Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
Naqueles espectáculos mediáticos que se fazem em diálogos com os cidadãos aquando de visitas de circunstância para promoção das bondades dos gestores dos governos, muitas vezes surgem questões incómodas. Aconteceu a Obama na passada quinta-feira dia 28 em Tampa na Florida. Azar, transmitido em directo na CNN. A pergunta da jovem universitária Leila é qualquer coisa como isto: “trabalhei na sua campanha para lhe dar o maior apoio possível, o que nos fez envolver num espírito de comunidade para procedermos a mudanças”. (muito obrigado). “Ontem mesmo no seu discurso sobre o Estado da União afirmou ter o maior respeito pelos direitos humanos. Sabendo-se que Israel é o maior desrespeitador desses mesmos direitos ao negar condições de liberdade a milhões de palestinianos numa Palestina ocupada, pergunto-lhe: porque têm os Estado Unidos de dar biliões de dólares para financiar este estado de coisas com dinheiro proveniente dos nossos impostos?”
Como é que eles se atreveram a chegar aqui? Não é suposto apresentarem-se questões reais à procura de respostas? Como é que Obama e Biden se negam responder a uma simples questão que subjuga e inquina toda a problemática em torno do patriotismo americano? A patética resposta aumenta o volume da questão, não aumenta? Israel roubou, ainda antes da sua fundação como Estado e continua a roubar terras a milhões de Palestinianos: neste processo expulsou, marginalizou e matou centenas de milhar de pessoas. Os Estados Unidos estiveram desde sempre envolvidos nesta empresa criminal de molestar e brutalizar os povos árabes da antiga Palestina, mais precisamente desde o mapa desenhado pelo Mandato britânico após a 1ª grande guerra. A única maneira de gerir o modo de ocupação nazi das terras palestinianas foi com o apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, que paga por fora toda a espécie de chantagens que envolvam os interesses da politica imperialista. Todo o governante empossado neste tipo de politicas é um traidor aos cidadãos do seu país. Ponto final. Fim da História. Que são traidores que ocupam a Casa Branca não há a menor dúvida. Não é preciso olhar para a Palestina para se saber isso. Basta olhar para o estado actual dos Estados Unidos.
ao ouvir Jordi Savall interpretar os temas sacros clássicos de “Oriente-Ocidente” na Igreja Matriz de Santiago de Cacém fica-nos de facto a impressão que “a música e a cultura são as únicas portas que ainda podem promover o diálogo entre os povos".
Eduardo Lourenço, o velho decano que repousa há muitos anos como ícone na Fundação Luso Luso-Americana, não faz cultura, cumpre uma agenda encomendada, na qualidade de erudito que vem esgravatar na cultura popular de massas ao descrever (no recorte da Visão aqui ao lado) o sonho de messianismo imaginado em Obama que haveria de salvar o sistema imperialista norte americano. “Nós é que o entronizamos no papel”? nós quem? Os radicais de direita pró-imperialista, é evidente. Apenas eles, os que enfiam a carapuça da obamania. Então e, no parecer do intelectual virgem puritana - "no Oriente"? não precisarão também de sair da era de terror indiscriminado" que lhe vem sendo imposto?
Quem o parece ter ouvido e teve a resposta na ponta da língua foi Mohammed Moussaoui, o presidente da Comunidade Islâmica em França, quando escreveu no Le Monde: “Se existe um combate contra as práticas radicais, é também necessário um combate contra a islamofobia”
sobre guerras religiosas
A propósito da frase de jesus: “pai, porque me abandonaste?”, saramago diz: “não sei porque te faço esta pergunta, se não fizeste nada mais na história do homem que abandoná-lo à sua sorte”; é uma reflexão legítima: de um ponto de vista humano, tem-se a impressão de que deus se esqueceu dos homens; quando permite o que se passa no haiti, na tetchenia, no iraque, quando permite que milhões de pessoas sofram pela ambição politica, pelo que se passa em gaza…” (in supl. Ípsilon 29Jan.)
Discurso de Aceitação do Prémio Nobel da Paz (Actualizado)
No discurso do Estado da União, (que se poderia perfeitamente intitular Guerra ao Povo) recitado ritualmente por Obama na última quarta-feira, o prato forte foi atacar o défice dos EUA que actualmente se situa em 1.400.000 mil milhões de dólares (aprox. 1.000.000 mil milhões de euros), para cuja resolução propôs o “congelamento dos gastos públicos durante os próximos três anos,, excepto no que diz respeito às Forças Armadas, Segurança Interna e “Assuntos Internacionais”. As guerras imperialistas do capital, claro. Congela-se tudo menos os orçamentos militares. Os gastos do Departamento de Defesa (com a globalização do Pentágono) supera este ano os 700.000 milhões de dólares, (era de cerca de 450.000 no primeiro mandato de Bush, 623.000 em 2008) ou seja 65% do total dos orçamentos armamentistas mundiais. (em Portugal o orçamento militar com operações no estrangeiro é assunto tabu – foi desafectado do OGE por Cavaco Silva; e a Assembleia da República não tem nada que se pronunciar sobre decisões de tão altas instâncias). “Estamos em guerra”diz Barack Obama. E então, em nome do combate contra o défice produzido essencialmente pela desaceleração económica nos pequenos e médios negócios privados e pelos astronómicos custos de salvação dos bancos e empresas de capitais públicos – tenta-se resolver o colapso recessivo ainda não superado, fazendo reverter as consequências indiscriminadamente sobre a própria população indefesa perante o ataque do seu próprio Estado.
