticas monopolistas” mas logo habilmente pulverizada nas famosas “Seven Sisters” que (agora são apenas 4 supercompanhias) haveriam de perpetuar globalmente por mais de um século as mesmas práticas em estreita colaboração com as entidades bancárias federais norte-americanas e respectivos gestores politicos de ocasião. Ainda que ficticiamente disseminadas, essas mesmas práticas mantêm-se. Com a crise petrolífera de 1973 e a desregulamentação financeira do dólar os Estados Unidos puderiam, se fosse esse o destino dos lucros, pagar mais três ou quatro “guerras do vietname”, o que significou, como alternativa, a ingerência interna continuada em paises terceiros para assegurar o aceso à matérias primas em condições privilegiadas. A culpa da nova crise petrolífera de 2008 e a necessidade de financiar os novos empreendimentos guerreiros é do “mercado livre”? sim,,,

Em 2004 os 10 maiores países “agraciados” com projectos privados do IFC receberam mais de metade do dinheiro disponível, enquanto os 10 maiores projectos absorveram uma quarta parte do total dos financiamentos. Estes projectos estão concentrados em nações emergentes onde já existiam outros financiamentos privados, sendo estes a maior parte das vezes patrocinados por corporações como a cadeia Hilton ou as petrolíferas Chevron ou Exxon-Mobil.
Um dos exemplos mais conhecidos data de 2005 quando o IFC deu 2,5 biliões de dólares a uma companhia canadiana para um projecto impopular, violento e desestabilizador, as minas de ouro Marlin na Guatemala, não explicando como este beneficiaria o desenvolvimento, não levando em linha de conta o comportamento inadequado sobre o ambiente, nem sequer consultando os organismos responsáveis pela emissão de estudos ambientais, requeridos por lei e por tratados internacionais. Em terra de pobres quem tem olho de rico será rei?


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