José Manuel Durão Barroso nega "qualquer intervenção" directa no negócio de compra dos submarinos. Efectivamente o chefe do Governo português, o então 1º ministro Durão Barroso, segundo a versão dele mesmo, apenas “foi visto no local” onde se concretizaram actos ilícitos.
O que não significa necessariamente que tenha cometido ou sido conivente com a eventual prática desses actos, (grãos de areia, práticas corruptoras consideradas normais pelas multinacionais) no caso concreto, referido pelas autoridades judiciais alemãs e relatado pelo Der Spigel, o depósito nas fiéis mãos do cônsul Jurgen Adolff do valor de 1,6 milhões destinados ao pagamento de luvas para influenciar a escolha a favor do fornecedor alemão Ferrostaal. (Uma gota de água, porque o bolo de contrapartidas em falta ascende aos 36 milhões de euros!). Quem teriam sido os destinatários da massa? Para ser distribuída pelo ministro Paulo Portas "não foi" de certeza, porque o tem negado veementemente e o povo votou nele como sendo um tipo sério. (Existem 10 suspeitos mas não é nenhum dos aqui mencionados). Ora não querem lá então ver que o espertalhão do Cônsul se abotoou com a grana? Pelo sim pelo não, o impoluto governo de Sócrates não demonstra nenhum tipo de solidariedade com este tipo de gatunagem e já despediu o… principal suspeito!: o Cônsul
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Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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quarta-feira, março 31, 2010
terça-feira, março 30, 2010
salvação colectiva? Nem pensar nisso
“Na internet ninguém busca a salvação colectiva. Pelo contrário, é o salve-se quem puder. É importante que nada se venda (sem venda) e por nada deste mundo histórias morais de saídas colectivas. Na rede virtual não há causa social, não há heroísmo, não existem utopias transformadoras. Ninguém crê em nada. Há apenas individualismos. Cada louco com o seu tema. O sistema nivelou-se por baixo, estamos no manicómio: bem vindos às Redes Sociais!” (Manuel Freytas)
O Facebook concentra a franja maioritária de internautas “não politizados” que acodem às redes sociais apenas em busca de “amigos” e de entretenimento através dos chats e da troca de mensagens banais. Não obstante, e demonstrando que as redes sociais são uma ferramenta (de comunicação) e à priori de conteúdos, um segmento minoritário, proveniente de militâncias (de distintas orientações críticas ao sistema) das organizações sociais, tenta-se filtrar uma “mensagem social” alternativa nas páginas Web do “entretenimento individualista”. Mas os grandes meios de desinformação e propaganda apostam exactamente no contrário - como, por exemplo, na estórinha do menino judeu “provavelmente desaparecido em 1942 nas câmaras de gás” que possui uma página do Facebook com milhares de “amigos” “que simbolizam os mais de seis milhões de judeus mortos no Holocausto”… visa aproximar a patranha israelo sionista dos jovens que lidam com as novas tecnologias; porém...
“actualmente é difícil mencionar-se a palavra “holocausto” sem que ela seja relacionada com a situação do “terrorismo” na Palestina. Não nos devemos esquecer que até há bem pouco tempo Nelson Mandela estava incluído na lista de terroristas dos Estados Unidos”
(André Brink)
Neste contexto, será útil conhecer as opiniões suscitadas sobre o uso da Internet e o seu significado dentro do sistema capitalista; opiniões que foram transmitidas para debate no Facebook do sociólogo Manuel Freytas, cujo resumo se publica aqui: www.iarnoticias.com
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O Facebook concentra a franja maioritária de internautas “não politizados” que acodem às redes sociais apenas em busca de “amigos” e de entretenimento através dos chats e da troca de mensagens banais. Não obstante, e demonstrando que as redes sociais são uma ferramenta (de comunicação) e à priori de conteúdos, um segmento minoritário, proveniente de militâncias (de distintas orientações críticas ao sistema) das organizações sociais, tenta-se filtrar uma “mensagem social” alternativa nas páginas Web do “entretenimento individualista”. Mas os grandes meios de desinformação e propaganda apostam exactamente no contrário - como, por exemplo, na estórinha do menino judeu “provavelmente desaparecido em 1942 nas câmaras de gás” que possui uma página do Facebook com milhares de “amigos” “que simbolizam os mais de seis milhões de judeus mortos no Holocausto”… visa aproximar a patranha israelo sionista dos jovens que lidam com as novas tecnologias; porém...
“actualmente é difícil mencionar-se a palavra “holocausto” sem que ela seja relacionada com a situação do “terrorismo” na Palestina. Não nos devemos esquecer que até há bem pouco tempo Nelson Mandela estava incluído na lista de terroristas dos Estados Unidos”
(André Brink)
a 1ª ministra de Israel Golda Meier e Richard Nixon em
Washington, logo após a guerra de conquista em 1967
Washington, logo após a guerra de conquista em 1967
Neste contexto, será útil conhecer as opiniões suscitadas sobre o uso da Internet e o seu significado dentro do sistema capitalista; opiniões que foram transmitidas para debate no Facebook do sociólogo Manuel Freytas, cujo resumo se publica aqui: www.iarnoticias.com
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segunda-feira, março 29, 2010
desfile de moda militar na H&M
a cadeia de lojas de moda sueca H&M decidiu abrir uma segunda grande superficie em Jerusalem, em Malla, o mesmo sitio de uma antiga aldeia destruida em 1948 para onde os antigos habitantes árabes e os seus descendentes na sua condição de expulsos e refugiados não podem voltar. Neste local os negócios dos "direitos do homem" hoje em dia não são um bom investimento nem dão lucros
Boicote a Israel
Boicote a Israel
água mole em pedra dura...
"Também ignoramos estas falsas transações e especulações que favorecem o sistema creditício. Uma crise só pode explicar-se como resultado de uma desproporção na produção entre o consumo dos capitalistas e a sua acumulação. A substituição do capital investido na produção, depende, em grande medida, do poder de consumo das classes não produtivas, enquanto o poder de consumo dos trabalhadores está limitado, em parte pelas leis salariais, em parte pelo facto de que são utilizados na medida em que são rentáveis para a classe capitalista. A razão última para todas as crises reside na pobreza e no consumo restringido das massas frente ao vigor da produção capitalista em desenvolver as forças produtivas como se existisse só um poder de compra absoluto da sociedade e este fosse o seu limite"
Karl Marx, O Capital, Livro III
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domingo, março 28, 2010
É preciso trabalhar, malandros!
Todos os que têm memória, (ou um bloco de notas), se recordam da subida espectacular das acções em Bolsa da Mota-Engil quando se tornou clara a vitória eleitoral do PS nas últimas eleições. É por via destas pequenas causas e efeitos que se diz que Sócrates é um mero gestor dos interesses dos monopólios empresariais no país. Para que serve o Estado controlado pelos cordelinhos destes cavalheiros?
Um interlocutor improvável neste debate, o Presidente de Cuba, dá-nos uma pista para um sistema alternativo ao “socialismo capitalista do desejo de ganho e consumo” que a maioria dos utentes do Estado pensa ser a teta onde se mama gratuitamente. Citando Raul Castro: “Socialismo significa justiça social e igualdade, de direitos e de oportunidades, não de rendimentos”
Ou de como diria Baruch Espinosa se ainda fosse vivo, “a Evolução do número de benesses não significa Progresso, isto aqui não é a Disneylândia”
Um interlocutor improvável neste debate, o Presidente de Cuba, dá-nos uma pista para um sistema alternativo ao “socialismo capitalista do desejo de ganho e consumo” que a maioria dos utentes do Estado pensa ser a teta onde se mama gratuitamente. Citando Raul Castro: “Socialismo significa justiça social e igualdade, de direitos e de oportunidades, não de rendimentos”
Ou de como diria Baruch Espinosa se ainda fosse vivo, “a Evolução do número de benesses não significa Progresso, isto aqui não é a Disneylândia”
sábado, março 27, 2010
Serventuários do Sionismo
Aviso à navegação: "O futuro do Estado judeu nunca pode depender da boa vontade até mesmo do mais importante dos homens. Israel deve sempre reservar-se o direito de se defender"
do discurso do 1º ministro da coligação de fanáticos religiosos que governa Israel.
23 de Março. Traduzido do canal you-tube da AIPAC: “Por mais de meio século, o Comité de Negócios Públicos Israelo -Americano tem trabalhado para ajudar a tornar Israel mais seguro, assegurando que os apoios americanos se mantenham fortes. De uma pequena loja nos anos 50, a AIPAC cresceu até atingir hoje os 100.000 membros activistas, enraizados num movimento nacionalista descrito pelo New York Times como “a mais importante organização afectiva (judaico) Americana no relacionamento com Israel”
No jantar de gala anual que encerra os trabalhos de redacção das directivas da organização que a criadagem porá em execução o Honorável Anthony Blair presta vassalagem ao lobie AIPAC: “habitualmente sou tido como amigo de Israel. É verdade, de facto sou, e sinto-me muito orgulhoso disso. E digo porquê: Israel é uma democracia… é uma sociedade vibrante, onde há liberdade de expressão…”. Naturalmente, como juízo de valor de um reconhecido criminoso de guerra não se poderia esperar outra coisa
a habitual contratada com largos anos de experiência, Hillary Clinton
comentário de um interveniente estadunidense no forum you-tube de publicação do vídeo (ver comentários no site da AIPAC ): “Não possso imaginar de que forma poderemos alguma vez reaver o controlo do nosso país. Desde que assassinaram John F. Kennedy, devido ao problema após a eleição com o seu vice-presidente, que o cargo não está debaixo do controlo do nosso Presidente. Desde então têm posto sempre judeus como vice-presidentes, como precaução para o caso de o Presidente não ouvir a voz de controlo não seja preciso matar os dois – isto para mim é tão linear como o caminho de Israil ir dar a Jew York”
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do discurso do 1º ministro da coligação de fanáticos religiosos que governa Israel.
