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sábado, janeiro 30, 2010

Orient-Occident

ao ouvir Jordi Savall interpretar os temas sacros clássicos de Oriente-Ocidente na Igreja Matriz de Santiago de Cacém fica-nos de facto a impressão que “a música e a cultura são as únicas portas que ainda podem promover o diálogo entre os povos".

Eduardo Lourenço, o velho decano que repousa há muitos anos como ícone na Fundação Luso Luso-Americana, não faz cultura, cumpre uma agenda encomendada, na qualidade de erudito que vem esgravatar na cultura popular de massas ao descrever (no recorte da Visão aqui ao lado) o sonho de messianismo imaginado em Obama que haveria de salvar o sistema imperialista norte americano. “Nós é que o entronizamos no papel”? nós quem? Os radicais de direita pró-imperialista, é evidente. Apenas eles, os que enfiam a carapuça da obamania. Então e, no parecer do intelectual virgem puritana - "no Oriente"? não precisarão também de sair da era de terror indiscriminado" que lhe vem sendo imposto?

Quem o parece ter ouvido e teve a resposta na ponta da língua foi Mohammed Moussaoui, o presidente da Comunidade Islâmica em França, quando escreveu no Le Monde: “Se existe um combate contra as práticas radicais, é também necessário um combate contra a islamofobia

sobre guerras religiosas

A propósito da frase de jesus: “pai, porque me abandonaste?”, saramago diz: “não sei porque te faço esta pergunta, se não fizeste nada mais na história do homem que abandoná-lo à sua sorte”; é uma reflexão legítima: de um ponto de vista humano, tem-se a impressão de que deus se esqueceu dos homens; quando permite o que se passa no haiti, na tetchenia, no iraque, quando permite que milhões de pessoas sofram pela ambição politica, pelo que se passa em gaza…”
(in supl. Ípsilon 29Jan.)

4 comentários:

Carlos Rocha disse...

Xatoo,

Eduardo Lourenço faz cultura, sim senhor, tal como fazem todos os lourenssos deste verde e vermelho.
A questão é, e tua também, o que é "cultura"?

xatoo disse...

Cultura é essencialmente Tradição; e a tradição entre nós é consentirmos que sejam os "intectuais cultos" a indicarem-nos a direcção da macCultura. Carlos Rocha, o que é que pensas que é a FLAD de quem esse senhor é "sócio" fundador?

Carlos Rocha disse...

Xatoo,
Por mais que esses senhores "nos"indicam, eles nunca modificarão os valores culturais das classes a que eles não pertencem, pois a cultura é intrínseca às relações e à posse dos meios de produção.
Mas que Eduardo Lourenço faz cultura, pois claro que faz, dentro dos valores culturais da classe a que pertence. E fundar grupos como a FLAD é um daqueles valores culturais.

xatoo disse...

ora nem mais! era a essa conclusão que este post queria chegar. Mas cada um terá de o descobrir por si