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sábado, julho 31, 2010

Grandes Meios de Transporte Auto-Sustentado

A propósito de eficiência energética, o Guardian da última sexta-feira traz um historial da concepção do Empire State Buiding, uma marca célebre no gigantismo imperialista na cidade de Nova Iorque. Entre as curiosidades que se podem ler, consta a de que o mastro cimeiro do edificio teria sido concebido como suporte para a ancoragem de dirigiveis, um meio de transporte então em pleno desenvolvimento para o transporte de massas sem grandes custos energéticos.

Construido durante a depressão de 1930, muito antes de se pensar ainda na grande guerra, os pesponsáveis pelo Empire State Building (traduzido, o Imperial Edificio do Estado) viriam depois a re-equacionar a ideia de porto de desembarque de dirigiveis “devido a alguns insucessos e contratempos provocados pelas condições volácteis dos ventos a 1350 pés de altura... e a ideia foi abandonada

Outras fontes posteriores

Henry Makow: Em Agosto de 2005, dois mergulhadores por conta própria, usando o submersivel de águas profundas MIR, encontraram duas novas partes dos paineis do posto de comando do Titanic, em blocos separados do resto do navio afundado no meio do Atlântico. Estas observações significam que após o impensável naufrágio do navio, depois do violento embate no icebergue, ele se partiu algures em 4 peças distintas antes de se afundar da superficie do oceano. Será talvez tempo de considerar a possibilidade de acções estranhas ao desastre?

Teriam ambos, o Titanic, o navio de transporte de massas mais rápido de sempre que fazia a sua viagem inaugural em 1912, e o desastre do incêndio do Hindenburg, o gigante dirigivel alemão em 1937, parte de um plano para converter a necessidade de transporte de passageiros de fáceis e meios baratos energeticamente, para a barulhenta e extremamente perigosa aviação que usa largas quantidades de petróleo? Durante essa era, a conversão dos combustiveis alternativos de fácil acesso usados em grandes navios a vapor para a alta intensidade de octanas de origem fóssil não renovável usados pela indústria de transportes aéreos ficou concluida, resultando em lucros para medidas para lá da nossa compreensão actual
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sexta-feira, julho 30, 2010

da Res-Pública à Corrupção Pública

“Poderosas forças económicas e financeiras determinam as orientações e os programas dos governos, inculcam a ideia de que, para haver progresso é necessário existir o desemprego, a miséria e a desintegração social” (Baptista-Bastos JN 17 Março 2006)
E os nomeados para gerir o sistema são intocáveis, inimputáveis. São escolhidos "lá entre eles". "A sociedade de mercado invadiu, inclusivé, as consciências. O modelo europeu de sociedade está a ser metodicamente liquidado sem que consigamos estabelecer a conciliação, imprescindível, entre responssabilidade colectiva e a responsabilização da acção do individuo-gestor (ibidem, DN 29 Julho 2010)

Os promotores do mega-centro comercial Freeport (capitais britânicos envolvendo a Casa Real Inglesa) pagaram 13 milhões de luvas a decisores portugueses para que fosse viabilizado um licenciamento em área ambiental protegida que, em situação isenta de corrupção, não seria decerto aprovado. A localização teve mo entanto uma visão de futuro espantosa: na encruzilhada entre a plataforma logistica de Rio Frio, o novo aeroporto, o terminal da linha de TGV e na saída da nova ponte de entrada em Lisboa. Como teriam adivinhado os investidores do Freeport com tanta antecedência que tudo se iria processar deste modo?

Condicionado, o Ministério Público encenou uma tentativa de investigação, mas o Ministério da Justiça, tutelado pelo Governo, dissolveu o esforço. Desde 2004 passaram seis anos e os procuradores não tiveram tempo de ouvir o principal suspeito. Mas tiveram tempo para deixar fugir o rasto das contas off-shore dos envolvidos. O comunicado com "as conclusões" sobre o caso é apenas uma espécie de inventário inócuo sobre as ocorrências. "Espero bem não voltar a ouvir falar deste assunto" concluiu José Sócrates. E mesmo se houvesse consequências, o que se seguiria? um governo liderado por outro fato engomado e passado a ferro com o Passos Coelho lá dentro? - Se os governantes do Bloco Central enfeudados às politicas neoliberais europeias pudessem fazer o mesmo que os administradores das multinacionais fizeram à participação na Vivo do Brasil, não hesitariam em extinguir o que nos resta - a participação da má-lingua do povo deste país - e iriam decerto comprar outro povo noutro lado
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quinta-feira, julho 29, 2010

O colapso da BP no Golfo do México

A panóplia de meios mobilizada para minimizar os estragos custa verbas exorbitantes. Como sempre, há a tendência para financeirizar tudo, mas o desastre não é mensurável em dinheiro

Enquanto, sobre a maior catástrofe ecológica de sempre nos EUA (1), o Guardian de ontem ironizava: “British Petroleum disposta a enviar o actual gestor chefe Tony Hayward para a Sibéria” (depois de o indeminizar com uma boa mão cheia de milhões) o editorial do Público levava a coisa solenemente mais a sério: “Bob Dudley, o indigitado substituto para novo CEO é uma prenda dos céus para a BP começar de novo depois de ter provocado um desastre ecológico de proporções incomensuráveis: foi ele quem conseguiu estancar a fuga e é americano – o primeiro americano a dirigir a petrolífera britânica” - Embora na visão destes alucinados neoconservadores sejam sempre os americanos a salvar o mundo, vindo de onde vem até se pode compreender, mas quem passou a caxa ao articulista que a BP é britânica?




















Sendo a BP de facto um ninho de multinacionais com capitais privados de accionistas, com uma fortissima componente financeira, quem é que de facto controla a chamada “British Petroleum”? o mito dos media é que a empresa é inglesa, mas isso é correcto apenas numa ínfima parte, a disseminação do capital é muito mais complexa.. Cabe aos media defenderem e esconderem as corporações mais expostas ao ódio das opiniões públicas – e assim sendo ninguém anota que 29 por cento das acções do grupo são detidas pela JPMorgan e que junto com outros accionistas os investidores americanos controlam um total de 39 por cento das acções. Ninguém informa que a maior contratante operacional das actividades da BP no terreno é a Halliburton (2), a multinacional tristemente famosa pelo seu envolvimento nos escândalos das contratações no Iraque. A Halliburton transferiu recentemente o seu quartel-general para o Dubai onde, como zona franca económica, se encontra ao abrigo de legislações nacionais ameaçadoras de responsabilização... e por fim, o ex-CEO entre 1997 e 2009, Peter Sutherland (3) que foi obrigado a demitir-se por causa de um escândalo sexual, faz também parte da administração da Goldman Sachs. (4) Nos primeiros meses de 2010 a Goldman Sachs vendeu um massivo lote de acções, quando um dos seus gestores enviou um email avisando que as perpectivas de erros nas explorações de petróleo em águas profundas era um risco cada vez mais evidente. (5)