Se estivéssemos a brincar, díriamos que os norte americanos estão tramados, porque Obama plagiou o discurso do nosso 1º ministro Sócrates, embora este não mande pevide em regular os imorais salários na nossa exorbitante plectora de Generais. Diz-se que o maior número de generais per capita na Europa. Tanto dinheiro desperdiçado para fazer de Portugal um Estado Vassalo.
Já todos sabíamos o que podíamos esperar com a união da direita: contenção salarial, reformas de miséria, precaridade, delapidação dos bens públicos em privatizações, o desemprego a aumentar (o que significa que também não haverá reactivação do consumo): 25% dos concelhos de fora da listagem do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento, o que trará menos investimento e pequenas obras nas autarquias (3 delas têm 300 euros de verba para este ano); aumento do orçamento para as grandes obras de regime em favor dos tubarões locais e multinacionais. Segundo se consta a dívida externa portuguesa é de 13.780 mil milhões de euros. Estamos bem. No aplicar da divida portuguesa por cada cabeça dá 1.380 euros. (a pagar com juros cada vez mais altos). Aplicando a proporção aos norte americanos, eles sabem que agora devem 3.330 euros per capita. Obama mudou também radicalmente de discurso. Do famigerado “Sim, nós podemos” disse agora “Não, nós não desistimos”. Ora bolas, plagiou igualmente a famosa tirada de Cavaco Silva do “Não me conformo”. Mais conta menos conta ao que dizem estes cavalheiros, resta-nos apenas esperar para ver se a guerra lhes corre de feição. Hoje em Londres as famílias dos soldados abatidos nas guerras imperialistas manifestam-se em frente da Comissão de Inquérito para exigir que Tony Blair seja acusado como criminoso de guerra .
"Don Vito, há um ministro lá da califórnia da Europa que telefonou a dizer que o orçamento já está pronto. Mas há uno picollo problema"...
Que abuso! Os tipos do governo cozinharam as verbas à revelia do maior trader tuga (a Sonae exceptuando a sector de aglomerados de madeira, não produz nada). Segundo Don Belmiro de Azevedo "Cavaco é um ditador. Que com ele se deve dizer não ao Bloco central senão vira ditadura a dois e compadrio, que a democracia em Portugal se transformou num sistema em que as pessoas votam pelas festas, frigoríficos e passeios - assim sendo Manuel Alegre devia ter juizo" porque já não tem idade para estas coisas. Bom, o facto de Sócrates "telefonar ou mandar telefonar com muita frequência" a toda a gente e não lhe ter telefonado a ele (mentira dele) pode causar sérios danos ao país. A saber, o "pater patrone" da Sonae tem mais peso que a Fitch, a Moody's e a Standard & Poor's juntas e os cortes no défice deviam ser de imediato muito maiores. (De facto outra mentirola: na verdade o Estado vai gastar mais 3% que no ano passado, para além da plástica na teta onde chupam os privados). Este novo Código de Trabalho também foi curto. Belmiro tem um secreto fetiche de infância: transformar todo o Portugal num imenso supermercado, onde toda a gente fosse paga a ordenado minimo com contrato precário e 14 horas por dia em horários flexiveis durante 7 dias por semana. Quem recuse a generosa oferta de pleno emprego teria a liberdade de optar por ir fazer camas ou cozinhar em resorts de luxo. Desta forma os executivos teriam um clima de relax suficiente para impôr contratos caninos aos fornecedores, esmifrando-os até ao tutano em beneficio do produto dos intermediários internos brutos (PIIB) .
