A crise orçamental agravar-se-á a partir de 2015. Intitulada "Fiscal Space", uma nota técnica do FMI refere que a progressão da dívida pública directa em relação ao PIB nos 23 países desenvolvidos estudados subiu, em média, de 60% em 2007, no início da Segunda Grande Recessão, para 75% em 2009, e de acordo com as projecções do FMI poderá atingir os 85% em 2015. Portugal (a vermelho no mapa) já lidera a dependência do sistema de crédito especulativo ultrapassando os 741 mil milhões de euros, no total 445% do PIB anual, 135% só para a dívida pública. Como o fardo das dívidas soberanas assumidas pelo Estado têm de ser pagas com o dinheiro cobrado em impostos, Portugal, a Grécia, Itália e o Japão aparecem como os paises com menor espaço fiscal para aumentar o confisco.
Quanto a crise das dívidas soberanas na Eurozona irrompeu no princípio de 2010, um relatório RMF identificou três opções estratégicas para países periféricos. Eram elas: primeiro, a austeridade imposta pelo núcleo e a transferência dos custos de ajustamento para a sociedade como um todo; segundo, uma vasta reforma estrutural da Eurozona em favor do trabalho e, terceiro, a saída da Eurozona acompanhada do incumprimento (default), mudando assim o equilíbrio social em favor do trabalho. Não surpreendentemente, a política preferida dos governos da Eurozona – às ordens do FMI, isto é do dólar como moeda hegemónica global – foi a austeridade. (in "o Espectro do Incumprimento", no Resistir)
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