É relativamente fácil prever os desastres da BP (um contrato similar firmado na Libia esteve na base da libertação dos “terroristas” de Lockerbye), porque as preocupações da BP são financeiras (6) e não racionais em termos de uso dos meios no sentido de bem comum. Os contratos de gestão de equipamentos são desenhados para dar lucro se o objectivo principal falhar. Há um modelo standart nestas operações de cada vez maior risco, na medida em que a complexidade tecnológica de extracção de petróleo se agudiza devido às dificuldades de acesso às fontes destas matérias primas cada vez mais escassas e remotas. A primeira prioridade na resolução das dificuldades é não haver regulação... nem “overnight”, como no dinheiro virtual... Nem consequências. Muda-se de gestor, acertam-se umas indeminizações precárias às vidas desgraçadas das vítimas nas zonas afectadas... e está feito. O petro-lobie que ajudou a eleger Obama (7) trata de proteger a actividade da criminalização pelas consequências. Não haverá investigações. A BP é uma empresa criminal, não é um negócio normal. O próximo desastre eco-petrolifero, adivinha-se, vai acontecer na instalação dos pipelines da BP no Alaska.

notas
(1) A zona costeira da Louisiana é o equivalente ao Ground Zero da Brithish Petroleum
(2) a Halliburton é a empreiteira responsável pelo Deepwater Horizon
(3) ver entrevista ao Público de 6 de Outubro de 2007
(4) Janine Wedel no Washington Blog: Chairman of Goldman Sachs International Was Also Chairman of BP
(5) A história vem contada por Adrian Salbuchi neste video da BrasscheckTV
(6) valores actualizados, a BP tem mais produtos derivados disseminados no mercado financeiro que tinham a Enron e a GE juntas aquando do crash do Nasdaq no ano 2000 (Market Oracle)
(7) em principios de Julho o Senado bloqueou uma proposta de investigação ao desastre do Golfo do México
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quarta-feira, julho 28, 2010

filósofo de quartel

Augusto Santos Silva, ex-colunista do Público, depois ministro da propaganda do PS (onde ascendeu à fama pelas ameaças de malhar na esquerda pró-marxista) e actualmente ministro da Defesa, gosta de armar à filosofia – vista deste ângulo, uma arte populista que tenta responder a perguntas esquisitas, como por exemplo “o que é e o que quer a auto-denominada esquerda democrática?” Dificil. Para cumprir a empreitada ASS valeu-se da Almedina para imprimir um livrinho (113 páginas) intitulado “Os Valores da Esquerda Democrática – 20 teses oferecidas ao escrutínio público” (Col. Res/Pública) onde passa a dar toda a sorte de respostas invocando “a diplomacia própria da modernidade, na actualidade dita pós-materialista” citando tudo que condene a filosofia económica marxista ao degredo, desde Kant a Popper. Conciso: “A esquerda democrática pugna por um denominador mínimo de recursos universalmente garantido”. Catalogador: “a esquerda democrática é uma disposição: para ser radical, realista, moderada, cosmopolita, performativa…” (pag. 101)… Radical?, fora do livro, nos media, já não se recorda como secou Alegre: “«Se o Manuel Alegre tivesse feito uma opção pela esquerda revolucionária não seria membro do PS. Pelo contrário, o PS e a democracia muito devem a Manuel Alegre» (in Alegre não é da «esquerda revolucionária»).

Finalmente, porque o cão de guarda do PS não merece muita trela nem mijinhas na sargeta, tenta facturar o Saramago pos-morten: “Na Viagem do Elefante, a propósito das hierarquias militares, o narrador refere-se a esse preceito velho como a sé de braga, aquele que determina que terá de haver um lugar para cada coisa a fim de que cada coisa tenha o seu lugar e dele não saia” Pois bem, prossegue ASS “poderia dizer-se, aproveitando o talento do romancista (note-se bem a redução a “romancista”), que o preceito básico da “esquerda democrática” é o inverso, que é possível e vantajosa a circulação pelos lugares, pela mesma razão que é ilegítima a prisão de alguém ao seu lugar de origem ou ocasião. O maior contributo para a igualdade está na abertura e dinamismo social, na mobilidade, no esímulo da iniciativa, do projecto, da ambição e na oferta de oportunidades disponíveis para todos” (pag. 27). Ora bem. Então não foi este precisamente o mesmo discurso da Flexisegurança dos primórdios do mandato de Cavaco Silva? - este ministro é funcionário do cumprimento desse programa. Voltando ao filósofo, já estamos como dizia hoje o outro ao Ionline: "se após a guerra o Salazar tivesse optado por realizar eleições tinha-as ganho na maior das calmas" - com a careca a descoberto, como a voz do povo é a voz de deus, e como les beaux esprits se rencontrent, por alguma razão o funcionário-filósofo Santos Silva já foi recebido em apoteose levando uma monumental vaia de fascista

terça-feira, julho 27, 2010

regredir para um estádio de neo-escravatura laboral

a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) está a propor aos trabalhadores que aceitem uma "redução voluntária do salário-base"...

... e lhe entreguem, a título de "doação", o valor de que prescindirem mensalmente, mantendo-se os seus recibos de vencimento inalterados. Para o administrador da EPUL não há ilegalidade, o que há é uma “cativação de uma importância simbólica, que as pessoas doam” para ajudar a entidade empregadora, ou seja, o patrão. (Esquerda.Net)

Uma vez que o modo de outsourcing assente sobre a bolha especulativa no imobiliário colapsou, passa a ser todo o processo de empregabilidade do tipo WalMart-Ikeia que é posto em causa. São conhecidos todos os velhos truques e tácticas destes senhores para intimidar todos os assalariados que se manifestem a favor de politicas que favoreçam os trabalhadores. É o patrão quem trata de tudo. Sindicalismo dentro de portas nas empresas? Nem cheirá-lo ao longe. Temos assim aquilo que os norte americanos já experimentam na pele há algum tempo e se resume em quatro palavras: Contratos de Emprego de Livre Escolha (Employee Free Choice Act (EFCA). Vejam o vídeo “O Seu Novo Emprego”. Pensam que o vosso patrão é um tipo mau? não, o homem (ou a instituição) está mas é à rasca, coitado! (ou coitadinha, se fôr Instituição) ... pior que eles só os marados do Monty Python


domingo, julho 25, 2010

a Lei Dodd-Frank vai “reformar” o quê?