Regra geral todas as pessoas de bem estão estupefactas. O pensamento lógico que enforma o senso comum é este: eu não devo nada, nunca gastei mais que aquilo que ganhei, nunca me endividei para adquirir aquilo que não podia, não concordei com a sobre-urbanização forçada do país em nome da especulação, não estive de acordo com os milhares de bonecos-estátua plantados em milhares de rotundas pelo país fora, menos assinei nada em nome dos estádios de futebol da Fifa com a finalidade de entreter alienados desviando-lhes a atenção dos problemas sociais, enfim, nunca des-eduquei alguém aliciando pessoas para cursos superiores sem qualquer relação com empregabilidade. Porque hão-se agora, em nome de chorudas comissões das élites do Bloco Central e respectivos simpatizantes nestes negócios, assacar-me a mim parte da divida contraída na insane megalomania? Sabemos que somos "representados" por "gente instruida" exercendo sem escrúpulos o activismo parasitário que ajudou a criar a situação de insolvência. Mas até na casa desse grupo de privilegiados o desgoverno visto cá de fora pelo maior partido português (o Partido da Abstenção) é assombroso: "As despesas da Assembleia da República no último ano foram de 109.818.630 euros (22 milhões de contos!) Dividindo pelos 230 deputados, temos uma despesa de 477.472 euros (95.724 contos!!) por cada um. Os deputados nos Açores são 52 para uma população de 241.763 habitantes. E não há nenhum deputado americano que represente a Base da Nato nas Lages. A manter-se esta proporção, Lisboa deveria ter 2.150 deputados, os Estados Unidos 63.026 e a China 276.811 deputados! (dados recolhidos no blogue democracia em portugal. blogspot.com)
Factos e números relacionados com o povo português
Portugal vem em 5º lugar na lista dos paises com maior fosso entre ricos e pobres. A classificação é feita pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O coeficiente de Gini que o PNUD atribui ao país é de 38,5 (numa escala em que zero representa a igualdade absoluta e 100 a desigualdade absoluta); o PNUD afirma que os 10% mais pobres da população portuguesa detêm apenas 2% do rendimento nacional, ao passo que os 10% mais ricos detem 29,8% do mesmo (via Yahoo Finance) Não mencionando o cada vez mais crescente número de desempregados, "a pobreza está a atingir milhares de trabalhadores com emprego devido aos baixos salários que auferem. No final de 2008, 139,5 mil trabalhadores por conta de outrem recebiam um salário liquido médio mensal inferior a 310 euros por mês, e os que recebiam salários até 600 euros correspondiam a 40,9% do total de trabalhadores por conta de outrem" (in "O Aumento das Desigualdades e da Exploração em Portugal", Eugénio Rosa)
O povo da bisca lambida que se entretém pelas mesas de jardim poderia ter agarrado nestes números e ter ido com eles em peso à porta do Coliseu, depois da récita da London Royal Philharmonic Orchestra, escarrapachá-los na cara do sr. governador do Banco central de Portugal (o tal que disse ao "Público" no dia 23 de Novembro de 2009: "vai ser necessário um aumento de impostos, não em 2010, mas em 2013). Mas preferiram ficar-se pela televisão a curtir o sebo das barrigas nas desventuras do puto que imitava o Quim Barreiros na famigerada rábula "do bacalhau quer alho". É disto que a minha malta gosta. Do caralho
(a ilustração d` "o Estado da Nação" faz capa no último número da "Politica Operária". O jornal é vendido em Lisboa na Livraria Portugal, na Ler Devagar, Abril em Maio, no Quiosque do Rossio e na Estação Sul-Sueste do Barreiro. No Porto: Livraria Utopia. Em Cacilhas e em Almada na Café com Letras e na Livraria du Bocage. Pode também ser assinado ou pedido através da Cooperativa Politica Operária, Apartado 1682, 1016-001 Lisboa) .
Os governos foram obrigados a seguir o clima de pânico a que a Organização Mundial de Saúde obrigou após a difusão da pandemia de Gripe A e a prevenir-se com milhões de doses de vacinas para proteger os seus cidadãos. E os governos gastaram muitos milhões ao adquirir essas vacinas às multinacionais do sector farmacêutico : a Europa gastou 5 mil milhões de euros e o pequeno Portugal esbanjou 45 milhões em vacinas e antivirais contra a Gripe A, de cujas quantidades adquiridas por toda a Europa só foram aplicadas cerca de 5 por cento, porque as populações quando começaram a perceber a fraude recusaram em massa "o tratamento". Houve contudo governos que se recusaram por impossibilidade financeira a"entrar no negócio da vacina"; entre eles esteve o da Ucrânia. Nos dias seguintes à recusa a doença espalhou-se pelo país numa forma altamente mortifera. Face ao pânico um microbiologista israelita a viver na Califórnia saiu a terreiro acusando a delegação ucraniana da multinacional Baxter de estar a usar intencionalmente uma mortifera arma biológica. Que relacionamento tinha o judeu Joseph Moshe com o ataque e com a Ucrânia da "revolução laranja" onde Israel sempre esteve envolvido é assunto para outra história. Certo é que Moshe ao tentar avisar as autoridades foi interceptado e acusado de terrorismo.
O tempo passou e "o caso da vacina bioterrorista" tem novos desenvolvimentos que finalmente chegam aos jornais. Agora é o insuspeito presidente da Comissão de Saúde do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, a requerer a abertura de um inquérito para apuramento da verdade e a afirmar que «a falsa pandemia da gripe, criada pela OMS e outros institutos em benefício da indústria farmacêutica, é o maior escândalo do século» (Ionline) .