23 de Março. Traduzido do canal you-tube da AIPAC: “Por mais de meio século, o Comité de Negócios Públicos Israelo -Americano tem trabalhado para ajudar a tornar Israel mais seguro, assegurando que os apoios americanos se mantenham fortes. De uma pequena loja nos anos 50, a AIPAC cresceu até atingir hoje os 100.000 membros activistas, enraizados num movimento nacionalista descrito pelo New York Times como “a mais importante organização afectiva (judaico) Americana no relacionamento com Israel”
No jantar de gala anual que encerra os trabalhos de redacção das directivas da organização que a criadagem porá em execução o Honorável Anthony Blair presta vassalagem ao lobie AIPAC: “habitualmente sou tido como amigo de Israel. É verdade, de facto sou, e sinto-me muito orgulhoso disso. E digo porquê: Israel é uma democracia… é uma sociedade vibrante, onde há liberdade de expressão…”. Naturalmente, como juízo de valor de um reconhecido criminoso de guerra não se poderia esperar outra coisa
a habitual contratada com largos anos de experiência, Hillary Clinton
comentário de um interveniente estadunidense no forum you-tube de publicação do vídeo (ver comentários no site da AIPAC ): “Não possso imaginar de que forma poderemos alguma vez reaver o controlo do nosso país. Desde que assassinaram John F. Kennedy, devido ao problema após a eleição com o seu vice-presidente, que o cargo não está debaixo do controlo do nosso Presidente. Desde então têm posto sempre judeus como vice-presidentes, como precaução para o caso de o Presidente não ouvir a voz de controlo não seja preciso matar os dois – isto para mim é tão linear como o caminho de Israil ir dar a Jew York”
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sexta-feira, março 26, 2010
Social-Democracia, o fim de um ciclo
69 mil clientes do partido social democrata votam hoje na escolha de um novo chefe de serviços. Ora este número de acólitos registados na organização significa 0,85 da população da país. Que legitimidade assiste ao “novo” líder para falar em nome “dos portugueses”? para armadilhar um discurso onde se impõe “se o governo quiser continuar por esta via terá de falar comigo, “EU não deixarei que…, “como 1º ministro não vou consentir…, etc”.
O problema destes dois fedelhos políticos, o zapatero “de direita” e o sócrates “de esquerda”, duas metades de galo de aviário para apenas um poleiro (1), é que ambos são figurinhas impostas do exterior no controlo dos dois partidos social-democratas – os únicos admitidos por escrutínio à “corporate governance” pelas estruturas dos poderes globais dominantes (2). Não existe margem de autonomia nos governos nacionais para imporem o que quer que seja, que não seja assente sobre o valor real do trabalho.
Na presente conjuntura Ignacio Ramonet desconstrói a social democracia como um ente moribundo (3), numa análise perfeitamente moderada cujo alcance não excede a recauchutagem dos partidos ditos socialistas por via da almejada coligação com a esquerda liberal pós moderna, acertando contudo no essencial:
“As recentes eleições demonstraram que a social-democracia europeia já não sabe dirigir-se aos milhões de eleitores vítimas das brutalidades do mundo pós-industrial engendrado pela globalização. Essas multidões de trabalhadores descartados, de novos pobres dos subúrbios, da geração de mil-euristas, de excluídos, de reformados em plena idade activa, de jovens precarizados, de famílias de classe média ameaçadas pela miséria. Meros empecilhos populares danificados pelo choque neoliberal… e para os quais a social-democracia não dispõe de discurso nem de remédios (…) Se faltava algum indício para demonstrar que os socialistas europeus são incapazes de propor umas politica diferente daquela que domina o seio da União Europeia, essa prova foi dada por Gordon Brown e José Luiz Zapatero quando apoiaram a vergonhosa re-eleição à presidência da Comissão Europeia o ultraliberal José Manuel Durão Barroso, o quarto homem da Cimeira dos Açores…
Em 2002 os sociais-democratas governavam em 15 paises da União Europeia. Hoje, apesar da crise financeira ter demonstrado o impasse moral, social e ecológico do ultraliberalismo, já só governam em 5 Estados (Espanha,Grécia, Hungria, Portugal e Reino Unido). Não souberam tirar partido do descalabro neoliberal; e os governos de três desses países – Espanha, Grécia e Portugal, atacados pelos mercados financeiros e afectados pela “crise da divida” – caíram no descrédito e impopularidade ainda maior quando começam a aplicar, com mão de ferro, os programas de austeridade e as politicas anti-populares exigidas pela lógica da União Europeia e seus principais descerebrados (...)
Repudiar os seus próprios fundamentos tornou-se o habitual. Faz tempo que a social democracia europeia decidiu adoptar as privatizações, estimular a redução dos encargos do Estado à custa dos cidadãos, tolerar as desigualdades, promover o prolongamento da idade de reforma, proceder ao desmantelamento do sector público, ao mesmo tempo que incentivava as concentrações e fusões das mega-empresas e auxiliava os bancos. Levam anos aceitando, sem grandes remorsos, converter-se ao social-liberalismo. Deixaram de considerar prioritários alguns dos objectivos que faziam parte do seu ADN ideológico. Por exemplo: o pleno emprego, a defesa dos bens sociais adquiridos ou a erradicação da miséria (...)”
(ler aqui o artigo completo traduzido de Le Monde Diplomatique, France)
(1) "Simbiose: para a "esquerda" não há nada melhor que a "direita"
(2) "FMI entra na Zona Euro"
(3) "eurozona em crise; guerra financeira: o dólar segue o seu implacável avanço contra o euro"
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O problema destes dois fedelhos políticos, o zapatero “de direita” e o sócrates “de esquerda”, duas metades de galo de aviário para apenas um poleiro (1), é que ambos são figurinhas impostas do exterior no controlo dos dois partidos social-democratas – os únicos admitidos por escrutínio à “corporate governance” pelas estruturas dos poderes globais dominantes (2). Não existe margem de autonomia nos governos nacionais para imporem o que quer que seja, que não seja assente sobre o valor real do trabalho.
Na presente conjuntura Ignacio Ramonet desconstrói a social democracia como um ente moribundo (3), numa análise perfeitamente moderada cujo alcance não excede a recauchutagem dos partidos ditos socialistas por via da almejada coligação com a esquerda liberal pós moderna, acertando contudo no essencial:
“As recentes eleições demonstraram que a social-democracia europeia já não sabe dirigir-se aos milhões de eleitores vítimas das brutalidades do mundo pós-industrial engendrado pela globalização. Essas multidões de trabalhadores descartados, de novos pobres dos subúrbios, da geração de mil-euristas, de excluídos, de reformados em plena idade activa, de jovens precarizados, de famílias de classe média ameaçadas pela miséria. Meros empecilhos populares danificados pelo choque neoliberal… e para os quais a social-democracia não dispõe de discurso nem de remédios (…) Se faltava algum indício para demonstrar que os socialistas europeus são incapazes de propor umas politica diferente daquela que domina o seio da União Europeia, essa prova foi dada por Gordon Brown e José Luiz Zapatero quando apoiaram a vergonhosa re-eleição à presidência da Comissão Europeia o ultraliberal José Manuel Durão Barroso, o quarto homem da Cimeira dos Açores…
Em 2002 os sociais-democratas governavam em 15 paises da União Europeia. Hoje, apesar da crise financeira ter demonstrado o impasse moral, social e ecológico do ultraliberalismo, já só governam em 5 Estados (Espanha,Grécia, Hungria, Portugal e Reino Unido). Não souberam tirar partido do descalabro neoliberal; e os governos de três desses países – Espanha, Grécia e Portugal, atacados pelos mercados financeiros e afectados pela “crise da divida” – caíram no descrédito e impopularidade ainda maior quando começam a aplicar, com mão de ferro, os programas de austeridade e as politicas anti-populares exigidas pela lógica da União Europeia e seus principais descerebrados (...)
Repudiar os seus próprios fundamentos tornou-se o habitual. Faz tempo que a social democracia europeia decidiu adoptar as privatizações, estimular a redução dos encargos do Estado à custa dos cidadãos, tolerar as desigualdades, promover o prolongamento da idade de reforma, proceder ao desmantelamento do sector público, ao mesmo tempo que incentivava as concentrações e fusões das mega-empresas e auxiliava os bancos. Levam anos aceitando, sem grandes remorsos, converter-se ao social-liberalismo. Deixaram de considerar prioritários alguns dos objectivos que faziam parte do seu ADN ideológico. Por exemplo: o pleno emprego, a defesa dos bens sociais adquiridos ou a erradicação da miséria (...)”