A nova legislação para reformar o sector financeiro nos EUA foi desenhada pelo decano dos lobyistas judeus no Senado: Barney Frank (Dodd-Frank Act) e aprovada no Senado por 60 votos a favor e 38 contra. Recorda-se que junto com a nova administração Obama foi eleito o maior número de judeus de sempre para cargos de representação politica: 45 (seleccionados entre uns escassos 3 por cento dessa etnia na população norte-americana), sendo 32 para a “Câmara dos Representantes” e 13 para o Senado. (fonte Haaretz)

Uma sondagem Washington Post-ABC revelou que 57 por cento dos norte americanos têm pouca ou nenhuma confiança em Obama para tomar as decisões certas para o futuro dos Estados Unidos... (os EUA não são um todo homogénio, para que classes sociais decide o Presidente?). Sobre a condução da economia do país 54 por cento da população desaprova a actuação do Presidente. Actualmente a taxa de desemprego é de 9,5 por cento. Mais de 53 por cento das receitas fiscais revertem a favor das despesas com as forças militares. O orçamento destinado à componente militar para 2011 será o mais alto de sempre na história dos EUA (se ajustado à inflação é maior que o dispendido na 2ª Grande Guerra), 708 biliões para o Pentágono (1), acrescidos de um “fundo de contingência a usar no estrangeiro” de mais 200 biliões (o que na linguagem eufemistica da Casa Branca significa Afeganistão, Iraque e possivelmente outros), 40 biliões numa “caixa preta” para gastar com os serviços secretos, 94 biliões em gastos não operacionais (Departamento de Estado, Segurança Interna, Nasa, etc), 100 biliões em despesas com reformas e beneficios sociais a veteranos de guerra e, finalmente, 400 biliões em contingentes de prevenção de acções militares durante o tempo de paz (seja lá o que quer que isso seja)

No gráfico* que equaciona o orçamento entre 1997 e 2013, vê-se claramente que desde a des-anexação do dólar em relação ao ouro do administração Nixon na década de 70 até ao presente (correspondente ao periodo do Neoliberalismo) a curva das despesas militares foi sempre predominante em relação aos investimentos na economia dos privados. (os quais só se aproximaram dos custos militares nas ajudas à banca no auge da de 2009). Na percepção da realidade não se trata pois da acção deste ou daquele Presidente avaliado de modo avulso, mas de reconhecer o modo de actuação como é desenhado todo um sistema de militar tecno-industrial de dominação imperialista

* (gráfico extraido de www.nationalpriorities.org)
* (1) a NSA (Agência de Segurança Interna) foi nomeada pelo BWI Business Partnership como a "empregadora do ano!"
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sábado, julho 24, 2010

¿o que é o Consenso de Washington?

























É por este nome que ficou conhecida a reunião convocada nos anos 1990 na capital dos Estados Unidos para reajustar o decabolário dos “10 mandamentos do Liberalismo”. O documento inicial de trabalho para a “politica de reformas” foi redigido pelo economista britânico John Williamson do “Instituto para as Economias Internacionais” (IIE) por encomenda da Reserva Federal Norte Americana (FED) de acordo com os seus inevitáveis parceiros colaterais: o Fundo Monetário Internacional (FMI/IMF), o Banco Mundial (BM/WB) e a Organização Mundial do Comércio (OMC/WTO). Outros economistas têm disputado “a honra” de haver inspirado o projecto que consagrou aquilo que viria a chamar-se Globalização. Certo é que as propostas emanadas de Williamson pouco tempo depois foram repudiadas pelo próprio autor, justificando-se que esse projecto tinha sido preparado para se aplicar apenas na América Latina (de facto a primeira experiência no terreno foi aplicada no Chile de Pinochet), mas que se tinha estendido a outras regiões para as quais era manifestamente inadequado. Recapitule-se então os 10 mandamentos:
01 – Disciplina fiscal mais rigorosa
02 – Reformas impostas de acordo com os preceitos dos Chicago Boys
03 – Reordenar prioridades das despesas públicas
04 – Liberalização das taxas de juro
05 – Taxas de câmbio competitivas com a paridade do dólar
06 – Liberalização do comércio internacional
07 – Abertura incondicional ao Investimento Directo Estrangeiro
08 – Privatizações de empresas de interesse público
09 – Desregulamentação dos mercados
10 – Garantia do Direito de Propriedade Privada (1)

(Gravura: "A Orgia da Educação" de Diego Rivera)
(1) Conferir a propriedade privada com "as razões atendíveis" do PSD

sexta-feira, julho 23, 2010

culpabilidade de guerra do Anti-Semitismo?

ou as batalhas da judiaria rica sem ter em conta a condição precária da escumalha judia pobre

“Nunca quis conhecer a literatura anti-semita dos séculos XIX e XX. Envergonhava-me pelos autores desses textos e por mim mesmo. Fiz mal: há que conhecer, até ao âmago a imbecilidade e o crime” (Pietro Citati)

Hoje em dia é assaz sórdida a abertura da populaça alienada pelos vícios liberais aos argumentos Nazis (leia-se, ao modelo de organização da sociedade imposto à força a partir de cima por uma cúpula de intelectuais e funcionários fascistas. A partir de cima é o clássico e secular “Deus dará”, é isso que os indigentes esperam, migalhas dos ricos angariadas sabe-se lá Deus como nem onde, que os sustentem sem grandes maçadas).

Desde que o capitalismo dos Monopólios esgotou o potencial nacionalista para sustentar os mercados e por isso derivou na transplantação das lutas entre classes nacionais para novas divisões sociais do trabalho exportadas para niveis transnacionais – que os actores do Poder imperialista, potenciais geradores de conflitos, assumiram o carácter prioritário de combate ao Comunismo, isto é, ao tipo de construção social que aspira a organizar um sistema de propriedade colectiva dos meios de produção sob a tutela democrática de organizações populares de base. É em defesa desta tese, numa época em que se infere da Crise a eclosão de novos conflitos generalizados, que se recordam meia-duzia de citações de responsáveis que viveram as origens da Segunda Guerra Mundial:

1. Winston Churchill e a luta pela hegemonia dos mercados: ”Você deve entender que a guerra não é contra Hitler ou contra o Nacional-Socialismo, mas contra o fortalecimento do povo Alemão, que deve ser esmagado de uma vez por todas, independentemente de estar nas mãos de Hitler ou de um Padre Jesuíta.” citado por Emrys Hughes em “Winston Churchill – His Career in War and Peace”, Pág 145.

2. “Tem sido dito, além disso, que as atitudes hostis da Grã-Bretanha eram fruto do trabalho de judeus como inimigos dos nazis. Ora isso foi exactamente o que Hitler já havia concluído por si só” - declaração de Sir Nevile Henderson, embaixador britânico em Berlim, citado por A.J.P. Taylor em “The Origins of the Second World War” Edit. Penguin, 1965, Página 324.

