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terça-feira, maio 27, 2008

quem lucra com o Choque Petrolífero

O galão de gasóleo nos EUA = 2,5 litros, aumentou para os 4 dólares - equivale a 1,60 dólares por litro; 1 dólar equivale a 0,63 cêntimos de euro. Fazendo a conversão da moeda, nos EUA compramos 1 litro com 1 euro
como na Europa 1 litro custa cerca de 1,40 euros, quer dizer que,
aqui estamos a pagar o gasóleo 40 por cento mais caro
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The International Finance Corporation (IFC)

Quando vemos a tenrinha Joana Amaral Dias endossar à especulação do mercado livre as culpas no cartório pelos sucessivos aumentos dos combustíveis não podemos senão sorrir: “os preços não param de subir ao contrário do prometido aquando da sua liberalização. Trata-se do resultado de uma grosseira especulação das petrolíferas, perante a complacência deste Governo” - “deste governo”?! santa ingenuidade – desde o tempo da Standard Oil fundada por (John D.) Rockefeller que a indústria petrolífera norte americana detém o monopólio mundial no controlo da produção, empresa que seria desmantelada em 1911 “por práticas monopolistas” mas logo habilmente pulverizada nas famosas “Seven Sisters” que (agora são apenas 4 supercompanhias) haveriam de perpetuar globalmente por mais de um século as mesmas práticas em estreita colaboração com as entidades bancárias federais norte-americanas e respectivos gestores politicos de ocasião. Ainda que ficticiamente disseminadas, essas mesmas práticas mantêm-se. Com a crise petrolífera de 1973 e a desregulamentação financeira do dólar os Estados Unidos puderiam, se fosse esse o destino dos lucros, pagar mais três ou quatroguerras do vietname”, o que significou, como alternativa, a ingerência interna continuada em paises terceiros para assegurar o aceso à matérias primas em condições privilegiadas. A culpa da nova crise petrolífera de 2008 e a necessidade de financiar os novos empreendimentos guerreiros é do “mercado livre”? sim,,,

Fundada em 1956 a Corporação Financeira Internacional (IFC) é o braço do sector privado do Banco Mundial. Originalmente aquela organização foi criada para ajudar os pequenos e médios negócios em nações com viabilidade de desenvolvimento, as quais muitas vezes tinham problemas em conseguir fundos de investimento porque os investidores os viam como demasiado arriscados. O IFC avalia as possibilidades de sucesso desses investimentos em função dos lucros, e não segundo quaisquer outros critérios de efeitos positivos ou negativos que determinado projecto possa ter ou das diferentes espécies de povos afectados em determinada comunidade. Em geral não se lideram os investidores, mas direccionam-se para “mercados em desenvolvimento seguros” apoiando de preferência, como seria de esperar, os “sindicatos” de tubarões bilionários e as corporações multinacionais que fazem o seu caminho para se converterem em monopólios cada vez mais concentrados e poderosos.
Em 2004 os 10 maiores países “agraciados” com projectos privados do IFC receberam mais de metade do dinheiro disponível, enquanto os 10 maiores projectos absorveram uma quarta parte do total dos financiamentos. Estes projectos estão concentrados em nações emergentes onde já existiam outros financiamentos privados, sendo estes a maior parte das vezes patrocinados por corporações como a cadeia Hilton ou as petrolíferas Chevron ou Exxon-Mobil.
Um dos exemplos mais conhecidos data de 2005 quando o IFC deu 2,5 biliões de dólares a uma companhia canadiana para um projecto impopular, violento e desestabilizador, as minas de ouro Marlin na Guatemala, não explicando como este beneficiaria o desenvolvimento, não levando em linha de conta o comportamento inadequado sobre o ambiente, nem sequer consultando os organismos responsáveis pela emissão de estudos ambientais, requeridos por lei e por tratados internacionais. Em terra de pobres quem tem olho de rico será rei?

por estas e por outras é que nos dá um gozo extraordinário entrar no átrio do Hotel Havana Livre (na capital de Cuba) e ver as fotografias dos revolucionários emolduradas nas paredes lembrando, em 1959, o dia seguinte da chegada à cidade, “acampados” no meio no meio do átrio de entrada de armas bagagens e tendas de campanha. Fidel Castro faria ali o posto de comando provisório da Revolução. Quando entraram o hotel estava deserto, os donos abandonaram-no, tinham fugido, certos de ter amealhado culpas no cartório a explicar ao povo explorado. Era, até à data, nada mais nada menos que o mais moderno hotel construido nas Caraíbas: o Hilton - tinha sido inaugurado seis meses antes com pompa e circunstância, com tudo o que era jet-set e máfia americana presente em grande festarola.

Acabou-se a festa, mas o ar coquete e descoroçoado da caçula Paris Hilton com as quebras no negócio, surpreendentemente (ou talvez não), uma por isto, outra pelo seu contrário, equivale-se ao ar desolado da Joana Amaral Dias quando vai atestar o depósito e não toma notas sobre as causas (nunca mencionadas) da bronca
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