(ler aqui o artigo completo traduzido de Le Monde Diplomatique, France)
(1) "Simbiose: para a "esquerda" não há nada melhor que a "direita"
(2) "FMI entra na Zona Euro"
(3) "eurozona em crise; guerra financeira: o dólar segue o seu implacável avanço contra o euro"
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quinta-feira, março 25, 2010
os 5 melhores livros politicos de sempre
(segundo comentadores convidados pela revista Time)
o espectro do Socialismo fora da gaveta varre a Europa:
1. O Manifesto Comunista
a estrutura económica imperialista:
2. The Progressive Dilemma: From Lloyd George to Blair
a globalização do Império britânico:
3. Phineas Finn, The Irish Member
de como a Europa do norte se libertou do Papa:
4. Wolf Hall
a orquestração das campanhas presidenciais no Império global:
5. Fear and Loathing on the Campaign Trail
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o espectro do Socialismo fora da gaveta varre a Europa:
1. O Manifesto Comunista
a estrutura económica imperialista:
2. The Progressive Dilemma: From Lloyd George to Blair
a globalização do Império britânico:
3. Phineas Finn, The Irish Member
de como a Europa do norte se libertou do Papa:
4. Wolf Hall
a orquestração das campanhas presidenciais no Império global:
5. Fear and Loathing on the Campaign Trail
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Portugal no Mundo (via CNN)
* os PIGS (com P de Problema) na berlinda. Os défices da Grécia e de Portugal estão na origem da queda do Euro
* Vítor Constâncio foi examinado anteontem no Parlamento Europeu: Não deve nada
- Proceda à informação dos factos mas de forma que não se entenda
- não se preocupe ... * no Resistir:
"As privatizações, quando se iniciaram no tempo do primeiro-ministro Cavaco foram apresentadas como forma de redução da dívida pública que, em 1985 correspondia a 53.1% do PIB, após um "acordo de regime" com Constâncio, então chefe do PS. A verdade é que, a dívida directa do Estado teve esta evolução, em % do PIB:
* Vítor Constâncio foi examinado anteontem no Parlamento Europeu: Não deve nada
- Proceda à informação dos factos mas de forma que não se entenda
- não se preocupe ... * no Resistir:
"As privatizações, quando se iniciaram no tempo do primeiro-ministro Cavaco foram apresentadas como forma de redução da dívida pública que, em 1985 correspondia a 53.1% do PIB, após um "acordo de regime" com Constâncio, então chefe do PS. A verdade é que, a dívida directa do Estado teve esta evolução, em % do PIB:
quarta-feira, março 24, 2010
promover a literacia
Isabel Alçada, ainda enquanto responsável pelo Plano Nacional de Leitura, deu uma entrevista ao Jornal de Letras em finais de 2008 onde rezava assim: “Não é uma questão de moda, mas uma convicção profunda de que há um valor social intrínseco nesta actividade de promover a leitura (…) os neurologistas descobriram que a formação das sinapses a quem são lidos livros desde criança é muito mais intensiva do que as que não têm prática de leitura. Isto alerta-nos para a importância enorme da educação (…) Passado um ano e picos, com Alçada já içada a Ministra, ela e a outra senhora que faz capa de hoje no “P” responsáveis pela Educação e Cultura, assistem impávidas à queima de milhares de livros pela maior editora do país.
Do “quero que a Leya se fôda” de Miguel Esteves Cardoso do dia seguinte, até aos ministérios [com um improvável intermezzo pela Feria del Libro de LaCabaña onde se compra um Kaplan de 460 páginas por 1 euro] neste país a impotência para foder o que quer que seja é notória. Isto porque o livro é apenas uma mercadoria como tantas outras que são lançadas na combustão lenta do mercado livre - de onde o Estado extrai receitas. Depois de impresso, mesmo que seja oferecido, cada livro paga 15 por cento ao fisco, ou seja, um belo contributo para a massa inerte dos salários na Corte cultural. Bem faz a ministra, segundo guia da inglesa George Eliot: “neste mundo, são aqueles que aproveitam a oportunidade que têm as oportunidades”. Por mais, Isabel Alçada aproveita bem os tempos livres, publicando ontem mais uma histórinha com o gostoso titulo de marca de classe ideológica “uma aventura em... Pulo do Lobo”; precisamente no mirífico sitio onde o cavaquismo se mandou junto com o país de cabeça para baixo contra um rochedo. Mais uma foda subliminar nas sinapses das crianças…
Do “quero que a Leya se fôda” de Miguel Esteves Cardoso do dia seguinte, até aos ministérios [com um improvável intermezzo pela Feria del Libro de LaCabaña onde se compra um Kaplan de 460 páginas por 1 euro] neste país a impotência para foder o que quer que seja é notória. Isto porque o livro é apenas uma mercadoria como tantas outras que são lançadas na combustão lenta do mercado livre - de onde o Estado extrai receitas. Depois de impresso, mesmo que seja oferecido, cada livro paga 15 por cento ao fisco, ou seja, um belo contributo para a massa inerte dos salários na Corte cultural. Bem faz a ministra, segundo guia da inglesa George Eliot: “neste mundo, são aqueles que aproveitam a oportunidade que têm as oportunidades”. Por mais, Isabel Alçada aproveita bem os tempos livres, publicando ontem mais uma histórinha com o gostoso titulo de marca de classe ideológica “uma aventura em... Pulo do Lobo”; precisamente no mirífico sitio onde o cavaquismo se mandou junto com o país de cabeça para baixo contra um rochedo. Mais uma foda subliminar nas sinapses das crianças…
a chicken race
"(...) os problemas da Grécia são realmente os problemas da Alemanha. Os problemas da Alemanha são realmente os problemas dos Estados Unidos. E os problemas dos Estados Unidos são realmente os problemas do mundo. Analisar quem fez o quê nos últimos dez anos é de longe menos útil do que discutir o que pode ser feito - se é que algo se pode fazer - nos próximos dez anos. O que está a ocorrer é um "game of chicken" mundial [em que dois condutores aceleram um em direcção ao outro e perde o primeiro a desviar-se] . Todos parecem estar à espera para ver quem vacila primeiro. Alguém vai cometer um erro. Então vai acontecer aquilo que Barry Eichengreen chamou de "a mãe de todas as crises financeiras". Até a China vai ser afectada por esta" Immanuel Wallerstein, no Esquerda.Net
terça-feira, março 23, 2010
se não comprares o seguro de saúde obrigatório vais preso
A batalha de meses pela reforma do sistema de saúde de Obama deixa perplexas as mentes que ingenuamente acreditam na bondade do pantanoso “socialismo neoliberal”. A nova oportunidade de acesso universal aos cuidados de saúde nos EUA é fundamentalmente a de captar 49 milhões de novas apólices a efectuar por companhias de seguros privadas.
Numa sociedade livre que vive aprisionada pelo embuste do capitalismo de concentração de monopólios geridos pelo Estado existe escolha??? De acordo com a nova Lei HR 3962, que passou (depois de inúmeras concessões) na Câmara de Representantes pela escassa margem 219 votos contra 212, a opção é entre comprar o seguro obrigatório ou ir para a cadeia. Ora tal “escolha” configura um modelo ditatorial próximo do (para os republicanos vergonhoso) sistema universal gratuito de saúde que vigora em Cuba - nos EUA não será assim, toda a gente tem de pagar o preço das novas facilidades de acesso caso precise de cuidados médicos. A imposição da tirania económica desta “mudança” configura as aspirações dos milhões de eleitores que depositaram a sua esperança na imaculada imagem de Obama? Claro que não!
Mas é isto que passa por ser a reforma dos velhos maus Estados Unidos para os bons Estados Unidos de 2010. Os políticos que importam as virtudes dos hospitais privados não vêm nada de anormal nisto e os media fazem o seu trabalho de silenciar a questão de fundo. A porta voz da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, em conferência de imprensa em Novembro de 2009, admite que para quem se recusar a comprar os seguros de saúde obrigatórios a prisão por cinco anos e coimas de 250 mil dólares (implícitas na Lei) serão penas justamente aplicáveis:
Obama também foi inquirido por Jake Tapper, ao que respondeu “concisamente” qualquer coisa como: “Não estou bem certo que a pergunta que me faz neste momento seja a mais importante”. Uma vez implementado este plano governamental, como outros programas de reanimação da falida economia, o seu custo permanente deverá custar três vezes mais que as previsões anunciadas, qualquer coisa que totaliza mais de 3 triliões de dólares, a acrescentar aos gastos com o défice. Num país em crise o que estará por trás da passagem de mais um balão de soro para tentar reanimar o cadáver com a obrigação dos contribuintes serem obrigados a a comprar seguros de saúde a usar nos hospitais privados??? (como se cada individuo pudesse ser avaliado como um automóvel)
Walter Burien explicou há uns meses, como em todas as outras áreas financeiras (video), um vasto esquema oculto funcionou sobre as acções das companhias de seguros; e de como as agências governamentais em cada cidade, Estado ou pequena comunidade, colaboraram colectivamente na ocultação de triliões de dólares não inscritos nos livros de contabilidade inflacionando de forma fictícia o volume de negócios e o valor em bolsa das seguradoras. Depois rebentou. Quais serão agora os investimentos favoritos dos governos ao serviço das empresas para reabilitar os escombros? Investir com o aval do Estado que assegura as receitas, em companhias de seguros! Obrigatoriamente consignado por Lei.
Numa sociedade livre que vive aprisionada pelo embuste do capitalismo de concentração de monopólios geridos pelo Estado existe escolha??? De acordo com a nova Lei HR 3962, que passou (depois de inúmeras concessões) na Câmara de Representantes pela escassa margem 219 votos contra 212, a opção é entre comprar o seguro obrigatório ou ir para a cadeia. Ora tal “escolha” configura um modelo ditatorial próximo do (para os republicanos vergonhoso) sistema universal gratuito de saúde que vigora em Cuba - nos EUA não será assim, toda a gente tem de pagar o preço das novas facilidades de acesso caso precise de cuidados médicos. A imposição da tirania económica desta “mudança” configura as aspirações dos milhões de eleitores que depositaram a sua esperança na imaculada imagem de Obama? Claro que não!
Mas é isto que passa por ser a reforma dos velhos maus Estados Unidos para os bons Estados Unidos de 2010. Os políticos que importam as virtudes dos hospitais privados não vêm nada de anormal nisto e os media fazem o seu trabalho de silenciar a questão de fundo. A porta voz da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, em conferência de imprensa em Novembro de 2009, admite que para quem se recusar a comprar os seguros de saúde obrigatórios a prisão por cinco anos e coimas de 250 mil dólares (implícitas na Lei) serão penas justamente aplicáveis:
Obama também foi inquirido por Jake Tapper, ao que respondeu “concisamente” qualquer coisa como: “Não estou bem certo que a pergunta que me faz neste momento seja a mais importante”. Uma vez implementado este plano governamental, como outros programas de reanimação da falida economia, o seu custo permanente deverá custar três vezes mais que as previsões anunciadas, qualquer coisa que totaliza mais de 3 triliões de dólares, a acrescentar aos gastos com o défice. Num país em crise o que estará por trás da passagem de mais um balão de soro para tentar reanimar o cadáver com a obrigação dos contribuintes serem obrigados a a comprar seguros de saúde a usar nos hospitais privados??? (como se cada individuo pudesse ser avaliado como um automóvel)
Walter Burien explicou há uns meses, como em todas as outras áreas financeiras (video), um vasto esquema oculto funcionou sobre as acções das companhias de seguros; e de como as agências governamentais em cada cidade, Estado ou pequena comunidade, colaboraram colectivamente na ocultação de triliões de dólares não inscritos nos livros de contabilidade inflacionando de forma fictícia o volume de negócios e o valor em bolsa das seguradoras. Depois rebentou. Quais serão agora os investimentos favoritos dos governos ao serviço das empresas para reabilitar os escombros? Investir com o aval do Estado que assegura as receitas, em companhias de seguros! Obrigatoriamente consignado por Lei.
segunda-feira, março 22, 2010
"Votos ou Bombas" a falsa dicotomia do bloco central espanhol
No comunicado que a ETA remeteu ontem para publicação ao jornal online Gara dirigido à cidadania basca sobre a situação no Euskal Herria, a organização armada pela soberania afirma “a sua total disposição para dar os passos que sejam necessários para favorecer a mudança politica”, para o qual se inclui uma declaração em sete pontos.