3. “o primeiro ministro britânico Chamberlain disse-me que os Estados Unidos e os Judeus Internacionais forçaram a Inglaterra a entrar na guerra”, declaração de Joseph P. Kennedy, o patriarca do clã Kennedy, embaixador Americano na Grã-Bretanha durante os anos que precederam a guerra, citando James Forrestal, o secretário da Defesa ( em “The Forrestal Diaries”, Edit. Millis Cassel 1952, pag.129)

4. "Foi com o Bolchevismo, que o judaísmo internacional criou o mais cómodo disfarce para uma criminalidade moral e política, que corresponde, é bem verdade, ao carácter íntimo judaico, mas que, se a deixassem ver nua e às claras, provocaria a repulsa e o horror da humanidade inteira. O judeu manifesta-se no bolchevismo na realidade como a encarnação de todo o mal. Quando falamos, por conseguinte, do perigo internacional do bolchevismo, é apenas para pôr a descoberto conexões que encerram um gravíssimo perigo, não só para nós, mas para todos os Estados”
Dr. Josef Goebbels, ministro do Reich, discurso no Congresso do Trabalho, em Nuremberga.

5. o Conde Jerzy Potocki, embaixador polaco em Washington, num relatório para o seu Ministério dos Negócios Estrangeiros em Janeiro de 1939 é citado pelo historiador britânico, Major-General J.F.C. Fuller pelo seu parecer sobre a opinião pública nos Estados Unidos, dizendo: “Acima de tudo, a propaganda aqui [nos EUA] é totalmente dominada por Judeus ... quando o assunto é enfiar ignorância na cabeça do público, a propaganda é tão efectiva que as pessoas não têm a menor idéia do verdadeiro cenário na Europa ... é interessante observar, que nesta campanha cuidadosamente pensada ... nenhuma referência é feita à Rússia Soviética. Se este país é mencionado, ele é referido de maneira amigável por forma a que passe a impressão que a Rússia faz parte do grupo de países democráticos ... Os Judeus conseguiram não apenas estabelecer um centro de disseminação de ódio e inimizade no “Novo Mundo”, como também obtiveram sucesso em dividir o mundo em dois campos hostis ... O Presidente Roosevelt recebeu o poder de criar uma imensa reserva armamentísta para uma futura guerra que os Judeus estão deliberadamente empenhados em começar.” (Fuller, JFC: “The Decisive Battlers of the Western World”, volume 3, páginas 372-374)

6. Hugh Wilson, o Embaixador Americano em Berlim até 1938, o ano anterior ao início da guerra, achou o anti-semitismo alemão “entendível” - grande parte dos líderes do Movimento Bolchevista na Rússia, um movimento desesperadamente temido na Alemanha, eram judeus. Qualquer um podia sentir o ressentimento e o ódio a espalhar-se. Na Alemanha em crise, entre os muito poucos com dinheiro para gastar, a maior parte eram Judeus ... antes da ascenção do Nazismo os sectores chave da economia alemã (Media, Saúde, Justiça) estavam pejados de judeus”. (Hugh Wilson, “Um Diplomata entre as Guerras”, Longmans 1941, citado por Leonard Mosley Lindbergh, Edit. Hodder 1976)
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quinta-feira, julho 22, 2010

olha, olha

uma alentejana da terra do Manuel da Fonseca...
Ritual. Aprender a rezar na era da novilíngua universal. Tanto pior quando se tem talento...


quarta-feira, julho 21, 2010

os caminhos de Katyn

Ponta de lança do que há de mais retrógado e reaccionário na Europa, a Polónia continua a sua saga obscurantista no estabelecimento de uma nova ordem moral baseada no fundamentalismo cristão, homofóbico e anti-semita.

Na Polónia até a rádio oficial usa o nome da presumivel mãe de Jesus, "Maryia", à pala da qual a nação já pariu um Papa, um super solidário sindicato amarelo, dois ministros presidentes gémeos siameses “da união fascista nacional”, produzindo o casulo por fim como último chefe de Estado o extremista radical anti-comunista Bronislau Komorowski – um tipo em cujo currículo se inscreveu a recusa de votar nas primeiras “eleições livres” após o desmantelamento do “comunismo” em 1989, por “os comunistas terem ficado com demasiada liberdade

Uma destas sumidades estatelou –se com os ossos no chão em Abril último num dia de nevoeiro quando se dirigia para Smolensk ao encontro de Vladimir Putin para celebrar as vítimas polacas da tragédia da floresta de Katyn, num dia de nevoeiro em que o gémeo Kaczynski insistiu em dar ordens peremptórias ao piloto para que aterrasse apesar da tempestade. Há mentiras que são inadiáveis; é urgentíssimo fazer-se representar e repeti-las insistemente sob pena de a verdade aflorar de novo ao de cima – “Durante décadas, muitas foram as tentativas feitas para esconder a verdade acerca das execuções de Katyn com cínicas mentiras, (o Kremlin da Nova Ordem Neoliberal Russa pós-“comunista” reconheceu a culpabilidade de Estaline no massacre) mas sugerir que o povo russo deve ser culpabilizado por isso é um tipo de distorção e mentira do mesmo género”, disse Putin na cerimónia anterior. Deus não dorme e o avião de Kaczynski caiu – “Sabe o que acho? Foi tudo montado pelos russos” disse Lucyna, a mãe do piloto que faleceu no acidente junto com outros 94 dignitários polacos.

Factos
Em 1943, intentanto semear a discórdia entre os membros Aliados da coligação anti-nazi-fascista (Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos) Josef Goebbels produziu uma campanha maliciosa culpando a URSS por ser responsável pelo fusilamento de mais de 10 mil oficiais polacos. Esta declaração foi apoiada pelo governo da Polónia no exílio, guiado pelo sentimento de vingança e animosidade contra a União Soviética, pela derrota infligida ao exército polaco na Bielorússia Ocidental e na Ucrânia e pela incorporação destes territórios na URSS. Sem dúvida que a basófia de Goebbels foi então rechaçada por todo o mundo e, enquanto a União Soviética foi uma superpotência, ninguém pôs em dúvida que os oficiais polacos foram fuzilados pelos Nazis.

Porém no virar da década de 80 para os anos 90, começaram a aparecer declarações – não em qualquer sítio, senão no interior do próprio país – de que haviam sido os soviéticos quem tinha fusilado os polacos. Estes factos coincidem com a nomeação de Boris Yeltsin e com a proibição do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Em 13 de Abril de 1990 as autoridades (aindas soviéticas) admitem por fim a responsabilidade pelo massacre em Katyn, e outras atrocidades onde quer que elas fossem, através de um depoimento da agência noticiosa Tass assinado pessoalmente pela autoridade do então lider Mikhail Gorbachev. Pode-se com isto provar que a URSS admitiu a responsabilidade? Não!