A vantagem da selecção de futebol de Angola ter sido posta no olho da rua logo antes dos quartos de final do torneio africano é a de evitar que os angolanos percam muito tempo a comemorar vitórias. Assim já ficam com tempo e cocuruto fresco para pensarem noutras coisas. José Eduardo Agualusa no ensaio “O Príncipe Perfeito” que publica hoje no jornal “I” dá uma pista para um eventual assunto: “O único motivo que poderia levar José Eduardo dos Santos a sujeitar-se ao escrutínio popular e a todas as coisas mesquinhas e desagradáveis que, para alguém como ele, tal processo implica, seria conseguir o respeito da comunidade internacional”
mas para isso seria preciso que o famoso presidente vitalício Zedu (a bombar desde 1979) não tivesse disposto do apoio incondicional (e corruptor) da tal “comunidade internacional de negócios” para que a oposição tivesse sido aniquilada fisicamente e os sobreviventes comprados a peso do vil petro-ouro e instalados confortavelmente no arremedo de Parlamento. O regime está estável. Voltando a citar Agualusa: “José Eduardo dos Santos decidiu fazer-se eleger pelo directamente pelo parlamento, troçando da democracia, por uma razão simples: porque pode” (...) um diplomata português deu-me um conselho: você só tem problemas porque fala demais. Escreva os seus romances mas não ataque o regime (...) mais extraordinário é perceber como um regime totalitário consegue exportar o medo. Não já o medo de ir para a cadeia (...). Trata-se agora do medo de perder um bom negócio” – ou seja, (para cá de Isabel dos Santos) entre ricos e pobres alguém se há-de escapar, imagine quem!? por esta breve apresentação vista pelos olhos de um emigrante brasileiro acabado de chegar a Luanda:
A festa da oligarquia angolana este ano teve momentos menos animados. Com o país lançado numa grave crise de insolvência, cuja economia decresceu 2,9 por cento em 2009, o presidente dos Santos teve de pedir uma moratória da divida actual em Julho, e o governo viu-se obrigado a contrair um novo empréstimo ao FMI de 1.4 mil milhões de dólares em Novembro, o maior empréstimo alguma vez concedido pelo FMI a um país da África subsariana. O negócio da banca internacional no endividamento de países dependentes continua a florescer com a “crise” .
"Um marxista italiano, Antonio Gramsci, foi o primeiro a compreender que o Estado não está confinado a uma estrutura política. De facto, estabeleceu que o aparelho político funciona paralelamente a uma chamada estrutura civil. Por outras palavras, cada estrutura política é reforçada por um consenso civil, o apoio psicológico das massas. Esse apoio psicológico expressa-se através de um consenso ao nível da cultura, da visão do mundo e do ethos. De forma a existir de todo, o poder político encontra-se, portanto, dependente de um poder cultural difundido no interior das massas. Com base nesta análise, Gramsci compreendeu porque razão os Marxistas não conseguiam tomar o poder em democracias burguesas: não tinham o poder cultural. Para ser preciso, é impossível derrubar uma estrutura política sem antes ter tomado o controlo do poder cultural. O parecer favorável do povo tem que ser conquistado primeiro: as suas ideias, ethos, formas de pensar, sistema de valores, arte, educação, têm que ser trabalhadas e modificadas. Apenas quando as pessoas sentem a necessidade de uma mudança como algo auto-evidente é que o poder político existente, agora separado do consenso geral, começa a desmoronar-se e a ser derrubado - a MetaPolítica pode ser vista como a guerra revolucionária travada ao nível das visões do mundo, dos modos de pensar e da cultura." (Pierre Krebs in "Die Europäische Wiedergeburt", 1982) .
Depois de quebrado o tratado defensivo de Brest-Litowsk firmado entre os dois paises que tinham saido vencidos pelas potências ocidentais no final da 1ª Grande Guerra, muitos anos depois ... no dia 1 de Fevereiro de 1943 um coronel soviético irritado capturou um grupo de prisioneiros alemães, magros e macilentos, nos escombros de Estalinegrado, e gritou-lhes, apontando para os edifícios em ruína à sua volta: “estão a ver isto? é assim que Berlim vai ficar!” – “Padeniye Berlina” ("A Queda de Berlim", de que aqui ficam pequenos extractos) um filme realizado por Mikhail Chiaureli em 1949, com música de Dmitri Shostakovich, (o famoso compositor que tinha iniciado a feitura da 7ª Sinfonia durante os 999 dias do cerco nazi a Leninegrado), é um épico que conta a história da URSS perante a ameaça de destruição nos conturbados anos da 2ª Grande Guerra, vista pelos olhos de Aleksei “Aliosha” Ivanov um herói da batalha industrial pela modernização e da jovem judia Natasha uma educadora de infância, que presa e deportada pelos nazis para os campos de trabalho na Alemanha, mais tarde se converteria numa fervorosa militante comunista
Aliosha o melhor operário do ano, como prémio simbólico na batalha da produção, é recebido pelo presidente José Estaline que face à dureza do trabalho nas fábricas e da sua propensão para os temas culturais por via de se ter enamorado pela jovem professora, lhe diz: “não tenhas medo da poesia” – pouco depois teria inicio a devastadora invasão pela Alemanha nazi do território da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, no mais feroz ataque até então conhecido para impôr uma nova ordem mundial
“A convicção por parte de Hitler que o Exército Soviético estava em vias de sucumbir por completo, representou um dos mais catastróficos erros de cálculo da História militar. Os violadores da pátria soviética estavam quase a descobrir o verdadeiro significado do provérbio que diz: “colherás aquilo que semeaste” (Antony Beevor) Na frente do Oder continuaremos a lutar até que os americanos nos venham apoiar!! incentivava Estaline. A guerra: “Aliosha, então hoje não temos de ir para o trabalho?”. Os soldados improvisavam canções:
Em breve regressaremos a casa As raparigas virão ter connosco E as estrelas dos Urais brilharão para nós Um dia, recordaremos estes tempos. Kamenets-Podolsk e os Cárpatos azuis O ribombar dos tanques em combate Lvov e a estepe para lá do Vístula. Não vamos esquecer este ano. Iremos falar dele aos nossos filhos. Um dia, recordaremos estes tempos.