Começa por expressar “o respeito por todos os agentes que nos últimos tempos num contexto marcado por uma dura situação repressiva e de pressão politico mediática têm logrado intentar uma nova dinâmica em favor da autonomia e independência do Pais Basco”. Pede a esses agentes que assumam que “para construir um cenário democrático que garante o futuro de Heuskal Herria é necessário dar passos seguros e adquirir compromissos firmes”. Por isso a ETA faz “uma chamada à participação de todas as mulheres e homens bascos para que lutem pelo seu país, já que considera que a activação social é a principal garantia para avançar nesse sentido”. A ETA manifesta a sua disposição de “dar os passos necessários dentro do espaço que lhe corresponde”, afirma-se no 4º ponto, reiterando em seguida “a sua vontade para resolver o conflito” adiantando que a sua tarefa é "alcançar uma formulação de consenso para a construção sobre bases sólidas o processo democrático que inclua garantias para que se possa levar a cabo esse exercício de decisão”. Tal só pode ser feito com a atitude de falar ao povo com transparência e honestidade contraposta à intoxicação informativa que no juízo dos independentistas “o governo espanhol converteu num importante instrumento politico”
Por último, a ETA reafirma o seu “compromisso que assumiu há 50 anos para assegurar que continuará lutando firmemente por Euskal Herria. Não desistimos até alcançar a liberdade”
O factor psicológico
Na primeira parte do texto a ETA analisa o que têm sido as consequências do ataque generalizado que o governo espanhol desencadeou contra o País Basco desde que o último processo de integração fracassou. Responsabiliza o executivo espanhol de ter cerrado a porta a uma oportunidade para uma solução democrática e de haver optado por estender a todos os campos uma ofensiva repressiva sem limites. A ETA considera que a esquerda pela liberdade é o único objectivo dessa ofensiva “porque desde há trinta anos conseguiu que se tornasse impossível a assimilação do povo basco em França e na Espanha e porque foi a única organização a lograr manter um caminho aberto para a independência e liberdade”. A imposição do “estado de excepção” em Euskal Herria, a ilegalização de organizações politicas, a detenção de militantes, o endurecimento da crueldade contra os presos políticos, os casos de sequestro de cidadãos e os interrogatórios clandestinos, desenham ali de forma precisa os direitos civis e políticos, para além da estratégia de controlar a situação pela via do terror psicológico. A ETA contesta pela enésima vez que o Estado espanhol possa vender a fantasiosa solução de uma saída policial para a resolução da questão basca: “estamos acostumados às mentiras e propaganda de guerra do ministro do Interior para desfigurar a realidade com frases pomposas que pretendem desviar o debate – ele sabe muito bem que, ontem como hoje, a única via que garantirá o fim da resistência basca é o reconhecimento dos direitos de Euskal Herria. A sua última patranha é a dicotomia “votos ou bombas” e nós respondemo-lhe em concreto: Votos!, como método democrático sem limites nem ingerências na materialização dos projectos da autonomia dos nossos cidadãos. Dar a palavra ao povo para decidirmos o nosso futuro” Este é o ponto que está na base do conflito, para a qual a luta dos cidadãos deve contribuir para que possa ser superado.
(ver declaração original no "Gara")
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Começa por expressar “o respeito por todos os agentes que nos últimos tempos num contexto marcado por uma dura situação repressiva e de pressão politico mediática têm logrado intentar uma nova dinâmica em favor da autonomia e independência do Pais Basco”. Pede a esses agentes que assumam que “para construir um cenário democrático que garante o futuro de Heuskal Herria é necessário dar passos seguros e adquirir compromissos firmes”. Por isso a ETA faz “uma chamada à participação de todas as mulheres e homens bascos para que lutem pelo seu país, já que considera que a activação social é a principal garantia para avançar nesse sentido”. A ETA manifesta a sua disposição de “dar os passos necessários dentro do espaço que lhe corresponde”, afirma-se no 4º ponto, reiterando em seguida “a sua vontade para resolver o conflito” adiantando que a sua tarefa é "alcançar uma formulação de consenso para a construção sobre bases sólidas o processo democrático que inclua garantias para que se possa levar a cabo esse exercício de decisão”. Tal só pode ser feito com a atitude de falar ao povo com transparência e honestidade contraposta à intoxicação informativa que no juízo dos independentistas “o governo espanhol converteu num importante instrumento politico”
Por último, a ETA reafirma o seu “compromisso que assumiu há 50 anos para assegurar que continuará lutando firmemente por Euskal Herria. Não desistimos até alcançar a liberdade”
O factor psicológico
Na primeira parte do texto a ETA analisa o que têm sido as consequências do ataque generalizado que o governo espanhol desencadeou contra o País Basco desde que o último processo de integração fracassou. Responsabiliza o executivo espanhol de ter cerrado a porta a uma oportunidade para uma solução democrática e de haver optado por estender a todos os campos uma ofensiva repressiva sem limites. A ETA considera que a esquerda pela liberdade é o único objectivo dessa ofensiva “porque desde há trinta anos conseguiu que se tornasse impossível a assimilação do povo basco em França e na Espanha e porque foi a única organização a lograr manter um caminho aberto para a independência e liberdade”. A imposição do “estado de excepção” em Euskal Herria, a ilegalização de organizações politicas, a detenção de militantes, o endurecimento da crueldade contra os presos políticos, os casos de sequestro de cidadãos e os interrogatórios clandestinos, desenham ali de forma precisa os direitos civis e políticos, para além da estratégia de controlar a situação pela via do terror psicológico. A ETA contesta pela enésima vez que o Estado espanhol possa vender a fantasiosa solução de uma saída policial para a resolução da questão basca: “estamos acostumados às mentiras e propaganda de guerra do ministro do Interior para desfigurar a realidade com frases pomposas que pretendem desviar o debate – ele sabe muito bem que, ontem como hoje, a única via que garantirá o fim da resistência basca é o reconhecimento dos direitos de Euskal Herria. A sua última patranha é a dicotomia “votos ou bombas” e nós respondemo-lhe em concreto: Votos!, como método democrático sem limites nem ingerências na materialização dos projectos da autonomia dos nossos cidadãos. Dar a palavra ao povo para decidirmos o nosso futuro” Este é o ponto que está na base do conflito, para a qual a luta dos cidadãos deve contribuir para que possa ser superado.
(ver declaração original no "Gara")
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domingo, março 21, 2010
Help Me
You got to help me
I can't do it all by myself
You got to help me, baby
I can't do it all by myself
You know if you don't help me darling
I'll have to find myself somebody else
I may have to wash
I may have to sew
I may have to cook
I might mop the floor
But you help me babe
You know if you don't help me darling
I'll find myself somebody else...
sábado, março 20, 2010
fetiches
"Reificação" é o processo pelo qual os relacionamentos sociais se transformam em relações entre coisas, por exemplo quando a nossa identidade individual passa a ser definida ou regulamentada como "commodities" que adquirimos - por exemplo, o último modelo de telemóvel, um par de sapatos da última moda, um aparelho de TV de alta definição, etc. A "Desreificação" apelará para nos libertarmos dos termos fixados pelo mercado para os produtos em cujo valor o estatuto social da própria pessoa acaba por se integrar - o que passa pelo regresso ao nosso controlo da capacidade de desmontar esse misterioso processo de mercado" (Fredric Jameson, Valences of the Dialectic)
"Quem estiver minímamente atento e informado chegará à conclusão de que não vale a pena trabalhar em Portugal. De facto, quando se verifica a diferença de tratamento fiscal entre os rendimentos do trabalho e os de capitais, chega-se logo a essa evidência. Fiscalmente fomenta-se o ócio em vez do trabalho. Quem tiver sido bafejado pelo euromilhões em, or exemplo, cinco milhões de euros e aplique esse montante num depósito a prazo a uma taxa, digamos, de 1,5%, obterá um rendimento anual de 75 mil euros. Sobre este montante incidirá uma taxa de IRS de 20%. Por outro lado, se esses 75 mil euros forem obtidos a trabalhar, a taxa já será de 42%!!! - isto parece justo? Quem tiver património e "apenas" uns milhões a render no banco, mas não tiver rendimentos, poderá ser considerado como "pobre" e assim aceder a todos os apoios sociais, até ao rendimento mínimo de inserção... (Paulo Conde, no DN)
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Promover o Ócio
"Quem estiver minímamente atento e informado chegará à conclusão de que não vale a pena trabalhar em Portugal. De facto, quando se verifica a diferença de tratamento fiscal entre os rendimentos do trabalho e os de capitais, chega-se logo a essa evidência. Fiscalmente fomenta-se o ócio em vez do trabalho. Quem tiver sido bafejado pelo euromilhões em, or exemplo, cinco milhões de euros e aplique esse montante num depósito a prazo a uma taxa, digamos, de 1,5%, obterá um rendimento anual de 75 mil euros. Sobre este montante incidirá uma taxa de IRS de 20%. Por outro lado, se esses 75 mil euros forem obtidos a trabalhar, a taxa já será de 42%!!! - isto parece justo? Quem tiver património e "apenas" uns milhões a render no banco, mas não tiver rendimentos, poderá ser considerado como "pobre" e assim aceder a todos os apoios sociais, até ao rendimento mínimo de inserção... (Paulo Conde, no DN)
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sexta-feira, março 19, 2010
a Isenção do clã Soares-Trocas-te
“a mitomania popular tem dificuldade em aceitar o encadeamento dos factos consistentes por si sós sem os converter em figuras mais ou menos desfiguradas de marionetas manipuladas por trás ou por baixo por fios e mãos invisíveis. Claro que o segredo vigente na maçonaria e operante à sua volta contribuiu para preencher a sua obscuridade com cenas fantásticas de realidade mais imaginária do que objectiva e extra-mental”
in “A Trama Maçónica”, Manuel Guerra, edit. Principia, Setº 2008
A confirmar-se que o jovem turco Rui Pedro Soares é sobrinho de Mário Soares fica meio explicada a habilidade natural para o boy socialista, destacado para uma empresa pública de capital importância, ter levado para casa em 2009 o tal milhão e meio de euros: competência económica em liberdade!