as Verdades e as Fabricações
















Quando as tropas alemãs atacaram a Polónia em Setembro de 1939, a táctica da “guerra relâmpago” (blitzkrieg) abriu grandes brechas nas forças de defesa polacas. Contudo, ao abrigo do Pacto Ribbentrop-Molotov as tropas soviéticas em finais de Setembro também invadiram e ocuparam a parte previamente combinada do território, obrigando os oligarcas polacos a exilarem-se e fazendo outros prisioneiros. A maior parte da população, Ucranianos e Bielorrussos, maioritariamente judeus, congratularam-se com as tropas invasoras aclamando-as como libertadores.
Desfazendo o pacto, a 22 de Junho de 1941 a Alemanha Nazi lança a “Operação Barbarossa”, e os exércitos alemães invadem a Rússia penetrando profundamente no país. Em 10 de Julho 62 divisões alemãs integrando cerca de 1 milhão de homens tomaram de assalto a cidade de Smolensk na Rússia. Os três campos onde os oficiais polacos se encontravam detidos foram também capturados. José Estaline, alarmado pelo colapso do Exército Vermelho, ordena uma amnistia que garanta a todos os prisioneiros polacos a liberdade desde que se disponham a lutar contra os alemães. Em 14 de Agosto de 1941 é assinado o acordo entre militares da URSS e da Polónia. Contudo, no auge da guerra, ninguém sabe em que situação ficaram os oficiais detidos em Kozelsk, Starobelsk e Ostashkov, campos de trabalho na vizinhança de Smolensk que utilizavam os presos na construção de estradas. De acordo com o relato do capitão Ljubodzetsk que testemunhou o que aconteceu, a evacuação do seu campo começou por ser feita a pé. Porém pouco depois os oficiais polacos revoltaram-se. Diziam que antes queriam esperar e render-se aos alemães, pensando que estes os tratariam segundo as leis internacionais. A maioria decidiu permanecer. Era impossivel obrigá-los todos a retirar e com o aproximar das tropas alemãs foram capturados. Apenas alguns prisioneiros, os de origem judaica, concordaram em acompanhar a retirada dos russos.

Em 1943 no refluxo do fracasso da campanha Nazi na Rússia com os exércitos alemães já em retirada, a Alemanha decide proceder à exumação de cadáveres de militares polacos encontrados em valas comuns na floresta de Katyn e culpam os soviéticos pelo massacre.
O acto criminoso de Katyn adquiriu proporções históricas e implicou grandes consequências politicas. Quando em Abril de 1943 o ministro da propaganda Josef Goebbels anunciou a “descoberta” das valas comuns esperava uma condenação internacional às atrocidades dos soviéticos, dando-lhe algum espaço, senão mesmo a vitória na sua Guerra contra a URSS, provocando cisões nos Aliados. Num titulo da Newsweek em Maio de 1943 podia-se ler: “Polacos contra os Vermelhos: os Aliados são postos à prova face aos oficiais mortos”. Mas Goebbels fez mal os cálculos. Apesar das “evidências” apresentadas da responsabilidade soviética, Moscovo culpou os Alemães e, até ao final da Guerra Washington e Londres aceitaram as contra-alegações da URSS. No final da Guerra, segundo um relatório dos services secretos dos EUA, quando o governo da Polónia no exílio em Londres exigiu um inquérito internacional, Churchill usou o caso contra Estaline como pretexto para quebrar as relações, um facto entre outros que marcaram o inicio da Guerra Fria.

Inquéritos e Evidências

Com a URSS de novo na posse do território, a Comissão Burdenko começou as escavações nos terrenos de Katyn a 16 de Janeiro de 1944. Os investigadores exumaram 925 corpos de entre aqueles que não tinham sido examinados pelos alemães. Havia uma multiplicidade de evidências físicas apresentadas pelos próprios corpos. Uma constatação óbvia era que os corpos envergavam os capotes cinzentos dos oficiais polacos. A questão que então teve de ser posta era,,, se os oficiais polacos tinham sido fuzilados na Primavera da 1940, como os Alemães reclamavam, porque razão usariam eles nessa época de clima ameno pesados capotes de Inverno? – a única explicação para isto é a de que as vítimas não tinham sido mortas na Primavera, mas na época fria, talvez no Outono do ano de 1941. Constatação que confirmava as declarações anteriores de um camponês russo, Ivan Krivozertzev, que ao ler um artigo no jornal 'Novyj Put' em Abril de 1943 se dirigiu ao General Sikorski e contou aquilo que tinha visto naquele ano em Smolensk.

No entanto, quem hoje faça uma pesquisa sobre o Massacre de Katyn encontrará centenas de ligações para a culpabilidade de Estaline, em artigos como, por exemplo, o do “historiador” judeu Benjamin B. Fisher "The Katyn Controversy: Stalin's Killing Field”, um entre outros milhares de escroques revisionistas e agentes do espectáculo mediático, como, noutro exemplo, o filme do realizador judeu polaco Andrzej Wajda e mais as aldrabices que se verá
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terça-feira, julho 20, 2010

limpar direitos constitucionais...

A programação politica da Nova Ordem Mundial interessar-se-á apenas por gente seleccionada para receber educação avançada, deixando o resto da grande massa amorfa permanecer deseducada e, para além disso, incapacitada para combater o sistema. Muitos deles serão desempregados e a maioria será totalmente dependente do Estado para sobreviver e obter os cuidados minimos de saúde. A Nova Ordem Mundial irá encorajar a dissolução das unidades familiares, o que será o inicio da ruptura do sistema social que tinha vigorado até há pouco tempo. Encoraja o uso das drogas e do álcool, e logo depois do consumo disparar, fará de toda a gente uma população de zombies que nem sequer ousam pensar em modificar o sistema, pelo contrário, farão tudo o que lhes for pedido para fazerem. O programa para a 3ª guerra mundial, já em curso de execução, trata de genocidios premeditados, por forma a reduzir drasticamente a população mundial, considerando que na actual situação de sobrepopulação o sistema capitalista não é viável

Texto de referência: Mass Depopulation, Genocide, WW3? Part 1- The link to the New World Order
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segunda-feira, julho 19, 2010

Wanted

a CMVM aplicou multas milionárias a uma associação de gestores do BCP por prestação de informação falsa ao mercado; o que na prática resulta na inibição destas pessoas de roubar (i.e gerir) por um período de 5 anos. É uma injustiça. Estes portugueses de fino managment são íntegros filantropos dos valores universais na linha robinwoodesca anglófona de Billy-the-Kid ou Clide Barrow, do latino Salvatore Giuliano, de Dias Loureiro e Oliveira e Costa do gang cavaquista – todos eles, por puro altruísmo, “desviaraminvestimentos de accionistas ricos para os dar aos pobres de um país que é miserável. (cobrando a respectiva comissãozinha claro, que as balas para as canetas que preenchem os balanços não são à borla). E a classe politica com funções na “corporate governance” sabe bem desta vicissitude – todos eles juram também desalmadamente defender e melhorar o património do povo. (embora este esteja alienado pela dívida eterna).

