Resumo de imprensa. Segundo apurou o Correio da Manhã, ao todo, quatro políticos terão recebido 6,4 milhões de euros. Quatro membros do Governo de coligação PSD/CDS, responsável pela adjudicação da compra de dois submarinos, estão a ser investigados pelas autoridades alemãs; o DN revela também que o Ministério Público alemão está a investigar a alegada criação de «empresas fantasma» utilizadas para o pagamento de comissões ilegais; acrescenta que o contra-almirante português Rogério D'Oliveira terá «recebido um milhão de euros de uma dessas empresas».
no DCIAP investigam-se indícios de corrupção, tráfico de influências e financiamento de partidos políticos. As suspeitas tiveram origem nas escutas feitas a Abel Pinheiro, então tesoureiro do CDS-PP, e Paulo Portas no processo Portucale e em documentos apreendidos na "Operação Furacão". A empresa Escom, Grupo Espírito Santo, intermediou as contrapartidas do contrato dos submarinos em representação do consórcio alemão GSC. Um despacho do Ministério Público alemão a que o DN teve acesso cita outros nomes de gestores e advogados portugueses que teriam conhecimento das movimentações financeiras originadas por este negócio.
“No meu caso, disse a Jurgen Adolff que não precisava de ajudas nenhumas”, garantiu Paulo Portas, que nunca foi ouvido pela Justiça portuguesa sobre este processo.
"É impossível que estas empresas estrangeiras [Agusta/Westland e a Ferrostaal], que são grandes empresas conhecidas, não cumprissem os contratos se não tivessem, como se costuma dizer, as 'costas quentes'", disse Henrique Neto à agência Lusa. "Isto só é possível por os partidos políticos estarem interessados em nunca esclarecer isto. E não apenas o PS, também o PSD e também o CDS-PP. Matam-se uns aos outros na AR por causa de coisas de chacha e aqui, que era uma questão de centenas de milhões de euros, estão calados?"
O caso dos submarinos ronda o Parlamento, mas não entra lá tão cedo. Sem as assinaturas necessárias para tornar o inquérito obrigatório - apenas 16 deputados do BE - o proponente precisava de assinaturas de mais 30, num total de 46 para obrigar que o assunto fosse levado a plenário. Mas altas razões de corrupção de Estado levam a que PS, PSD e CDS "congelem" o inquérito na AR.
... uma prática corrente
Depois dos escândalos de corrupção envolvendo a gigante Siemens e o fabricante de camiões MAN, a Daimler está agora na luz da ribalta. Os Estados Unidos estão a desenvolver pressões sobre esta multinacional alegando pagamentos de luvas a governantes estrangeiros. Instada, a Daimler reconheceu que pagou subornos em 22 paises; e prepara-se para manobrar no sentido de retirar o caso do tribunal por troco do pagamento de coimas no valor de 185 milhões de dólares. Por sua vez a fábrica MAN pagou uma soma indeterminada em subornos de dois dígitos de milhão a agentes de negócios sobre o estrangeiro, sendo multada com uma talhada de 151 milhões de euros por um tribunal na Alemanha. O Estado lucra também com o negócio. A Siemens pagou 1,3 biliões de euros em luvas. A multinacional pagou um valor em multas de cerca de 1 bilião depois de ter chegado a um acordo judicial com as autoridades da Alemanha e dos Estados Unidos. (fonte: Der Spiegel)
Esta é uma prática habitual, mormente quando envolve grandes os negócios em torno de vultuosos fornecimentos da indústria militar. No caso português a Agusta/Westland e a Ferrostaal são agora acusadas não só de patrocinarem subornos pela concretização dos seus contratos mas ainda de servirem de plataforma de outras empresas alemãs de menores dimensões. Para promover a venda de navios costeiros, lanchas rápidas e submarinos a Ferrostaal pagou pessoalmente 138 mil dólares ao ex-presidente da Indonésia Bacharuddin Jusuf Habibie. A família do ditador da Nigéria, Sani Abacha, empochou 460 milhões de marcos alemães para autorizar a construção de uma siderurgia. Uma companhia de Bremen ganhou outro contrato no valor de 880 milhões para fornecimento de navios à marinha da Argentina em 2006, recorrendo ao mesmo processo de luvas e criação de empresas fictícias para movimentar o dinheiro. (fonte)
Outro caso famoso é o fornecimento de armas ao governo de Angola (o Angolagate, nunca cabalmente esclarecido nem julgado em tribunal) que envolveu fabricantes de França, o traficante israelita Arkadi Gaydamak e o então ministro dos negócios estrangeiros português Durão Barroso
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1 comentário:
Paulo Portas, em princípio, deveria estar desejoso de apanhar o sabonete no duche de um estabelecimento prisional.
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