Fazendo parte do clã pai da pátria (neste caso fica também a ser o tio) não haverá o habitual burburinho que acaba normalmente como o jogo do boneco sempre-em-pé
Ainda que uma modesta "abelha" na conspiração maçónica, nem quedas em desgraça, faltas de declarações de rendimentos, perda de cargos recicláveis, ignorância da lei, escândalos, controlos de meios de comunicação oficiosos, direito ao uso de fortunas vitalícias subtraídas aos bens públicos, até a falada ascenção do jovem sem habilitações ao cargo de governador do Banco de Portugal se pode ultrapassar com a invenção de um diploma de um daqueles cursos rápidos que resolvem capacidades. Já não seria o primeiro caso ...
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in “A Trama Maçónica”, Manuel Guerra, edit. Principia, Setº 2008
A confirmar-se que o jovem turco Rui Pedro Soares é sobrinho de Mário Soares fica meio explicada a habilidade natural para o boy socialista, destacado para uma empresa pública de capital importância, ter levado para casa em 2009 o tal milhão e meio de euros: competência económica em liberdade!
Fazendo parte do clã pai da pátria (neste caso fica também a ser o tio) não haverá o habitual burburinho que acaba normalmente como o jogo do boneco sempre-em-pé
Ainda que uma modesta "abelha" na conspiração maçónica, nem quedas em desgraça, faltas de declarações de rendimentos, perda de cargos recicláveis, ignorância da lei, escândalos, controlos de meios de comunicação oficiosos, direito ao uso de fortunas vitalícias subtraídas aos bens públicos, até a falada ascenção do jovem sem habilitações ao cargo de governador do Banco de Portugal se pode ultrapassar com a invenção de um diploma de um daqueles cursos rápidos que resolvem capacidades. Já não seria o primeiro caso ...
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quinta-feira, março 18, 2010
Como seriam os 'dissidentes' de Cuba tratados noutros países?
O governo dos Estados Unidos mantém uma guerra aberta e declarada contra Cuba, com o objectivo de derrubar o sistema político e social vigente na ilha. Para isso, destinou, só nos anos 2007 e 2008, 45,7 US$ milhões de dólares para os chamados "dissidentes", e outros US$ 100 para organizações radicadas nos Estados Unidos que actuam, em muitos casos, como financiadores intermediários dos mesmos. Os delitos dos chamados "dissidentes", portanto, não têm nada a ver com a liberdade de expressão, mas com colaboração com uma superpotência estrangeira inimiga. A organização Amnistia Internacional também qualifica com estes termos estas pessoas. Porém, o que há de correcto em tudo isso? (a causa é antiga, ver Salim Lamrani “Las contradicciones de Amnistía Internacional”, no Rebelión de 7 de maio de 2008)
Mas o que aconteceria noutros países com pessoas com actuações semelhantes?
Mas o que aconteceria noutros países com pessoas com actuações semelhantes?
50 anos de actividades contra revolucionárias contra Cuba
o vídeo que o Carlos Vidal publica originário dos camaradas da Ertzaintza é esclarecedor quanto aos métodos empregues na gestão da segurança interna quando se compara a actuação das forças da ordem em Cuba com as “democracias” euro-gringas. É decerto respaldados pelas meritórias actuações das “nossas” policias de choque que disparam armas de fogo indiscriminadamente sobre quem desafie a autoridade e criminaliza toda a dissidência que a União Europeia se permite distribuir para publicação às agências de comunicação cabeçalhos de propaganda imoral como este: “Bruxelas condena "brutalidade" da polícia cubana contra "Damas de Branco"
Diz-se que as Damas de Blanco apoiantes dos 200 presos políticos cubanos iniciaram em Havana a celebração da "primavera negra" de 2003, quando a administração Bush intensificou as acções terroristas contra Cuba e o cerco económico à ilha que levaram as autoridades a tomar medidas drásticas na luta pela manutenção da soberania do Estado. De facto Bush foi uma insignificância datada. Faz hoje dia 17 de Março precisamente 50 anos que a intenção de derrubar a Revolução em Cuba se tornou politica oficial dos Estados Unidos quando o presidente Dwight David Eisenhower aprovou o “programa de acção encoberta contra o regime de Castro”. O documento tem a data de 17 de Março de 1960 (escassos 14 meses após a fuga em pânico dos interesses norte americanos de Cuba onde na época detinham 90% da economia) Actualmente já desclassificado, o documento foi produzido pela Agência Central de Informações (CIA) e está depositado no Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington. (cujo fac-simile pode ser lido aqui)
Estabelecia-se então como politica oficial as diversas acções secretas com o objectivo de derrubar a jovem Revolução cubana, resumidas em três pontos:
• a formação de uma organização cubana no exílio para proporcionar uma cobertura às operações levadas a cabo pela CIA
• Iniciar a ofensiva propagandística internacional em nome da Oposição e criar dentro de Cuba um aparelho clandestino de recolha de dados e compilação de informação e acção que respondia perante a direcção da organização no exílio.
• Desenvolver fora de Cuba uma pequena força paramilitar para ser introduzida na ilha com a finalidade de organizar, treinar e dirigir os potenciais grupos da resistência. (programa que culminou com o fiasco da Baía dos Porcos)
O que é que mudou nestes 50 anos? Apenas os presidentes norte americanos dentro da alternância entre os dois partidos únicos. O restante nas intenções mantêm-se incólume. Assim como a resistência em Cuba contra a ingerência externa (video). Por isso a simples comparação de meios é insuficiente para explicar o que se passa na actualidade. O vídeo foi originalmente publicado no sitio CubaDebate complementado com informação onde se foca a actividade semi-clandestina de agentes da diplomacia estrangeira:
Com aparições subrrepticias no vídeo filmado no centro de Havana constam: os diplomatas europeus Volker Pellet, amigo pessoal da blogger Yoani Sanchez, funcionário da embaixada da Alemanha, e Frantisek Fleisman, terceiro secretário da embaixada da República Checa. Os dois mais importantes personagens em aberta colaboração com os grupos contra- revolucionários organizados e financiados pelos EUA e por algumas nações da União Europeia (com especial ênfase para a Espanha de Aznar&Zapatero). O diplomata britânico Chris Stimpson assegurou à BBC que estava ali apenas como “observador para monotorizar os “direitos humanos” e a “liberdade de expressão”. Sem qualquer dúvida, não soube responder se essa “observação” é uma prática habitual também noutros países. São ainda presenças habituais nos apoios às “Damas de Blanco”, Lowell Dale Lawton segundo secretário e Kathleen Duffy assistente da organização politico-económica SINA.
(fonte: CubaDebate)
em actualização
o norte americano Alan Gross abusou da paciência das autoridades de Cuba e está preso desde Dezembro
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Diz-se que as Damas de Blanco apoiantes dos 200 presos políticos cubanos iniciaram em Havana a celebração da "primavera negra" de 2003, quando a administração Bush intensificou as acções terroristas contra Cuba e o cerco económico à ilha que levaram as autoridades a tomar medidas drásticas na luta pela manutenção da soberania do Estado. De facto Bush foi uma insignificância datada. Faz hoje dia 17 de Março precisamente 50 anos que a intenção de derrubar a Revolução em Cuba se tornou politica oficial dos Estados Unidos quando o presidente Dwight David Eisenhower aprovou o “programa de acção encoberta contra o regime de Castro”. O documento tem a data de 17 de Março de 1960 (escassos 14 meses após a fuga em pânico dos interesses norte americanos de Cuba onde na época detinham 90% da economia) Actualmente já desclassificado, o documento foi produzido pela Agência Central de Informações (CIA) e está depositado no Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington. (cujo fac-simile pode ser lido aqui)
Estabelecia-se então como politica oficial as diversas acções secretas com o objectivo de derrubar a jovem Revolução cubana, resumidas em três pontos:
• a formação de uma organização cubana no exílio para proporcionar uma cobertura às operações levadas a cabo pela CIA
• Iniciar a ofensiva propagandística internacional em nome da Oposição e criar dentro de Cuba um aparelho clandestino de recolha de dados e compilação de informação e acção que respondia perante a direcção da organização no exílio.