Passa-se a explicar como é que tem funcionado. Como citou o CM na secção de Economia na última sexta-feira 16, o Barclays Capital apurou que há “um buraco” de 17 mil milhões na banca portuguesa, (constam dos balanços mas o dinheiro não existe), sendo que os maiores “calotes” (chamam-lhe eles assim) estão relacionados com empréstimos de crédito à habitação pelos quatro maiores bancos nacionais (CGD, BCP, BES, BPI), ou seja, com o sonho de 1 casa própria para cada american dreamer – paradigma que tem fabricado lenta mas de forma persistente a famosa bolha no imobiliário que culminou na crise do “subprime” em 2007/8. Bom… quando se descobre a fraude, o escândalo resolve-se pela assumpção pelos governos do valor da bronca que os distribui para pagamento a toda a população na forma de mais impostos, seguindo-se a emissão de mais papel-moeda para colmatar os valores em falta (mais inflação). Mas, e quando os governos económico-dependentes não têm capacidade de emissão de notas bancárias?

Aldrabam-se na mesma os balanços e importa-se dinheiro, endividando-se o país em nome da “estabilidade” dos ricos enquanto se degrada o custo de vida para os pobres. Neste preciso momento os Bancos Centrais Europeus (1) devem, segundo sugestão da FED, ter de imprimir milhões. E Ben Bernanke tem de imprimir 40 Triliões agorinha mesmo, 100 triliões para o próximo ano, 200, 500, 1000,,, etc. Como se subentende, a Reserva Americana mantém os juros a 1 por cento e cresce, a Europa paga valores acima dos 5 por cento e estagna fazendo chegar o crédito aos consumidores a 9,8 por cento. As classes média ocidentais que paguem as guerras e a crise

Game Over?

Em 2009 o défice dos Estados Unidos ( 55 triliões de dólares) quase se equiparou ao PIB mundial (58 triliões). É incompreensivel mas é verdade: a emissão de papel-moeda da América do Norte rondou os 15 triliões, enquanto o défice público e privado é de 55 triliões. Como podem os EUA pagar a dívida em falta com um suprimento de apenas 15 triliões? Faltam os tais 40 triliões, apenas para este ano. De onde vem esse dinheiro?

Existem triliões de compromissos assumidos pelos governos garantidos pelo Lobie financeiro Judeu (bail-out aos bancos, bail-outs a países, p/e Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda, Itália, e claro, também à União Europeia no seu conjunto. São criados triliões nos computadores do quartel-general do Lobie Judeu, a Reserva Federal, os quais consistem em nada mais que algarismos electrónicos. Estes valores nunca são enviados, não são investidos, não têm de facto nenhuma existência física. O CEO da Goldman Sachs, o nosso primo judeu Lloyd Blankfein, admitiu isso mesmo perante o Congresso em 27 de Abril de 2010, citando: “Todos os contratos em futuros sobre o petróleo ou qualquer outra coisa que seja, podem ser caracterizados como uma aposta… estas coisas não existem fisicamente. Mas elas providenciam liquidez”. Neste momento existem 1,5 quatriliões destes “derivados” a estrangular a economia mundial. Os mercados estão, como se sabe desregulamentados, e a Goldman Sachs e a Morgan Stanley (as grandes beneficiárias da crise) têm-se manifestado prontinhas a explorar esta situação. Pensam os ingénuos que o sistema bancário está a ser corrigido (as reformas de Wall Street por Obama, e tal...), que os esquemas fraudulentos são coisa do passado. (2)

Mas vem explicado na Time Magazine da semana passada como continua a funcionar (pag 30/31) no artigo intitulado “Como a Goldman Sachs mandou uma Cidade para o Lixo”(3). Nestes termos:
1ª fase: John Paulson (4) desejou estabelecer uma aposta segura sobre o mercado imobiliário. Em finais de 2006 o investidor em hedge-funds pediu à Goldman Sachs a criação de um titulo de empréstimo, no qual ele acreditou de facto que iria falir. 2ª fase: A Goldman Sachs inventou o fundo Abacus e lançou-o no mercado, omitindo deliberadamente mencionar o envolvimento de Paulson, que pagou à Goldman 15 milhões para despesas. 3ª fase. o Abacus encontra compradores no estrangeiro. O banco de investimento alemão IKB investe 150 milhões; o IKB junta o Abacus num pacote com outros fundos de empréstimos com chances de rentabilidade, o qual designa por “Rhinebridge”. 4ª fase: O fundo Rhinebridge obtém a classificação máxima de AAA de rating pela agência de avaliação (5) de topo Moodys. 5ª fase: Em 2007 as autoridades da cidade de Cedar Rapids (Iowa) investem 6 milhões no fundo Rhinebridge, em títulos vendidos pela Wells Fargo. Passados alguns meses os títulos perdem cerca de metade do seu valor. 6ª fase: O município de Cedar Rapids contabiliza a parte do investimento feito como lixo. Os residentes irão pagar na forma de impostos especiais 540 mil dólares por ano mais juros, sugando desta forma mais dinheiro da sua já estrangulada economia

notas
(1) o judeu Dominique Strauss-Kahn, actual director do FMI, diz que "teme que a Europa enfrente vários anos de crescimento fraco, com aumento do desemprego"
(2) Globalism, National Journal:
"O vampiro Bernanke precisa continuar a imprimir notas"
(3) Time Magazine:
"How Goldman Trashed a Town", by Stephen Gandel
(4) John Paulson: descobrir biografia na lista de judeus bilionários
(5) Agências de quê??? António Vilarigues: "estas agências são dependentes, do ponto de vista legal e mesmo financeiro, do Governo dos EUA e dos grandes bancos"
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domingo, julho 18, 2010

Teatro e Vida na Casa da Cerca

“Face á incomensurabilidade entre formas de ver o mundo é provável que a ciência não evolua por acumulação de descobertas e invenções individuais. È preciso distinguir a componente “científica” das observações e crenças do passado. A ciência incluiu no seu seio conjuntos de crenças deveras incompatíveis com as que hoje defendemos. Tem de se restringir drasticamente o âmbito das crenças admissíveis como crenças científicas, pois de outro modo não haverá ciência” (Thomas S. Kuhn, in “a Estrutura das Revoluções Científicas”)

Actualmente embaixador na UNESCO, (uma associação voluntária de 196 paises para equacionar os problemas da Cultura, "que deveria ter a mesma importância do FMI"), Manuel Maria Carrilho foi a primeira figura dos "Encontros da Cerca" onde, no âmbito do 27º Festival de Teatro de Almada, se falou sobre “Crise, Cultura e Democracia”. Carrilho, aureolado com a prestação do ex-ministro da Cultura que estabeleceu os fundamentos para a existência de uma rede nacional de teatros e auditórios, tem uma visão correcta sobre o fim do actual paradigma em que vivemos: 1. a inteligentsia tomou consciência da finitude dos recursos disponíveis, 2. haverá um longo e lento período de tempo de transição entre paradigmas, enquanto não há respostas para a resolução da crise, período a que prefere chamar de metamorfose, e 3. a tentativa pelo Poder de retomar os mesmos factores que conduziram à crise.

