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domingo, outubro 12, 2008

a crise chega à rua

como é que se consegue grelhar um sapo vivo? vai-se aquecendo o lume gradualmente e mantendo o bicho confortável, porque, se ele pressentir um aquecimento brusco salta fora

Centenas de activistas afectos ao partido anti-capitalista "Socialist Workers" manifestaram-se esta sexta-feira na "City", o bairro financeiro de Londres tentando atingir a "Royal Exchange" (o edificio da Bolsa), próxima do Banco de Inglaterra - os cartazes, protestando contra mais dinheiro do Estado para ajuda aos bancos privados, diziam expressamente: "porque haveremos de ser nós a pagar a crise deles?" a manifestação foi reprimida e os participantes alvo de tentativas de detenção por oficiais da polícia. "¿ que dinheiro? ¡ o nosso dinheiro!" foi a palavra de ordem mais ouvida; um dos manifestantes dizia aos repórteres: "se os tempos são bons, eles ganham dinheiro, se os tempos são maus, eles também ganham dinheiro".



Eles sabiam que a crise iria eclodir. Porque a provocaram de modo terrivelmente calculista. No ano de 2006, o jornalista Frank Morales, num artigo para a "Toward Freedom", tornou pública uma historia sobre George W. Bush segndo a qual esta administração se encaminharia para a implementação da lei marcial nos EUA. Segundo Morales, Bush fez isto “quando revisionou a "Acta de Insurreição", que é um conjunto de leis que limitam a capacidade do presidente para fazer intervenções com tropas dentro dos Estados Unidos. Agora a lei “permite ao Presidente declarar um estado de ‘emergencia pública’ e colocar tropas em qualquer lugar do território nacional e assumir o comando das unidades da Guarda Nacional estatal sem o consentimento do governador ou autoridades locais, para ‘suprimir alguma desordem pública". Em 2007 o artigo de Morales ganhou um prémio do "Projecto Censurado" uma organização destinada a promover as notícias que são em cada ano objecto de censura e maior ocultação pelos Media.

Em 1 de Outubro de 2008, o Pentágono, pela primera vez até agora, seleccionou uma unidade do exército para actuar especificamente dentro da área do NorthCom, a qual não tem por missão assegurar o domínio sobre zonas estrangeiras, mas sim aos próprios Estados Unidos. Quer dizer, no caso de a crise se agudizar (o que vai acontecer) e os protestos aumentarem os riscos de possiveis desordens públicas os responsáveis intentam usar as tropas nacionais contra o seu próprio povo. A unidade militar designada pelo Pentágono para este tipo de intervenções (que serão, como é evidente, segregadas pelos media) é a 3ª Brigada de Infantaria, a qual passou três dos últimos cinco anos no Iraque. Foi uma das primeiras unidades a chegar a Bagdade e esteve depois activa na reconquista e patrulhamento de Fallujah. Uma das suas especialidades é a contra- insurgência. Isto marca uma mudança na NorthCom estabelecida em 1 de Outubro de 2002. O seu sítio na internet continua a afirmar que "existem apenas forças residuais consignadas permanentemente a esta zona" mas porém "o comando será reforçado com efectivos sempre que seja necessário efectuar missões ordenadas pelo presidente ou pelo secretário da defesa" - tirado a papel químico, cães de fila do Império, percebe-se de imediato a natureza da implementação em Portugal de um comando unificado das forças militarizadas debaixo das ordens directas do chefe do Governo?, não percebe?

A jornalista Naomi Wolf (ver entrevista), reportou esta semana que “o congressista Brad Sherman da California disse que membros individuais do Congresso foram ameaçados com a implantação da lei marcial dentro de uma semana nos seus Estados, se eles não aprovassem o projecto do plano de resgate económico

¿Lei Marcial no horizonte?
pelo menos tropas norte americanas já patrulham as ruas

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