• Desenvolver fora de Cuba uma pequena força paramilitar para ser introduzida na ilha com a finalidade de organizar, treinar e dirigir os potenciais grupos da resistência. (programa que culminou com o fiasco da Baía dos Porcos)
O que é que mudou nestes 50 anos? Apenas os presidentes norte americanos dentro da alternância entre os dois partidos únicos. O restante nas intenções mantêm-se incólume. Assim como a resistência em Cuba contra a ingerência externa (video). Por isso a simples comparação de meios é insuficiente para explicar o que se passa na actualidade. O vídeo foi originalmente publicado no sitio CubaDebate complementado com informação onde se foca a actividade semi-clandestina de agentes da diplomacia estrangeira:
Com aparições subrrepticias no vídeo filmado no centro de Havana constam: os diplomatas europeus Volker Pellet, amigo pessoal da blogger Yoani Sanchez, funcionário da embaixada da Alemanha, e Frantisek Fleisman, terceiro secretário da embaixada da República Checa. Os dois mais importantes personagens em aberta colaboração com os grupos contra- revolucionários organizados e financiados pelos EUA e por algumas nações da União Europeia (com especial ênfase para a Espanha de Aznar&Zapatero). O diplomata britânico Chris Stimpson assegurou à BBC que estava ali apenas como “observador para monotorizar os “direitos humanos” e a “liberdade de expressão”. Sem qualquer dúvida, não soube responder se essa “observação” é uma prática habitual também noutros países. São ainda presenças habituais nos apoios às “Damas de Blanco”, Lowell Dale Lawton segundo secretário e Kathleen Duffy assistente da organização politico-económica SINA.
(fonte: CubaDebate)
em actualização
o norte americano Alan Gross abusou da paciência das autoridades de Cuba e está preso desde Dezembro
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quarta-feira, março 17, 2010
perante a globalização da enxurrada de papel financeiro impresso
nem os pataratas reformistas “de esquerda” escapam à diabolização
Desde os adeptos do conservadorismo até ao mais ferrenho liberal e outros hibridos, todos já perceberam que foi a especulação financeira que esteve e está na origem da presente crise. E quando a percepção destas coisas cai em cima do homem de rua, como diria Voltaire, está tudo perdido. Ainda bem. Mais que uma situação transitória da qual se possa recuperar mais ou menos rápido (pela miragem da retoma), a crise ainda agora está a começar - trata-se de uma crise do capitalismo em si mesmo, um sistema de criação de valor que tem obrigatoriamente de crescer exponencialmente sob pena de implodir (cujos sinais aliás se vêem diariamente), dado a impossibilidade de produzir cada vez mais sem que haja poder de compra nem clientes para adquirir as mercadorias e serviços oriundos das referidas condições de sobreprodução. Portanto a lógica do capitalismo de catástrofe social é simples – como clama o cartaz dos manifestantes em Wall Street na foto – se não existem compradores com capacidade de consumo, cria-se dinheiro nas rotativas dos bancos emissores e empresta-se-lhes, acrescentando-lhe ainda juros. Os efeitos são conhecidos, cresce despreocupadamente o número dos muitos ricos que sacam à cabeça os lucros do que havia de ser o património social, escasseia cada vez mais a sustentabilidade dos pobres atingindo a precaridade cada vez mais as classes médias. A selvajaria civilizacional que está lançada pelo neoliberalismo não tem “regulamentação” possivel.
Ainda assim a União Europeia produziu um gag para a populaça acreditar que há a possibilidade dos “governos controlarem de maneira mais eficaz as actividades especulativas dos fundos de alto risco (...) que prevê, por exemplo, limites significativos ao endividamento contraido face a esses fundos. Obviamente, a Inglaterra mãe da maior praça financeira mundial (junto com Wall Street, que nada tem a ver com a subserviência do mercado financeiro liderado pelo Banco emissor europeu) opuseram-se de imediato ao controlo desses hedge-funds. (ler no jornal ”I”)
Transplantando a situação para dentro das fronteiras dos Estados nacionais, como lembrou ontem no parlamento o deputado Francisco Louçã: “este Orçamento de Estado para 2010 perdoa empresas que fugiram ao Fisco através de Off-shores". Reconheceu-se textualmente ali que “os bancos só estarão na disposição de acabar com os off-shores se houver uma aministia. Ora se exigem amnistias é porque cometeram crimes!”
(vale muito a pena ver o video)
Se houve crimes quem são os culpados? Isso é uma coisa que a maioria dos frequentadores instituicionais do aerópago não estão de modo nenhum interessados em averiguar. (olhó meu, que nos matam a galinha dos ovos de ouro ficticio).
Como disse na TSF um comentador um destes dias, as cadeias do país estão cheias de pobres enquanto os ricos têm sido todos absolvidos por prescrição. Por que é que estes tipos não estão ainda todos presos ou enfiados num caixão como o ladrão da Enron que obrigou o regime bushista a despoletar o 11 de Setembro?
No velho Oeste americano soava dizer-se “enforcá-los seria demasiado bom para eles” – é assim que nos sentimos acerca dos executivos de Wall Street e os seus colaboradores da Reserva Federal, que foram quem os ajudaram a empochar 100 biliões de dólares em proveito pessoal enquanto em simultâneo saqueavam o Tesouro norte americano em triliões e fizeram derrocar a economia, primeiro nos EUA, logo depois globalmente. Ainda assim, FED e Wall Street continuam casados e em sempiterna lua de mel . Ninguém saberá melhor destas circunstâncias que Elliot Spitzer, o ex-governador da FED de New York que tentou tornar público o “problema” para que fosse possivel tentar resolvê-lo a tempo. Ingenuamente, diga-se, porque de imediato lhe fabricaram um escândalo de envolvimento com prostitutas, obrigando-o a renunciar ao cargo em 2007 – nesta entrevista deveras esclarecedora, podemos ouvir dizer: “Não falhou "supervisão" nenhuma - a FED não quer é que se saiba a dimensão da fraude!”
"suponha que pretendo começar o negócio capitalizando um valor inicial sobre... por exemplo... um bem imobiliário como o meu caixote do lixo que avalio em 15 milhões de dólares...
Desde os adeptos do conservadorismo até ao mais ferrenho liberal e outros hibridos, todos já perceberam que foi a especulação financeira que esteve e está na origem da presente crise. E quando a percepção destas coisas cai em cima do homem de rua, como diria Voltaire, está tudo perdido. Ainda bem. Mais que uma situação transitória da qual se possa recuperar mais ou menos rápido (pela miragem da retoma), a crise ainda agora está a começar - trata-se de uma crise do capitalismo em si mesmo, um sistema de criação de valor que tem obrigatoriamente de crescer exponencialmente sob pena de implodir (cujos sinais aliás se vêem diariamente), dado a impossibilidade de produzir cada vez mais sem que haja poder de compra nem clientes para adquirir as mercadorias e serviços oriundos das referidas condições de sobreprodução. Portanto a lógica do capitalismo de catástrofe social é simples – como clama o cartaz dos manifestantes em Wall Street na foto – se não existem compradores com capacidade de consumo, cria-se dinheiro nas rotativas dos bancos emissores e empresta-se-lhes, acrescentando-lhe ainda juros. Os efeitos são conhecidos, cresce despreocupadamente o número dos muitos ricos que sacam à cabeça os lucros do que havia de ser o património social, escasseia cada vez mais a sustentabilidade dos pobres atingindo a precaridade cada vez mais as classes médias. A selvajaria civilizacional que está lançada pelo neoliberalismo não tem “regulamentação” possivel.
Ainda assim a União Europeia produziu um gag para a populaça acreditar que há a possibilidade dos “governos controlarem de maneira mais eficaz as actividades especulativas dos fundos de alto risco (...) que prevê, por exemplo, limites significativos ao endividamento contraido face a esses fundos. Obviamente, a Inglaterra mãe da maior praça financeira mundial (junto com Wall Street, que nada tem a ver com a subserviência do mercado financeiro liderado pelo Banco emissor europeu) opuseram-se de imediato ao controlo desses hedge-funds. (ler no jornal ”I”)
Transplantando a situação para dentro das fronteiras dos Estados nacionais, como lembrou ontem no parlamento o deputado Francisco Louçã: “este Orçamento de Estado para 2010 perdoa empresas que fugiram ao Fisco através de Off-shores". Reconheceu-se textualmente ali que “os bancos só estarão na disposição de acabar com os off-shores se houver uma aministia. Ora se exigem amnistias é porque cometeram crimes!”
(vale muito a pena ver o video)
Se houve crimes quem são os culpados? Isso é uma coisa que a maioria dos frequentadores instituicionais do aerópago não estão de modo nenhum interessados em averiguar. (olhó meu, que nos matam a galinha dos ovos de ouro ficticio).
Como disse na TSF um comentador um destes dias, as cadeias do país estão cheias de pobres enquanto os ricos têm sido todos absolvidos por prescrição. Por que é que estes tipos não estão ainda todos presos ou enfiados num caixão como o ladrão da Enron que obrigou o regime bushista a despoletar o 11 de Setembro?
No velho Oeste americano soava dizer-se “enforcá-los seria demasiado bom para eles” – é assim que nos sentimos acerca dos executivos de Wall Street e os seus colaboradores da Reserva Federal, que foram quem os ajudaram a empochar 100 biliões de dólares em proveito pessoal enquanto em simultâneo saqueavam o Tesouro norte americano em triliões e fizeram derrocar a economia, primeiro nos EUA, logo depois globalmente. Ainda assim, FED e Wall Street continuam casados e em sempiterna lua de mel . Ninguém saberá melhor destas circunstâncias que Elliot Spitzer, o ex-governador da FED de New York que tentou tornar público o “problema” para que fosse possivel tentar resolvê-lo a tempo. Ingenuamente, diga-se, porque de imediato lhe fabricaram um escândalo de envolvimento com prostitutas, obrigando-o a renunciar ao cargo em 2007 – nesta entrevista deveras esclarecedora, podemos ouvir dizer: “Não falhou "supervisão" nenhuma - a FED não quer é que se saiba a dimensão da fraude!”