Considerando o espaço cultural do Ministro, que dispõe (ou não) das verbas administrativas para pôr todo o património à disposição de toda a cidadania – o direito à Cultura de Malraux – citando Kuhn na interpretação que “a Economia neoliberalnão é uma ciência exacta, que direito democrático assiste ao funcionalismo do Ministério, face ao poder das redes mediáticas transnacionais, para atribuir determinada verba para a indústria cultural em função do PIB? – corolário da questão: “estamos muito longe de ser reconhecidos na Europa como um país com cultura própria”, conforme concluiu Ricardo Pais.

a Cultura observada pela Estética economicista da vanguarda cultural nacional submetida aos interesses da burguesia transnacional



Companhia Estatal da República Popular da China, no Dia Mundial da Dança (29 de Abril), in memorian da extinção, precisamente por critérios economicistas, da "nossa" Companhia Privada de Bailado da Gulbenkian
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sábado, julho 17, 2010

Os Desertos Estão em Marcha

“o Homem sobreviveu até aqui porque era demasiado ignorante para poder realizar os seus desejos. Agora que pode realizá-los, deverá, ou reformulá-los, ou perecer
William Carlos Williams (1883-1963)

“Geógrafos e historiadores têm vindo a notar que as ruínas de civilizações antigas (especialmente nas áreas sub-tropicais) estão frequentemente localizadas em desertos, tais como o Sahara, o Arábico e o de Gobi. As “alterações climáticas” são uma explicação fácil, mas não muito convincente para este fenómeno. Alguns anos atrás, o professor Paul Sears virou-se da teoria das “alterações do clima” para a preposição que a aparição dos desertos tinha envolvido mão de obra do homem. Traçou cinco estádios de desenvolvimento erosivo dessas regiões: 1. Desflorestação, com a perda de largas quantidades de coberto vegetal, uma mistura que as árvores “transpiram” para o solo que absorve as radiações nocivas do sol; 2. Queimadas para a abertura de clareiras que destruiram e queimaram o coberto vegetal; 3. Crescimento exponencial de terras para pastagens de proximidade, especialmente para rebanhos de cabras e camelos, impedindo a regeneração das florestas e tornando as terras desmatadas salinizadas; 4. Cultivos agrários progressivos, removendo as plantas originais, destruindo assim a possibilidade de regeneração dos solos; 5. Movimentação de areias quentes nas novas vegetações emergentes, enquanto o vento, o sol e as erosões mais frias “moeram” as rochas calcáreas fornecendo uma porção adicional de areias. Sob a pressão desta sequência, os terrenos desérticos foram avançando”
“Deserts on the March” Monthly Review, Março de 1960
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sexta-feira, julho 16, 2010

investigando as prisões secretas da CIA na Europa

a espalhafatosa violação norte- americana das leis internacionais mais básicas, territoriais, e legislações humanitárias apenas ajuda a revelar que os Estados Unidos são um Estado pária e terrorista

23min,27seg

a cara da corrupção

De facto não se trata de uma redução de pena de 7 para 2 anos como a brigada da "boa imprensa" a soldo da limpeza da fraude fiscal e branqueamento de capitais pretendeu ontem fazer crer - "O Tribunal mandou repetir o julgamento de Isaltino Morais por corrupção, mas está longe de acreditar na regeneração do autarca, ex-ministro da bolha das Obras Públicas nas Cidades de Durão Barroso" - diz o acordão: "O arguido só não continuará a fazer o mesmo se não puder". (Sol)
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quinta-feira, julho 15, 2010

A Democracia e os Mercados na Nova Ordem Mundial

Anthony Lake, conselheiro para a Segurança Nacional formulou em 1993 a doutrina Clinton nestes termos: “Durante a Guerra Fria a nossa tarefa foi conter a ameaça global contra as democracias de mercado; agora trata-se de ampliar o respectivo alcance”

Noam Chomsky, 1994, Universidade de Duke

No mundo real, a democracia, os mercados e os direitos humanos são alvo de um sério ataque em grande parte do planeta, incluindo as democracias industriais de ponta. Mais ainda, a mais poderosa de entre elas – os Estados Unidosé quem conduz o ataque. No mundo real, os Estados Unidos nunca promoveram os mercados livres, desde a sua fundação até à era Reagan, que por sua vez veio estabelecer novos padrões de proteccionismo e de intervenção estatal na economia, contrariamente às inúmeras ilusões que esxistem sobre este assunto.

A crise social e económica global é vulgarmente atribuida às inexoráveis forças de mercado. A partir daí os analistas dividem-se quanto ao grau de participação de diferentes factores, sobretudo dois, o comércio internacional e a automação. Toda esta visão é consideravelmente enganadora. Para dar uma aparência de eficiência ao comércio externo sempre foi necessária – e continua a ser – uma enorme intervenção estatal e os respectivos subsidios (isto, não falando já nos custos ecológicos que são impostos às gerações futuras, que não “votaram” no mercado, e outros aspectos tidos por factores “externos” e que fazem objecto de notas de rodapé).

Para mencionar apenas uma pequena distorção de mercado, boa parte do orçamento do Pentágono foi aplicada em “assegurar o fluxo de petróleo a preços razoáveis”, a partir do Médio Oriente, que é “esmagadoramente a reserva dos Estados Unidos”, observa de passagem numa revista académica Phebe Marr, membro da Universidade de Defesa Nacional. Trata-se de uma contribuição para a “eficácia do comércio” que raramente merece atenção. Veja-se o que se passa com o segundo factor, a automação. A partir de um certo nivel é certo que contribui para os lucros; mas esse nivel de desenvolvimento da automação foi alcançado à custa de décadas de proteccionismo dentro do sector do Estado – a indústria militar – como demonstrou David Noble num importante estudo. Mas para além disso Noble mostra também que a escolha de uma forma especifica de automação foi muitas vezes comandada por opções de poder e não tanto por objectivos de lucro ou de eficácia; eram modelos de automação concebidos para desqualificar os operários e subordiná-los à gestão, não por principios de mercado ou pela natureza da tecnologia, mas por razões de dominação e controlo.




















