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quinta-feira, setembro 23, 2010

il Capo, ou o longo mandato de um gangster num país da Europa

O fotógrafo Alberto Roveri descobriu no seu arquivo uma foto de Silvio Berlusconi armado, nos anos 70, "quando ainda era apenas um empresário e tinha medo de ser sequestrado pela Máfia" (segundo L`espresso). Outra redacção que expresse o contrário também é adequada: "Berlusconi, um capo da Máfia anda armado com medo de ser lixado por algum empresário"

Indissociável da imagem pública de qualquer gangster são as miúdas giras e boas como o milho, a quem, inspirados na matriz norte americana chamam carinhosamente de “Legs”. Neste particular Berlusconi não tem deixado os seus créditos por mãos alheias (na foto, Camila Ferranti, uma das musas do harém situado na villa La Certosa na Sardenha, uma das muitas que se prostituem pela ambição de virem a entrar no canal de televisão Mediaset ou outros órgãos mediáticos propriedade do 1ª ministro – Il Cavaliere, a face visível da troupe de palhaços-ricos que, incrivelmente, há mais tempo governa na Europa, não foi parar à Sardenha pela mera passagem pela espuma do espectáculo; há uma evolução natural..

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Sardenha.Nato, a Europa de que não se fala (Entrevista de Ana Barradas à activista italiana Cladinè Curreli. Setembro de 2006).

“Conhecida como destino de férias desde que o príncipe AgaKhan comprou nos anos 50 uma extensa faixa do litoral e a transformou numa fieira de urbanizações turísticas, a Sardenha tem uma outra face menos conhecida – um enorme complexo de bases militares da NATO e polígonos de tiro do exército italiano.
São muitas as bases na Sardenha?
- A concentração de bases e polígonos de tiro na Sardenha (Santo Stefano, Decimomannu, Salto di Quirra, Capo Teulada, Capo Frasca) ultrapassa tudo o que se conhece noutras regiões. Cerca de três quartos do território da ilha estão submetidos a reserva militar.
Que consequências?
- O meio ambiente está afectado, em alguns casos de forma irreversível. Surgiu um deserto onde até aos anos 50 havia bosques, espécies raras foram extintas, a pesca tronou-se impossível na costa leste. O mar, na região de Teulada foi recentemente declarado “irrecuperável” devido à acumulação no fundo de projécteis e mísseis. Numa coincidência mais que suspeita, o Estado italiano tem vindo a criar parques naturais e reservas marinhas nas zonas envolventes das bases, deslocando à força as populações.
E a vida das pessoas?
- Há quem diga que as bases são boas porque dão trabalho e fazem girar a economia da ilha. Mas qual economia? A Sardenha está reduzida a turismo, refinarias e bases militares. É uma das regiões mais pobres da Europa. O lucro vai para o Ministério da Defesa italiano, que cobra 60 a 80 milhões diários pelo aluguer de polígonos de tiro (muitas vezes a comerciantes de armas estrangeiros). Os habitantes dessas zonas estão submetidos ao sequestro e ao bombardeamento contínuo da costa. A única saída que resta aos jovens é continuar a emigrar para Itália, cada vez em maior número.

Que se passa nessas bases?
- Apesar do segredo militar sabe-se que nelas são realizadas experiências de armas tóxicas e radioactivas, como as de urânio empobrecido. É o caso da base de La Maddalena, criada por tratado secreto assinado por Nixon e Andreotti nos anos 70, que nunca foi ratificado pelo parlamento italiano.
A energia nuclear foi proibida na Itália por referendo, mas os submarinos com reactores nucleares sulcam aqui as águas do Mediterrâneo. Nos últimos anos foi oficialmente reconhecida a sua presença. Investigações independentes registaram uma concentração anormal de plutónio e elementos radioactivos em torno das bases de La Maddalena, S. Stéfano e Teulada.
Há prejuízos para a saúde da população?
- A inalação de partículas infinitesimais causadas pela explosão de munições com urânio empobrecido ou ingeridas através da cadeia alimentar está a provocar mutações genéticas, cancros e linfomas. No polígono de lançamento de mísseis de Salto di Quirra, o maior da Europa com os seus 7.200 hectares de terreno expropriado e 500 km2 de mar transformado em reserva militar, são feitas experiências e demostrações promocionais dessas armas a clientes estrangeiros. Uma investigação levada a cabo pelo comité sardo “Gettiamo le Basi” (Fora com as Bases) na zona de Quirra assinala: seis militares mortos depois de ter prestado serviço na base, onze casos de leucemia registados em dez anos entre os 150 habitantes de Quirra, 11 bebés nascidos com malformações em Escalaplano nos anos 80, ainda em Escalaplano catorze casos de tumor da tiróide, mais cinco militares internados em diversos hospitais… Chama-lhes “os números do medo”. O “sindroma de Quirra” é já mencionado em estudos científicos”
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1 comentário:

Anónimo disse...

"Berlusconi é o grande defensor de um lobby a favor da entrada de Israel na União Europeia. Washington e os seus vassalos europeus também."

http://www.grifo.com.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=302&Itemid=1