
"
O cinema é o espelho da vida", quem o diz é
Manoel de Oliveira; diria mais, segundo o cânone de Hollywood os filmes são premonitórios, colocam-se na vanguarda do espectáculo e fazem jurisvisibilidade do modo de vida a inventar, isto é, para quem se recorda dos métodos do "
polícia sem lei" de
Herzog - e não é que o assalto policial por engano encenado no filme aconteceu algum tempo depois com
Aiyana Jones? uma brigada de intervenção arrombou a porta de madrugada entrou cada adentro e
disparou sobre o vulto no sofá ocupado pela criança, matando-a.
"Somos para os Deuses o que as Moscas são para os meninos malvados, matam-nos como desporto para seu gozo"
(Shakespeare, Rei Lear)

Tanto na caso de Aiyana, como da
soldadesca que matava vítimas para se divertir, como no assalto sem escrúpulos dos GOE à casa de uma idosa, não se trata de casos únicos, isolados, mas sim de um método induzido pelas forças da paranóia securitária. Se assim é para a
manipulação das imagens em movimento, que preparam os espectadores para uma outra ordem (
cada vez mais violenta)
no mundo, para as imagens fixas a outra senhora diz que "não pinta para melhorar o mundo", ("improve", disse ela) spin de funcionária da "arte" para quem a casa das figuras paradas é outra coisa, paga rechonchuda extraída ao património público.
Outra coisa ainda é a representação da vida em teatro, por exemplo na peça de
Harold Pinter "
A Nova Ordem Mundial": "
como é que "nós" chegámos a esta sociedade tão grosseira, tão bestial, tão estúpida, tão descartável"
? (
nos Artistas Unidos).
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