Northup, caído numa malha de carcereiros traficantes de negros, é enviado para Nova Orleans e obrigado à pancada a assumir o novo nome de "Platt", a identidade de um escravo fugido da Geórgia. Alvo repetidamente de violentas agressões, é finalmente vendido em leilão. O empresário/ intermediário/ comerciante de escravos recusa-se a ouvir as súplicas dos raptados - "o meu sentimentalismo tem apenas a duração de uma moeda" – e vende “Platt” ao novo dono, o madeireiro William Ford, um patrão relativamente benevolente, com quem Northup consegue ficar uns tempos em relativamente boas condições, engrendrando uma forma de transporte mais rápida e económica dos troncos de madeira. Ford oferece-lhe um violino como recompensa. Mas o capataz da serração, racista e invejoso do sucesso do negro, irá descarregar o seu ressentimento provocando e assediando violentamente o escravo. A odisseia de “Platt” haveria de durar 12 anos. (ver o filme, uma obra de arte do realizador britânico Steve McQueen, embora desta feita um pouco submetido aos ditames comerciais do mainstream em relação às suas duas premiadas obras anteriores)
Salvo da condição de escravo em 1853, Solomon Northup tentou levar os seus raptores a tribunal, mas o processo arrastou-se por anos, acabando por ser arquivado por falta de provas fidedignas contra a rede de traficantes “de raça branca”. Northup conseguiu uma efémera vingança escrevendo o livro “Doze Anos Escravo”, dedicando-se de seguida a trabalhar incansavelmente para libertar outros escravos para a condição de livres. A publicação do livro causou sensação, vendendo 30.000 cópias num momento em que a maioria das pessoas eram analfabetas e os livros muito caros. Salomon tornou-se rapidamente uma celebridade – tendo mesmo viajado para a Grã-Bretanha para uma palestra sobre a abolição da escravatura. Depois disso desapareceu sem deixar vestígios numa missão secreta para libertar escravos em Vermont por volta de 1863. Os detalhes da sua morte permanecem um mistério, o livro nunca foi reeditado, o assunto perdeu visibilidade e o seu nome foi esquecido. Existe uma placa evocativa da sua odisseia na cidade de Saratoga Springs, mas só a partir de 1999.
Cronologia da Escravidão nos Estados Unidos da América da América do Norte
1850 – a promulgação da “Lei do Escravo Fugitivo” determina e impõe a devolução dos escravos que fugiam aos seus legítimos proprietários.
1861 - Com o início da Guerra Civil, o estatuto jurídico do escravo foi alterado tendo o legislador chefe Benjamin Franklin Butler declarado os escravos negros contrabando de guerra. O projecto de lei de confisco de negros foi aprovado em Agosto de 1861, destituindo do seu serviço e “condenando a trabalho escravo qualquer empregado que ajude ou promova qualquer insurreição contra o governo dos Estados Unidos”. Ipso facto, pelo decreto-lei de 17 de Julho de 1862, qualquer escravo desleal ao dono que estivesse em território ocupado pelas tropas do Norte foi declarado livre. Mas, por algum tempo, a Lei do Escravo Fugitivo em vigor nos Estados do Sul foi ainda mantida, aplicável no caso de fugitivos dos donos nos Estados fronteiriços que eram leais ao governo da União. Seria só a 28 de Junho de 1864 que a Lei de 1850 foi revogada.
Aviso oficial para prevenção dos raptos |
1865: Dezembro: os EUA determinam a abolição da escravatura pela Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos. Cerca de 40.000 escravos restantes mudam de estatuto, obrigando-se por necessidade de subsistência à submissão ao regime de assalariamento.
1866: a escravatura é igualmente abolida nas Reservas Territoriais dos Indios, a maioria situadas no agora Estado do Oklahoma.
“12 Anos Escravo” é apenas um filme, no qual se doura um pouco a pílula ao apresentar os Negros livres de fatiota burguesa. Na sua estreia em 2013, alguém desabafou: “só deus sabe como ainda continuamos a ter sérios problemas de relacionamento racial neste pais”. Exacto. A começar pela nova forma de racismo económico reflectido na diferenciação de salários…
Paul Dano, Chiwete Ejiofor, Lupita Nyong’o, Steve McQueen, Sarah Paulson, Alfre Woodard e Michael Fassbender, na abertura comercial ao público.
2 comentários:
Ó Xatoo!!!!?????
E tu dás guarida a propaganda sionista de jewllyhood?
Ainda não te apercebeste do óbvio, bem patente na industria porno judaica de holyhood, que é um racismo anti-europeu, grotesco, malvado, permanente.
Nos filmes de holyyhood o vilão é sempre alguém branco, ou ainda não reparaste-te?
E não sabias que a escravatura é e sempre foi um negócio dominado por judeus?
E achas que hoje não há? Há muito mais escravatura hoje e as vitimas são de todas as etnias.
Nunca em nenhuma época houve tanto racismo como hoje. É estamos a falar de racismo anti-branco.
Nunca.
... nem sei porque ponta se há-de pegar neste comentário.
É certo que se publicou isto, mas afirmar que os fazendeiros que empregaram mão-de-obra escrava eram exclusivamente judeus, é a mesma que coisa que afirmar que eram todos árabes, todos portugueses, todos holandeses, angolanos, etc. O esclavagismo é um modo de produção capitalista que se explica apenas pelo processo de desenvolvimento histórico, o qual actualmente desembocou no regime de exploração pelo sistema de salariato.
Não leu o post, diz assim algures: só deus sabe como ainda continuamos a ter sérios problemas de relacionamento racial neste pais"
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