Na ponta final do desmantelamento da Alemanha Nazi, os dirigentes ocidentais Churchill e Eisenhower entraram em conflito, negando-se a atacar Berlim – as directivas determinam que os exércitos aliados devem conservar-se perto do Elba. Desde Dunquerque que as potências aliadas sempre mantiveram a secreta esperança que Hitler conseguisse militarmente erradicar a forma social de organização comunista da face da terra. Segundo documentos redigidos pelo Major Juhlin-Daunfel afirma-se: “os ingleses são parcialmente responsáveis pelo destino da Europa. É dever deles evitar que a cultura alemã seja destruida por um dilúvio vermelho". Esta intenção envolveria negociações secretas?
Mas a direcção politica da URSS sob o comando de Estaline tinha feito um esforço prodigioso de deslocalização das indústrias fundamentais recuando-as para campus no interior da Sibéria, (os famosos gulags) ao mesmo tempo que se reorganizava o exército pela mobilização geral dos povos asiáticos das estepes. Depois de uma defesa heróica, o contra-ataque seria implacável. No Natal de 1942 o 6º Exército alemão do general Paulus foi cercado junto ao Volga pelo Exército Vermelho, composto na sua totalidade por 6 milhões e 700 mil homens quando empreendeu a ofensiva no Vistula. Os alemães sabiam o que tinham feito nos territórios ocupados desde Junho de 1941 e que o Exército Vermelho tencionava executar a vingança.
Na frente Ocidental não havia pressa. A luta pela Renânia começou durante a Conferência de Yalta. O embaixador Averell Harriman face ao incidente com um avião espião afirma que os EUA apoiam os polacos “brancos” contra os russos. O lieutenant King e Donald Bridge foram considerados terroristas ao serviço do governo emigrado para Londres. (Beevor, pag.148) Na frente Leste em fins de Fevereiro Danzig tinha 1,2 milhões de pessoas, e destes 530 mil refugiados. O total de refugiados vindos de Leste chegou a atingir os 11 milhões. Por essa altura Hitler declarou a Dinamarca território alvo de refúgio sagrado. (É preciso entender as raizes reaccionárias da pequena monarquia europeia). A 15 de Fevereiro de 1944 a 1ª Frente Ucraniana sózinha libertou 49.500 cidadãos soviéticos e 8.868 estrangeiros nos campos de trabalho forçados nas regiões industriais da Silésia.
Na Polónia afirmava-se que “depois da guerra continuaremos a combater os russos; temos 3 milhões de homens do exército de Anders para juntar aos ingleses, sob as ordens do nosso governo exilado em Londres. Tudo voltará a ser como antes de 1939”. E é nesta perspectiva de confronto militar que deve ser visto o que aconteceu em Katyn, um crime cometido por forças fascistas depois assacado pela propaganda aos soviéticos . A 17 de Janeiro de 1945 os russos reconquistam Varsóvia. O "Judenrat", o edificio da administração judaica estava intacto (porque eram as élites judaicas que controlavam o destino das vítimas entre o seu próprio povo). Dos 1.310 mil habitantes da cidade restavam apenas 162 mil. São exumados 65 mil vítimas dos massacres de Nikolaiev e Odessa. (A. Beevor). A 24 de Abril o Exército Vermelho toma Treptow, um bairro periférico de Berlim. 2 milhões e meio de homens cercavam a cidade, aliados à competência tecnologica dos tanques T34. Pela radio Nazi de Praga afirmava-se que a decisão do Fhürer em permanecer na capital do Reich dava à batalha um significado europeu. No bunker de Anhalter Bahnof alojavam-se 12.000 pessoas em 3.600 metros quadrados em condições insuportáveis. Os trabalhadores estrangeiros em Berlim, cerca de 300 mil estavam todos identificados com uma letra marcada na roupa e eram proibidos de entrar nos abrigos. Prevalecia a ideologia que o soldado é filho do Povo e Hitler condecorava milicias de crianças e adolescentes. Os habitantes de Berlim referiam-se à sua cidade como a “reichssenterhaufen” – a pira funerária do III Reich
Epilogo. O discurso politico como trabalho social na galvanização das massas.
“Padeniye Berlina” não é uma obra de propaganda, nem sequer uma visão apenas por uma perspectiva. O próprio Churchill, um conservador, reconheceu que Estaline chefiava um país com elevadas potencialidades e organização social, inclusivé com desenvolvimentos no campo da energia nuclear (o tipo de tecnologia mais avançada para a época). Sobre a direcção politica da guerra, as chefias sempre ouviram e levaram em conta a opinião de toda a hierarquia e nomeadamente sobre a actuação democrática de Estaline o filme mostra isso mesmo. O próprio Marechal Zhukov quando escreveu as suas “Memórias” afirmou que Estaline sempre optou pelas melhores decisões baseadas em conclusões obtidas pelos mais variados pontos de vista. A união e a decisão democrática centralizada construiram a força que destrui a besta fascista
“Padeniye Berlina”, sem dúvida o melhor filme feito sobre a 2ª Grande Guerra, foi retirado da circulação depois do “discurso secreto” de Nikita Khrushchev aos delegados do XX Congresso do PCUS em Fevereiro de 1956, no qual denunciava o cinema soviético produzido até então como tendo “a finalidade de proceder ao culto de Estaline”; como se daí para a frente, desde o principio do declinio até à extinção da URSS não tivesse havido mais "lideres" no partido que persistiu desde então em auto-denominar-se de comunista.