"suponha que pretendo começar o negócio capitalizando um valor inicial sobre... por exemplo... um bem imobiliário como o meu caixote do lixo que avalio em 15 milhões de dólares...
terça-feira, março 16, 2010
Palestinianos travam batalha urbana contra ocupação israelita em Jerusalém
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O embaixador norte americano em Telavive, Michael Oren, alertou para "uma crise de proporções históricas". Israel já roubou 80 por cento do território palestiniano; e continua a construir ilegalmente colonatos na parte que resta da Palestina. Tudo isto tem acontecido sob o olhar condescendente da coligação wasp anglo-americana-europeia que patrocinam em conjunto de facto o expansionismo judeu-sionista. Há que tomar partido contra uma das mais diabólicas injustiças que foi legada ao século XXI; e no entanto, apesar dos 1,3 mil milhões de árabes no mundo, devido à benevolência e passividade da doutrina islâmica, nada acontece passível de corrigir a situação.O brasileiro Lula da Silva, que esteve até ontem de visita a Israel recusou-se a visitar a tumba do fundador da doutrina sionista Theodor Herzl. Como retaliação, o tresloucado militante de extrema direita que desempenha as funções de ministro dos negócios estrangeiros, Avigdor Lierberman, resolve boicotar a presença de Lula na câmara dos deputados. Por sua vez o presidente brasileiro que chegou esta tarde à parte que resta da Cisjordânia visitará o túmulo de Yasser Arafat.
Manifestações de judeus religiosos ultra ortodoxos empunharam ontem faixas onde se lê “todos os não-judeus devem deixar esta terra” – os promotores explicam: “o antigo testamento diz que a Terra de Israel é pequena e pertence apenas aos judeus. Todos os outros não terão permissão para ficar permanentemente. A esses dizemos que deixem a terra de Israel por forma a garantir a paz nesta terra. Existem versículos tanto na Torah como no Corão que dizem isso mesmo”. A retórica escrita nos panfletos distribuídos continua: “depois de terem visto estas divinas explicações, e o Islão é uma religião de crentes obedientes, verão que têm muitos países nos quais poderão viver. Vocês têm de entender que nós estamos a cumprir os mandamentos do “antigo testamento”, por isso sugerimos que negoceiem com Israel por forma obterem reembolsos pela vossa partida”. Nenhuma organização assumiu declaradamente a mensagem, mas a avaliar pela constante presença desde 1948 dos partidos religiosos em todos os governos de coligação no poder, é fácil depreender que este é de facto um comunicado oficial que anuncia a politica das próximas acções de Israel.
Militarmente há algo que confirma a intenção: o General Petraeus no relatório divulgado imediatamente antes da visita do vice-presidente Joseph Biden reclamava que os territórios da Margem Ocidental e Gaza deveriam passar a integrar o Comando Central norte americano das forças de intervenção presentes no Médio Oriente.
Matar em nome da construção de mitos religiosos
(e não esquecer, também das fontes petroliferas próximas)
O pretexto para o desencadear de mais uma acção bélica contra populações civis desarmadas no território mártir da Palestina tem sido a reconstrução da sinagoga Hurva (sem nenhum valor arquelógico uma vez que a construção em ruinas data apenas do século XVII), obliterando o local de raiz árabe; e a intenção de instalar na mesma zona da Cidade Velha de Jerúsalem mais 1600 familias de judeus sefarditas angariadas como emigrantes por esse mundo fora ao abrigo da abjecta “lei de naturalidade judaica” para virem engrossar o caudal de carne de canhão na ocupação. O cerco e o previsível isolamento da zona da Mesquita Al-Aqsa tem sido persistente convertendo-se a arqueologia no local num assunto de validação com provas falsas e fabricadas de um pretenso direito a territórios das tribos nómadas essénias da antiguidade. Em Israel a arqueologia converteu-se num campo de investigação que não raro tem dado lugar ao assassínio de investigadores que apresentem provas que refutem as intenções dos sionistas. É este estado de coisas que levou o Hamas, único representante legitimo dos povos árabes da Palestina, a decretar “um dia de fúria”. Desde ontem já foram assassinados mais 7 palestinianos nos confrontos com as forças militarizadas de Israel
Movimentações internacionais
George Mitchell o “emissário especial” dos EUA para o Médio Oriente adiou a visita prevista para hoje. Netanyahu está de visita a Moscovo para tentar obter apoios para a aplicação de sanções ao Irão. O chamado Quarteto para o Médio Oriente (EUA, União Europeia, Rússia e ONU) reúne-se também em Moscovo no próximo dia 19. Mas as maiores expectativas estão reservadas para os discursos de Hillary Clinton e do 1º Ministro de Israel na Associação Judaico-Americana AIPAC, organização também dominada pela extrema direita sionista, que já intimou o presidente Obama a "baixar a tensão nas relações com Israel”. A reunião deste órgão onde os executivos políticos vão manifestar a sua concordância com as disposições tomadas pelo Lobie Sionista americanao decorre em Washington entre os dias 21 e 23 de Março. Entretanto esta semana o Irão anunciou a sua entrada no clube da energia nuclear. Talvez seja esta a principal razão porque os norte americanos tenha vituperado Israel, segundo veicula a nossa pró-judaica alinhada imprensa: “Vocês pensam que podem embaraçar o vosso único aliado no mundo sem consequências? Vocês perderam totalmente o contacto com a realidade". Ou talvez não…
segunda-feira, março 15, 2010
o nosso querido amigo Bibi
A propósito da visita de Biden ao Médio Oriente relacionou-se aqui a filosofia do “destino manifesto” do imperialismo norte americano e o expansionismo do Estado racista de Israel – “estamos num momento de real oportunidade em que os interesses dos povos israelita e palestiniano têm mais afinidades que oposições” – foi a mentirola do discurso oficial de ocasião. De facto o que levou Biden a Telavive foi a concertação do cerco em marcha e do subsquente ataque ao Irão, o único regime no Médio Oriente que não é tributário do Ocidente na exploração petrolifera. A “ameaça nuclear” é um pretexto fantasma, assim como o foram as famosas “armas de destruição macissa” de Saddam.
Diz-se que foi a primeira visita de um mais alto responsável dos EUA da Era Obama a Israel. Claro que Obama não conta, de facto Biden é tudo menos um estreante nestas andanças; Como um dos mais antigos membros do CFR ele esteve já presente em Israel quando era um jovem senador com 29 anos e participou em meetings com a então 1ª Ministra Golda Meier e Yitzhak Rabin que se lhe seguiria no cargo. Chefiava “a missão de paz” norte americana dessa época o secretário de Estado judeu Henry Kissinger. Aliás agora por judeus, nunca é por demais lembrá-lo, embora Joe Biden passe por cristão evengélico da linha de São Pentágono, ele reclama ser descendente de um bisavô judeu iraquiano e foi nessa qualidade que reclamou ter direito a votar nas “eleições” pós invasão no Iraque em 2005. (e votou mesmo).
Foi nesta qualidade que Biden à chegada se dirigiu ao presidente Peres e ao actual 1º ministro de extrema direita Netanyahu, como “estou diante de nossos verdadeiros amigos, falando por mim pessoalmente por mais de três décadas, quando Israel conquistou o meu coração” (traduzido do discurso tornado público pela Embaixada norte americana em Telavive) “podes acreditar que foi assim há tanto tempo? estás a ficar velho Bibi” continuou o vice-presidente dos EUA dirigindo-se pelo nick-name a Benjamin Netanyahu na sua residência oficial. (fontes aqui e aqui). Pode-se acreditar que este grau de intimidade e subserviência perante um governo de fanáticos explica alguma dissidência sobre construções ilegais em territórios ocupados por décadas? nem pensar, a história é outra. Shimon Peres apelou para a expulsão do Irão da Assembleia das Nações Unidas (“a country "that calls for acts of terror" and "hangs people in the streets" cannot be a full member”) e insurgiu-se contra aquilo que chamou de apenas “sanções morais” contra aquele país. Biden respondeu assegurando que “os EUA estão determinados a todo o custo a impedir que o Irão venha a adquirir armas nucleares”. A partir deste ponto sucede-se uma grande azáfama de acções de contra-informação.
A secretária Clinton faz uma espécie de “ultimato” sobre o perigo que correm as relações bilaterais Israel/EUA, Netanyahu finge que tem medo e aceita suspender durante 2 ou 3 meses a construção de colonatos e Washington envia o secretário do ataque Robert Gates à Arábia Saudita prestar informações sobre o que se irá passar, enquanto Joe Biden derivou para a Jordânia para acalmar a dinastia hachemita do Rei Abdullah. Grandes manobras. Dos planos sobre o que se vai seguir é que ninguém sabe nada – excepto mais um dos actos de terrorismo verbal do presidente da seita israelita. Citando (do jornal I de hoje, pag 10, sem link) Shimon Peres: Ahmadinejad é um ditador. Tem a ambição de criar um império, tem uma organização terrorista e ameaça destruir Israel” (…) Obama tem um problema com a sua consciência (…) Ahmadinejad quer estabelecer a hegemonia Persa no Médio Oriente" (…) tão longe e tão perto… “a Faixa de Gaza está debaixo de domínio Iraniano!" - é isto um homem... de Estado?
* leitura recomendada: o artigo de James Petras "Iran War: American Military Versus Israel Firsters"
o lugar do Irão na geo-estratégia do Médio Oriente
(video do canal Telesur)
a América do Sul dispõe hoje em dia de canais de informação verdadeiramente mais livres que nós aqui na Europa. Não é lamentável que o velho continente, de onde em tempos partiu a ideia de iluminar o mundo, esteja hoje de novo submerso em trevas? que estranhos caminhos percorreu a teórica bondade iluminista para descambar nos crimes praticados pela máquina civilizacional imperialista? de facto o paradigma converteu-se numa nova cruzada religiosa
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Diz-se que foi a primeira visita de um mais alto responsável dos EUA da Era Obama a Israel. Claro que Obama não conta, de facto Biden é tudo menos um estreante nestas andanças; Como um dos mais antigos membros do CFR ele esteve já presente em Israel quando era um jovem senador com 29 anos e participou em meetings com a então 1ª Ministra Golda Meier e Yitzhak Rabin que se lhe seguiria no cargo. Chefiava “a missão de paz” norte americana dessa época o secretário de Estado judeu Henry Kissinger. Aliás agora por judeus, nunca é por demais lembrá-lo, embora Joe Biden passe por cristão evengélico da linha de São Pentágono, ele reclama ser descendente de um bisavô judeu iraquiano e foi nessa qualidade que reclamou ter direito a votar nas “eleições” pós invasão no Iraque em 2005. (e votou mesmo).
