“A anomia e a anestesia deste Povo são tão grandes que poucos contestam uma sociedade que obriga as crianças a estarem 11 horas por dia na escola! - Deus nos livre desta Ministra!” (ler aqui)
“Com lenços brancos, e ao som balanceado de «está na hora, está na hora, de te ires embora» centenas de professores (mais de um milhar) estiveram reunidos na Avenida dos Aliados, em frente ao edifício da Câmara do Porto, a mostrar o seu descontentamento e indignação face à política (des)educativa de Maria de Lurdes Rodrigues. A convocação foi feita por SMS e a reunião foi informal e extremamente participada. A reacção da PSP não se fez esperar, tendo imediatamente – e à semelhança do que já aconteceu em outras manifestações – identificado os professores entrevistados pelos diversos canais de televisão. Tal motivou uma rápida onda de solidariedade entre os presentes, que responderam ao mostrarem que quem estava a cometer alguma ilegalidade eram os próprios agentes policiais cuja atitude carece de cobertura legal.
Apesar do clima de intimidação criado pelas autoridades policiais, os professores não demonstram sinais de desmobilização, encontrando-se várias acções marcadas para os próximos dias”.
A resposta que o Governo pretende dar à contestação é a Repressão
no jornal “Mudar de Vida”:
“Um dos balanços mais reveladores e (talvez por isso) menos revelados do Portugal-2007 é o saldo repressivo de um tempo que se mostrou fértil em ocorrências
Noticiados (ou nem isso) no correr dos dias, os exemplos sucedem-se e esquecem-se. Mas vistos no seu conjunto formam um quadro significativo como poucos da visão do Portugal do Partido Socialista (agora coligado com o Cavaquismo), deixando-nos um eloquente alerta para o que se prepara. Só não vê quem queira muito não ver.
O ano terminou com o anúncio pelo Ministro da Administração Interna do recrutamento em 2008 de mais 2300 efectivos para a PSP e a GNR, que se juntarão ao exército policial cujo reforço a direita se afadiga em reclamar com crescente insistência: 25 mil homens na GNR, 21.500 na PSP e 1350 na Polícia Judiciária”.
“A imposição de um novo modelo de gestão escolar assente numa profunda hierarquização das relações de poder; a reforma do regime de avaliação dos docentes com base na delineação de objectivos (como nos call-centers?); a recusa em pagar as horas extraordinárias correspondentes às aulas de substituição, ou a crescente instabilidade laboral dos milhares de professores contratados são alguns dos traços essenciais de um já demasiado longo processo de transformação dos estabelecimentos de ensino em empresas escolares”.
A solução não é apenas despedir a Ministra!!!
A luta dos professores tenderá a desmobilizar-se quando forem obtidas concessões do Governo que minimizem a perda de direitos adquiridos em séde de classe de uma das mais priveligiadas corporações com o novo regime mesclado liberal-estatal surgido a seguir ao 25 de Abril. “Como fazer a reforma da Educação sem os professores?” pergunta o DN em editorial. Veja-se a tentativa de arregimentação dos “professores socialistas” para a causa do Governo. Mais um ou dois pratinhos de lentilhas e a restante massa formatada psicologicamente para o "pensamento de bloco central" aderirá à causa oficial dos dois partidos únicos.
Mas, é necessário compreender que nenhuma das medidas tendentes a destruir (para privatizar) o Ensino Público institucionalizado tem origem em Portugal; tem origem na importação de “reformas” (que fazem dele em si próprio um negócio para quem pode pagar) que ponham o sistema educativo português ao serviço dos interesses das empresas. E como o peso das empresas nacionais é insignificante, trata-se de formar mão de obra de quadros baratos (como na Índia) para fornecer a empresas multinacionais que operam na base de salários mínimos. É este debate que precisa ser feito: qual é o futuro que queremos – o resultante das acordos celebrados com o MIT norte americano no âmbito do plano tecnológico (“Putting Education to Work”, onde Portugal é utilizado como correia de educação para o Norte de África, de acordo com os interesses instalados no Médio Oriente), os protocolos estabelecidos com o Miami Dade College (a maior comunidade escolar nos EUA) ou um caminho autónomo de decisão nacional que proteja a nossa formação independente enquanto grupo social?
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1 comentário:
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