O melhor remédio para a cura da ingenuidade dos que pensam que lá por clicarem uma vez num boletim de voto (num sistema inquinado pela cúpula) a sua intervenção irá alterar os desígnios prévios dos promotores da votação.
O projecto mais votado no Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa foi o da transformação do Cinema Europa num centro cultural de serviço público. Exercendo o direito formal de cidadania participativa (em 10% do total envolvido), mal informada e desconhecendo as bases rudimentares para uma tomada de decisão, um ajuntamento precário de idiotas bem intencionados (bem à maneira das multidões transitórias em Negri) votou na transformação de um edifício que não é propriedade municipal; e como a autarquia não tem nem terá orçamento para adquirir o prédio – hoje o executivo da CML veio anunciar que o Cinema Europa será demolido para no seu lugar nascer uma torre de condomínios de luxo com piscinas no roof-top – mas obrigando o promotor imobiliário a reservar um pequeno espaço no rés-do-chão numa loja arrendada à Câmara destinada a um “centro cultural” - respeitando-se assim a vontade do povo .
José de Pina, no Ionline “Sendo 2010 ano de comemorações dos 200 anos de Chopin, não me parece boa ideia Santana querer voltar à ribalta; devia estar quietinho”… com a medalhinha de mérito ao peito, acrescente-se.
Claro que preferimos portugueses de sucesso; desde que não lhes troquem o nome: foi Elisabete Matos que mudou voluntariamente o nome para Elisabete Santos, ou foi o articulista do Público que seguindo a velha escola “santanalopes” se enganou por duas vezes ao noticiar no dia 6 de Janeiro que a soprano iria protagonizar o “Navio Fantasma” na Ópera de Madrid?. Para não haver dúvidas que se trata da mesma pessoa, o funcionário do jornal “informa que Elisabete Santos actuou no São Carlos em 2007”, quando de facto quem cá esteve foi Elisabete Matos, mas na temporada de 2008. Por outro lado, não se percebe porque se faz o aportuguesamento do nome da ópera de Wagner para "o navio fantasma" quando de facto o titulo original é "O Holandês Voador". Obviamente, tem a ver com o mito bacoco do Adamastor que morou no Cabo da Boa Esperança e que nem pela alma do diabo quereria ser destronado pela alma de um capitão holandês errante. Pelo que se vai vendo o flopismo cultural continua a fazer carreira em certos becos sem saída...
O episódio actual de enfrentamento entre a presidente argentina Cristina Kirchner e o presidente do Banco Central daquele país recoloca a questão da independência dos Bancos Centrais. Em prol de que actores económicos andam os bancos centrais nacionais a trabalhar e a favor de que classes sociais revertem os lucros? eis os números de 2009 apurados mensalmente no centro capitalista mundial, com o motor a funcionar em pleno, duas guerras em franca actividade depois (3 se contarmos com o Paquistão), e a caminho da 4ª com o previsivel ataque ao Irão, da 5ª com a possivel intervenção no Yemen, e ainda, a 6ª a decorrer actualmente no Haiti: ainda assim, com este formidável incremento à economia, a taxa de desemprego começa no inicio do mandato nos 7,7 por cento para entrar em 2010 ultrapassando os 10 por cento
No assombroso discurso do soldado Mike Prysner, dissidente norte americano do Iraque subentende-se tudo: se todo o mundo conhecesse a verdade do que está realmente a acontecer nesta última década, não só haveria de deter essas guerras… como se haveria de fazer algo mais que isso. Foram os nossos governantes, eles mesmo quem fizeram o 11 de Setembro, o 11 de Março e o 7 de Julho… Citando: “os nossos verdadeiros inimigos não são aqueles que vivem em terras longínquas, cujos nomes e politicas não entendemos… o verdadeiro inimigo é um sistema que faz a guerra quando ela é rentável, os gestores que nos tiram dos nossos postos de trabalho quando isso é rentável, as companhias de seguros que nos negam os os cuidados de saúde por não serem rentáveis, os bancos que nos despejam das nossas casas quando não somos rentáveis. Os nossos inimigos não estão a milhares de quilómetros de distância. Eles estão aqui, mesmo em frente de nós!” (ver video com a conferência de imprensa de Mike Prysner aqui)
"No final de 1803, para espanto universal dos observadores da época, os exércitos liderados por Toussaint L’Ouverture e Dessalinesromperam a corrente da escravidão colonial “naquele que fora, em 1789, seu elo mais forte” . Rebatizado de Haiti, o novo país comemorou sua independência em janeiro de 1804 (...)na história moderna houve poucos acontecimentos cujas consequências fossem mais ameaçadoras para a ordem dominante: a mera existência do Haiti independente era uma advertência às nações da Europa que comerciavam escravos, um exemplo perigoso para os Estados Unidos escravistas e uma inspiração para sucessivos movimentos de libertação africanos e latino-americanos" (Opção Zero no Haiti, Peter Hallward,via 5Dias)
Face à falência do sistema capitalista global (anunciada em 2001 pelo 11 de Setembro) o novo sistema de ordem mundial (N.W.O. imaginado por instituições que não são visíveis para o grande público, e cujas directivas se iniciaram com H.Bush levando à prática a globalização da CIA) é um sistema orwelliano em que o imperialismo de raiz americana está a criar propositadamente uma crise permanente cuja gestão é deliberadamente desenhada para falhar – a nova Ordem surgirá do caos.
