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O filme exibido em paralelo na Cordoaria é também parcial, uma vez que cria artificialmente uma “ilha Korda” (por via do tal famoso retrato) no meio do mar agitado da Cuba revolucionária, enquanto ignora outros autores de imagem, trabalhadores genuínos e não ícones dos Media. A mostra atinge finalmente o clímax com a inscrição na parede de um slide que desperta deveras a atenção: Alberto Korda teria morrido em Paris (em 2001) nos braços de uma jovem trinta anos mais nova que ele – ao que Fidel teria comentado “esse é mesmo o Korda que eu sempre conheci”.
Pois é, estes revolucionários são lixados, só querem é cobrir.
Lamenta-se, mas o verdadeiro objecto documental não é o que se apresenta na exposição “Korda, Desconhecido&Tal”. O objecto que deveria estar a ser projectado seria “KordaVision, Uma revelação Cubana”, um documentário do realizador cubano Hector Cruz Sandoval de 2005. Alberto Diaz Gutierrez Korda viveu de facto esses anos loucos 50 e 60, do rum e da moda sob a ditadura de Fulgêncio Batista, o que não impediu que viesse a ser nomeado o fotográfico oficial da revolução. Mas em conjunto com ele cresceram também grandes repórteres de imagem como, entre outros, Raúl Corrales‚ Liborio Noval e Roberto Salas, que são aqui recebidos pelo Comandante Fidel Castro - enfim, trabalhos de um colectivo que reúne imagens poderosas que causaram grande impacto por todo o mundo. Minudências que decerto não interessam aos promotores publicitários mais interessados em ícones para t-shirts
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(legendado em castelhano)
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