"a senhora parece-me doente, procura uma clínica? Não!; porque não?, porque não tenho dinheiro; é pena, porque se tivesse seguro estava safa"
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Em finais de 2007 a carteira de fundos da Segurança Social investidos em Bolsa valia 7560 milhões de euros. Até aqui aparentemente a bolha deu algum lucro (mas não deve ter dado para cobrir a inflação). Pudera que a bolha fosse mais que eterna e pudesse durar para sempre. Mas no final do Verão de 2008 foi avaliada em 8257 milhões, isto é, em menos cerca de 200 milhões que em Julho quando valia 8.460. Elementar meu caro Fernandes: segundo o Público, uma vez que a tutela se mantêm muda e queda sobre a depreciação, a causa fica a dever-se à crise e ao facto de o governo de Sócrates não se ter percatado atempadamente contra ela.
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Já estamos como diz o Mourinho: "com o agravamento da crise, o que esta malta dos tablóides quer é vender papel". Podiam ter investigado, concluído e escarrapachado em 1ª página: a peregrina ideia de jogar os fundos da Segurança Social no casino capitalista da Bolsa foi decidida e passada a lei pelo governo de Durão Barroso (hoje investido na função de próconsul bushista para a Europa), mais concretamente, redigida pelo amanuense Bagão Félix, sendo ministra das finanças Ferreira Leite. Afinal as rábulas sobre a insustentabilidade do sistema da Segurança Social que nos andaram a contar durante anos foi mais um embuste ao mesmo estilo das aldrabices compulsivas do Império do Bush. Jogaram e perderam e agora os utentes que vão roendo a fava dos cortes nos ex-direitos adquiridos.
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A velha dupla João Miranda-Daniel Oliveira discorda (como sempre e em tudo, ou não fossem eles as duas faces da mesma moeda capitalista de mercado) sobre a forma como os valores têm de ser investidos, ou dito numa perspectiva (neo) liberal: de como devem obrigatoriamente capitalizar para evitar a estagnação e a ruína (segundo o conceito imperialista global) mas o caminho é outro:
"o Decrescimento e o Dinheiro Alternativo como forma de Sustentabilidade das Economias Locais"
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