Os personagens nesta fotografia poderiam bem ser dos
confrontos pela sobrevivência no Haiti. Não são, estes
são emigrantes que se procuram defender dos ataques
das milícias civis populares incentivadas pelo governo
de Berlusconi, quando criaram os recentes tumultos na
Calábria, no sul de Itália, em plena Europa
Em reuniões como a do G8-Alargado-a-G20 (Pittsburgh Setembro 2009) tudo se passa nos bastidores, por detrás das cortinas mediáticas. Ali se ouviu Obama usar novamente a expressão “New World Order”, o que significa que tem vindo a trabalhar nela de há muito. Com o esbatimento das fronteiras nacionais, na medida em que a recessão se agrava, as populações são abandonadas à sua sorte, porque o sistema que os governos continuam a propor (despejar mais e mais dinheiro nos bancos) não pode funcionar (mesmo regulamentado também não funcionou no capitalismo de Estado na União Soviética). Assim, face ao colapso económico, ou à desordem face à inoperância do Estado, serão as próprias populações que virão implorar ajuda àqueles que as exploraram, exploram e cada vez mais as escravizarão. O modelo é reconhecível e cumpre a equação “problema-reacção-solução” (PRS). Abre e fecha ciclos, provocados ou não, como este:
Problema: Colapso Económico Reacção: o povo grita por ajuda Solução: distribuir esmolas e implantar um Estado policial Fascista
ou noutras situações de guerra ou catástrofe cada vez mais frequentes:
Problema: ultraviolência e anarquia Reacção: o povo grita por ajuda Solução: implantação de um novo regime e novas politicas de bem estar mínimo para o futuro. O que significa aceitar incondicionalmente a criação de novas instituições que aprofundem as que foram criadas após a 2ª Grande Guerra: as Nações Unidas com poder executivo global, o Pentágono sem condicionamentos de fronteiras, o FMI como Banco Central mundial, a aplicação do “Mental Health Act” e o internamento compulsivo dos dissidentes que se recusarem a reconhecer a gravidade das situações de tragédia social
“Todos nós temos a consciência de que em Portugal tudo pode acontecer… mas será possível? Será possível que Vítor Constâncio seja elevado à categoria de vice- presidente do BCE sem que aparentemente se levante nenhuma voz contra? Será o reconhecimento do seu mérito? Mérito que decorre de ser o presidente da instituição que, como responsável pela supervisão do sistema bancário em Portugal deixou que acontecesse o que sabemos no BPP e no BPN? Retiro do site do BdP: “O Banco de Portugal exerce a função de supervisão – prudencial e comportamental – das instituições de crédito e das sociedades financeiras, tendo em vista assegurar a estabilidade, eficiência e solidez do sistema financeiro, o cumprimento de regras de conduta e de prestação de informação aos clientes bancários, bem como garantir a segurança dos depósitos e dos depositantes e a protecção dos interesses dos clientes” O que sentirão os clientes destas instituições, nomeadamente os que não têm acesso aos seus depósitos, entretanto congelados, sobre tudo isso? Como é possível tamanho desplante? Será que um de nós, no âmbito das funções que ocupa, alguma vez seria tratado deste modo? Imaginem-se como supervisores de algo. Imaginem que a vossa supervisão falha. Estamos todos a ver o que acontece a seguir: promoção. Desgraçado país este: é por isso que cada vez mais jovens fogem deste canto. Jovens de elevado potencial mas que consideram insuportável a ideia de viver num país em que a Justiça não funciona, em que o ensino promove o facilitismo, um país que deve mais do que produz e que se endivida a um ritmo insuportável. Não quero acreditar que se cumpra tal profecia. A nomeação de Vítor Constâncio como vice- presidente do BCE será uma aberração na qual são coniventes o Governo, o Presidente da República e todo o espectro partidário, incapazes de denunciar tal escândalo. São situações destas que minam de vez a confiança dos portugueses nos políticos” (JÁ, Santiago do Cacém)
George Samuel Antoine, o cônsul do Haiti em São Paulo, sem saber que os microfones estavam ligados, comentou antes de uma entrevista que o terramoto "está a ser uma coisa boa" para o seu país porque graças a ele agora "somos mais conhecidos", concluindo "todos os lugares onde há africanos estão fodidos (...) Creio que com tanto fazer macumba o africano atrai a maldição". Ao saber que estas palavras ditas confidencialmente a um investigador tinham sido gravadas, o Consul ficou muito nervoso, desculpando-se com o facto de ter sido mal entendido derivado ao seu português ser incipiente (George Samuel Antoine vive no Brasil há 35 anos). Durante a entrevista movía entre os dedos uma espécie de rosário: "é para acalmar os nervos e para receber energía positiva" justificou-se. (ver: Carta aberta ao Cônsul-Geral do Haiti)