Foi nesta qualidade que Biden à chegada se dirigiu ao presidente Peres e ao actual 1º ministro de extrema direita Netanyahu, como “estou diante de nossos verdadeiros amigos, falando por mim pessoalmente por mais de três décadas, quando Israel conquistou o meu coração” (traduzido do discurso tornado público pela Embaixada norte americana em Telavive) “podes acreditar que foi assim há tanto tempo? estás a ficar velho Bibi” continuou o vice-presidente dos EUA dirigindo-se pelo nick-name a Benjamin Netanyahu na sua residência oficial. (fontes aqui e aqui). Pode-se acreditar que este grau de intimidade e subserviência perante um governo de fanáticos explica alguma dissidência sobre construções ilegais em territórios ocupados por décadas? nem pensar, a história é outra. Shimon Peres apelou para a expulsão do Irão da Assembleia das Nações Unidas (“a country "that calls for acts of terror" and "hangs people in the streets" cannot be a full member”) e insurgiu-se contra aquilo que chamou de apenas “sanções morais” contra aquele país. Biden respondeu assegurando que “os EUA estão determinados a todo o custo a impedir que o Irão venha a adquirir armas nucleares”. A partir deste ponto sucede-se uma grande azáfama de acções de contra-informação.
A secretária Clinton faz uma espécie de “ultimato” sobre o perigo que correm as relações bilaterais Israel/EUA, Netanyahu finge que tem medo e aceita suspender durante 2 ou 3 meses a construção de colonatos e Washington envia o secretário do ataque Robert Gates à Arábia Saudita prestar informações sobre o que se irá passar, enquanto Joe Biden derivou para a Jordânia para acalmar a dinastia hachemita do Rei Abdullah. Grandes manobras. Dos planos sobre o que se vai seguir é que ninguém sabe nada – excepto mais um dos actos de terrorismo verbal do presidente da seita israelita. Citando (do jornal I de hoje, pag 10, sem link) Shimon Peres: Ahmadinejad é um ditador. Tem a ambição de criar um império, tem uma organização terrorista e ameaça destruir Israel” (…) Obama tem um problema com a sua consciência (…) Ahmadinejad quer estabelecer a hegemonia Persa no Médio Oriente" (…) tão longe e tão perto… “a Faixa de Gaza está debaixo de domínio Iraniano!" - é isto um homem... de Estado?
* leitura recomendada: o artigo de James Petras "Iran War: American Military Versus Israel Firsters"
o lugar do Irão na geo-estratégia do Médio Oriente
(video do canal Telesur)
a América do Sul dispõe hoje em dia de canais de informação verdadeiramente mais livres que nós aqui na Europa. Não é lamentável que o velho continente, de onde em tempos partiu a ideia de iluminar o mundo, esteja hoje de novo submerso em trevas? que estranhos caminhos percorreu a teórica bondade iluminista para descambar nos crimes praticados pela máquina civilizacional imperialista? de facto o paradigma converteu-se numa nova cruzada religiosa
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domingo, março 14, 2010
ainda o Dia Internacional da Mulher (III)
Honduras, 8 de Março - não há conciliação
Nesse día as militantes do movimento feminista e mulheres da Resistencia das Honduras, da América Latina e do Caribe, convocaram uma manifestação na Plaza de la Merced em Tegucigalpa para proclamar os direitos das mulheres. Num acto provocador as autoridades do "Instituto Nacional da Mulher" dirigido por dona Maria Antonieta Botto convocaram outra acção junto ao Congreso Nacional ocupado pelo regime golpista a partir de onde cortaram a energia eléctrica e entre empurrões, golpes e pontapés reprimiram o grupo promotor da manifestação original
Nesse día as militantes do movimento feminista e mulheres da Resistencia das Honduras, da América Latina e do Caribe, convocaram uma manifestação na Plaza de la Merced em Tegucigalpa para proclamar os direitos das mulheres. Num acto provocador as autoridades do "Instituto Nacional da Mulher" dirigido por dona Maria Antonieta Botto convocaram outra acção junto ao Congreso Nacional ocupado pelo regime golpista a partir de onde cortaram a energia eléctrica e entre empurrões, golpes e pontapés reprimiram o grupo promotor da manifestação original
sábado, março 13, 2010
contributo para a história da autonomia
Diz mm no vias de facto que “por vezes é a estrutura da organização social que determina as verdadeiras estruturas económicas, e não o inverso”?
Ainda que Bourdieu teorize que todos os agrupamentos sociais são levados, face à complexidade crescente, a criar o mesmo tipo de mecanismos de organização (o fazer teológico, tanto no sport lisboa e benfica como na comunidades de produtores autónomos bascos? E não depende das verbas que lhe são adstritas? como se determina a sustentação da nossa plêiade de artistas com um orçamento de 1% do pib que o ministério da cultura lhe dedica? O terciário não cria valor; só existe e é subsidiado pelos sacerdotes do regime na medida em que produz alienação sobre as massas a dominar, é um serviço; de outra forma seria perfeitamente integrado nas linhas colectivas de produção social.
Como não será dificil de compreender, desde a propriedade comunal colectiva primitiva, nas actuais condições complexas civilizacionais qualquer destes grupos não produzem bens essenciais à prossecução dos direitos humanos. Outras bases têm de estar resolvidas antes para o poderem fazer. E desde sempre nunca é a organização social que primeiro determina as estruturas económicas, mas sim as bases materiais onde assenta o trabalho que modifica a natureza em favor da sobrevivência dos homens.
É assim desde os assentamentos colectivos que abandonaram o nomadismo e se fixaram sobre a cultura da terra. O que acontece com a colonização romana (ou outras posteriores noutras circunstâncias) é o estabelecimento do “municipium” em que a terra é propriedade comum dos munícipes em cuja Assembleia está a origem da autoridade plenamente consentida. Este sistema na res-pública garantia a unidade da molécula social e não a independência da propriedade individual. (Engels dissecou historicamente a questão nas “Origens da Propriedade, da Família e do Estado”). Mas a comunidade de filósofos e artistas na urbe não é auto-sustentável; depende do que os romanos designaram por “tributas”, o que traduzido hoje à letra significa ”arrabaldes” (onde se assentam os que produzem). No essencial para caracterizar o sistema temos a posse das terras e a hereditariedade nos cargos. As causas gerais provocadas por ameaças externas (como a partir do 11 de Setembro com Bush) fizeram com que em Roma fosse gradualmente sucedendo ao governo dos magistrados e leis, o governo de generais inspirados pelas urgências da “razão de Estado”.
Esta foi a base fundadora dos “curadores” dos interesses da nação, que se foi convertendo nas assembleias de proprietários, as Cúrias medievais que desenharam o regime feudal de propriedade. Como evoluíram os sistemas imperiais no tempo? – “claro está que, dados terrenos férteis e uma agricultura reprodutiva, a distribuição do “imposto” (tributas) não é gravosa. Suceda porém o contrário; fiquem terras por cultivar, e a solidariedade dos “curiais curadores” para com o Fisco tornar-se-á num sistema de extorsões violentas” (1)
(1) a citação é da "História da República Romana" de Oliveira Martins
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Ainda que Bourdieu teorize que todos os agrupamentos sociais são levados, face à complexidade crescente, a criar o mesmo tipo de mecanismos de organização (o fazer teológico, tanto no sport lisboa e benfica como na comunidades de produtores autónomos bascos? E não depende das verbas que lhe são adstritas? como se determina a sustentação da nossa plêiade de artistas com um orçamento de 1% do pib que o ministério da cultura lhe dedica? O terciário não cria valor; só existe e é subsidiado pelos sacerdotes do regime na medida em que produz alienação sobre as massas a dominar, é um serviço; de outra forma seria perfeitamente integrado nas linhas colectivas de produção social.
Como não será dificil de compreender, desde a propriedade comunal colectiva primitiva, nas actuais condições complexas civilizacionais qualquer destes grupos não produzem bens essenciais à prossecução dos direitos humanos. Outras bases têm de estar resolvidas antes para o poderem fazer. E desde sempre nunca é a organização social que primeiro determina as estruturas económicas, mas sim as bases materiais onde assenta o trabalho que modifica a natureza em favor da sobrevivência dos homens.
É assim desde os assentamentos colectivos que abandonaram o nomadismo e se fixaram sobre a cultura da terra. O que acontece com a colonização romana (ou outras posteriores noutras circunstâncias) é o estabelecimento do “municipium” em que a terra é propriedade comum dos munícipes em cuja Assembleia está a origem da autoridade plenamente consentida. Este sistema na res-pública garantia a unidade da molécula social e não a independência da propriedade individual. (Engels dissecou historicamente a questão nas “Origens da Propriedade, da Família e do Estado”). Mas a comunidade de filósofos e artistas na urbe não é auto-sustentável; depende do que os romanos designaram por “tributas”, o que traduzido hoje à letra significa ”arrabaldes” (onde se assentam os que produzem). No essencial para caracterizar o sistema temos a posse das terras e a hereditariedade nos cargos. As causas gerais provocadas por ameaças externas (como a partir do 11 de Setembro com Bush) fizeram com que em Roma fosse gradualmente sucedendo ao governo dos magistrados e leis, o governo de generais inspirados pelas urgências da “razão de Estado”.
Esta foi a base fundadora dos “curadores” dos interesses da nação, que se foi convertendo nas assembleias de proprietários, as Cúrias medievais que desenharam o regime feudal de propriedade. Como evoluíram os sistemas imperiais no tempo? – “claro está que, dados terrenos férteis e uma agricultura reprodutiva, a distribuição do “imposto” (tributas) não é gravosa. Suceda porém o contrário; fiquem terras por cultivar, e a solidariedade dos “curiais curadores” para com o Fisco tornar-se-á num sistema de extorsões violentas” (1)
(1) a citação é da "História da República Romana" de Oliveira Martins
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