E o mesmo se passa num âmbito mais geral. (Note-se que continuamos em 1994). Na imprensa dedicada aos negócios surgem informações de funcionários superiores das empresas que admitem que uma das principais razões para desviar postos de trabalho para o estrangeiro, mesmo para paises onde os salários são bastante mais altos, é facilitar a vida às empresas na guerra de classes. Segundo a explicação dada por um gestor da Gillette Corporation : “Preocupa-nos que um produto seja feito num só sítio”, sobretudo por causa dos “problemas laborais”. E acrescenta que, se os trabalhadores de Boston entrassem em greve, a Gillette estaria em condições de fornecer quer o mercado europeu quer o mercado norte americano a partir da fábrica que tem em Berlim, derrotando a greve. Assim, faz todo o sentido que a Gillette empregue três vezes mais trabalhadores no estrangeiro do que nos Estados Unidos, sem olhar aos custos, e por razões que não se prendem com a eficácia económica. De modo idêntico, a Caterpillar, (uma empresa de ponta de capitais israelitas), apostada em destruir os últimos vestígios de sindicalismo na indústria, está a levar a cabo “uma estratégia empresarial que tem empurrado lentamente os trabalhadores norte americanos de uma posição de desafio para uma atitude de aceitação”, nas palavras do correspondente económico James Tyson. A estratégia passa por “produzir em unidades mais baratas colocadas no estrangeiro” e “apostar em importações de fábricas no Brasil, no Japão e na Europa”. E é facilitada pelos lucros colossais, à medida que a politica de segurança social vai sendo mobilizada para enriquecer os poderosos, pela contratação a prazo ou de “trabalhadores de substituição permanente”, violando os padrões internacionais do trabalho, e pela cumplicidade de um Estado criminoso que se recusa a reforçar as leis laborais, posição elevada à categoria de princípio pelos Reaganistas. O verdadeiro significado da “estratégia conservadora da liberalização dos mercados” fica à vista se observarmos um pouco melhor o que se passa com os maiores entusiastas da ideia de “menos Estado”, os que defendem que “o Governo tem de deixar de andar em cima de nós”

Sob o título “Deve ser do Calor”, escreve Rui Tavares: “Sócrates pode declarar-se progressista e querer governar com Paulo Portas; antineoliberal e negociar com Passos Coelho; keynesiano e não dar nenhuma abébia à esquerda” – então é apenas aos investimentos do Estado como capitalista, como advogou Lorde Keynes há 60 anos atrás, aquilo a que aqueles que se imaginam como “a esquerda” se podem permitir aspirar agora, verdade?

nota: os excertos do discurso de Chomsky são citados a partir da tradução portuguesa editada pela Antígona
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quarta-feira, julho 14, 2010

Estado, Crise e Candidaturas presidenciais

Cavaco (182 mil euros no ano de 2005) e Alegre (3.000 euros) são apenas dois dos 399 politicos que acumulam pensões de reforma. Cavaco actualmente recebe três pensões pagas pelo Estado: 4.152,00 pelo Banco de Portugal; 2.328 ,00 pela Universidade Nova de Lisboa; e 2.876,00, por ter sido primeiro-ministro - num total de 9.356,00 (1.875.709$60 escudos, 1.800 contos por mês em moeda antiga) valores que acumula com o vencimento de Presidente. Obviamente, as sondagens das corporações oficiais dão vantagem ao que mais recebe - mas não dão ideia da disparidade de recursos apropriados por parte de quem manobra o sistema nacional de sustentações

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O mistério da multiplicação das notas. Não há, mas continua-se a tirar, sem cortes: "Fundos de pensões estão negativos em 2010"
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terça-feira, julho 13, 2010

o factor Trabalho

Como no sonho das cerejas (de Anton Tchekov) n`”O Gingal” do tempo em que estas se guardavam para fazer compota, toda a gente anda a contar estórias e mais ou menos a divertir-se, enquanto a casa é destruída.

Nos EUA o grande assunto de momento é a batalha entre grandes empresas (aquelas a quem o bardo reaccionário Fernando Pessoa chamou na “Essência do Comércio” de “monopólios de concentração de direito natural ou outorgados pelo Estado”) e a administração Obama sobre o destruído mundo do trabalho. Citando Steven Pearlstein (um colunista judeu do Washington Post, pois claro): “Os gestores não gostam da incerteza gerada pela reforma do sistema de saúde e pela regulamentação financeira e do impasse politico em relação às alterações climáticas e à imigração. Ouvem a retórica que demoniza os sectores de seguros, Wall Street e as companhias petrolíferas. Vêem aproximar-se a onda de regulamentação após anos a fazerem as próprias leis” Linear. Pearlstein reuniu-se em tempo com José Sócrates tendo na altura constatado como foi fácil “esta praga da cobiça e desregulação ter tão facilmente atravessado o Atlântico e conduzido as economias a uma recessão que se espera mais longa e profunda do que inicialmente”. A seguir, em Maio de 2009, o Washington Post elogiou a governação de Sócrates.

E continua Pearlstein, traduzido no Público dia 11: “Sabem que equilibrar o orçamento significará, quase de certeza, impostos mais elevados. Tudo isso é verdade e chega num péssimo momento para a economia. E com a confiança nas grandes empresas pouco acima dos 10 por cento, não é de admirar que esses gestores sintam que a conjuntura se afigura subitamente contra eles. “Quando os cidadãos não confiam nas grandes empresas, os Governos seguem o mote”, escreveu Jeff Immelt aos accionistas em Fevereiro, na qualidade de gestor da General Electric (outra multinacional clássica de capital judaico). Estamos a entrar numa espécie de “ciclo negro”, onde as pessoas que podem fazer com que a economia melhore são consideradas os seus piores inimigos. A palavra de ordem passa a ser “Por que é que vocês não criam mais postos de trabalho, seus palhaços?” (sic)

Falou. Em sintonia, Cavaco Silva exorcisou a sua habitual sapiência sobre economia parasitária dos ricos na qualidade de empresário-mór da república, transmitindo o recado: “um novo impulso reformista vai estalar na Europa e Portugal deve estar na primeira fila para o seguir, sobretudo no factor trabalho(ler)

Relacionado: Novos médicos são “contratados” a recibos verdes
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segunda-feira, julho 12, 2010

petro-democratura

a melhor piada do ano: a Guiné Equatorial "é o único país de lingua espanhola em África... e "o espanhol" é assim como uma espécie de dialecto português" (Ramos Horta)

Por um milhão de dólares (789.000 euros) por ano, o Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, há três décadas à frente da Guiné Equatorial, contratou como seu assessor de imagem o advogado norte-americano Lanny J. Davis, que foi conselheiro especial do ex-Presidente Bill Clinton - "O meu país passará a ser visto como democrático", esclareceu Obiang, que vai firmar o contrato de adesão à CPLP em Luanda, esse paraíso para os direitos humanos (fonte)

Contudo, apesar da aparente indisposição pelo engolir do sapo petrolífero, a crítica que é feita por Gerhard Seibert é um embuste ainda maior que o descaramento dos gestores de negócios, sejam eles de lingua lusa ou de outro qualquer idioma. Diz a luminária (pag3, Publico, Sábado10): "a Guiné Equatorial representa o oposto da democracia, do Estado de direito e do respeito pela justiça social" - ora quando se agita a bandeira do Direito no Estado neoliberal, isso significa nem mais nem menos que o Direito à Propriedade Privada, cujas actividades estão fora do alcance da jurisdição nacional e se regem por contratos transnacionais nos quais a população não é nem mencionada, quanto mais tida ou havida para essa merda dos "direitos humanos" formalmente ad-nihil da propaganda ocidental

* Para apadrinhar a coisa, Cavaco viaja para Angola com mais 100 empresários na bagagem
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