Para ver brevemente no Doc. Lisboa. Este é um tema com uma actualidade evidente, quando se questiona a capacidade dos casais homossexuais para exercer com a mesma paixão e amor a função de pais – o documentário de Llorenç Soler (2005) foca a experiência de um casal de mulheres lésbicas na Catalunha, Julia e Aida, que decidiram ter um bebé. Depois de quatro tentativas de inseminação artificial falhadas, o casal decide procurar um pai biológico. Logo à primeira tentativa, Júlia fica grávida. Ao longo de mais de um ano, seguimos então a organização desta nova família alargada, que inclui não apenas as duas mães e as suas respectivas famílias, mas também o pai biológico, o seu marido gay e outros amigos.
Estamos pois em pleno regresso às origens sociais primitivas, mas numa perspectiva inversa: enquanto as tribos ancestrais se organizavam matriacalmente para preservar as fêmeas como fonte de abastecimento sexual do grupo, as tribos pós-modernas do século XXI unem-se para salvaguardar os escassos membros viris ainda em funções. Até a um próximo clímax tecnológico da reprodução assexuada - ou seja: a reprodução bio-política de ratos votantes - "Ó caralho! Ó caralho! Quem abateu estas aves?", o poema de Joaquim Pessoa aqui
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