* Em vez de ajuda humanitária, os Estados Unidos enviaram a 82ª Brigada Aerotransportada para manter a ordem. Os cidadãos americanos, a maioria de missões evangélicas, foram de imediato resgatados e levados a salvo para o seu país. Entretanto os soldados, sem qualquer preparação para lidar com populações desesperadas em estado de choque, tratam de forma violenta as vítimas da catástrofe (fonte)
* Fidel Castro,"As lições do Haiti": "As tragédias comovem um grande número de pessoas de boa-fé, em especial quando se trata de catástrofes de carácter natural. Porém muito poucos se detêm a pensar porque é o Haiti um país pobre. ¿ porquê a sua população depende quase 50 por cento das remessas familiares que recebem do estrangeiro? (...) o Haiti é um produto nato do colonialismo e do imperialismo (...) este esquecimento histórico faz também esquecer que existem milhares de milhões de pessoas em todo o mundo com carências similares, que não deveriam existir (...) esta é uma pálida sombra de outras catástrofes que esperam todas as populações pobres do planeta (Cuba Debate)
o Haití é um "Estado" inexistente, um Estado fantasma tutelado pela missão de "estabilização" das Nações Unidas e pelos Capacetes Azuis da Minustah - uma missão para manter os pobres oprimidos * domingo dia 24 situação actualizada
"não enviem cobertores, medicamentos ou géneros alimenticios, mandem apenas dinheiro, que nós cá estaremos para zelar que ele seja bem empregue". Realmente o "imperialismo humanitário", na medida em que o número de pobres aumenta, tem um caminho a percorrer na união do espectro completo: neoconservadores, liberais e republicanos
O baile inaugural dos Obama: Cenografía ao modo de Hollywood para a nova etapa do Imperialismo
"¡que ninguém fique com ilusões, trata-se do Império norte-americano!" - Obama é apenas mais uma peça computarizada doprojecto de redefinição do poder Sionista à escala global, que tem como conselheiros tácticos Hillary Clinton e Rahm Emanuel, operadores de primeira linha do "Grande Israel" no controlo da Casa Branca(Manuel Freytas)
Passado um ano a esperança devanesceu-se rapidamente e nada há para comemorar. Segundo se vai deprendendo da contra-informação do Wall Street Journal" os tipos do dinheiro sério estão de novo a gerir o sistema - e com pujança renovada o pior ataque de sempre infligido ao povo americano (e por extensão ao resto de todo o mundo) desde o plano de recuperação de Roosevelt (que desembocou na grande guerra pela reformulação do capitalismo). Desta vez o projecto custará $1.055 triliões de dólares a pagar em 10 anos - insistindo na loucura expansionista, numa altura em que o défice americano e os da generalidade dos paises seus aliados atingem niveis astronómicos. De que forma vamos todos pagar a factura?
Congeminando obscuramente o novo orçamento à revelia do voto expresso da população que votou maioritariamente em partidos tidos como de esquerda: "Eles pensam, (e vão executar a ideia), que um acordo partidário de governo de Bloco Central que perpetue o regime é a única saída (...) As agências de rating não estão para brincadeiras (...) Governo assume crescimento nulo ou abaixo de 1 por cento (...) Taxa de desemprego crescerá"(I.online)
Segundo a análise de dados estatais realizada pelo New York Times, cerca de 6 milhões de norte americanos (uma em cada 50 pessoas nos Estados Unidos) vivem unicamente com entre 100 e 200 dólares mensais que recebem na forma de senhas de comida válidas em refeitórios públicos. Segundo o periódico, a quantidade de pessoas sem emprego e que não auferem quaisquer rendimentos económicos (nem contribuições sociais, nem seguro de desemprego, pensões de reforma, ajuda dos filhos, ou pagamento por doença) disparou 50 por cento nos últimos anos, à medida que a recessão aumentava. (fonte)
Por entre a miscelânea desta situação cada vez mais agravada da população trabalhadora, foi reportado a semana passada que três bancos de topo - Goldman Sachs, JPMorgan Chase e o Morgan Stanley - os quais, em nome da estabilidade do sistema, receberam dezenas de biliões de ajudas em fundos públicos ao abrigo do Programa TARP(Troubled Asset Relief Program) - vão dispender a partir do fim do ano que passou 49,5 biliões de dólares em bonus de caixa e prémios em fundos de stock em remunerações a executivos pelos bons serviços prestados. Ao todo, os bancos norte americanos vão distribuir referente ao exercicio de 2009 uma verba estimada em 200 biliões no total em gratificações deste tipo.
O jornal Bild publicou recentemente fotografias de soldados alemães a jogar à bola com um crâneo no Iraque, mas aparentemente quase ninguém se indigna, ou os que se indignam estão bloqueados para o manifestarem. Apesar da Alemanha não ter sido atacada, contrariando as administrações anteriores europeias que se opuseram à guerra, subrepticiamente a senhora Merkel desde que foi eleita já dispensou do orçamento alemão cerca de mil milhões de euros para dar cobertura às invasões militares enviando tropas para o Iraque e Afeganistão. A verba dispendida em 2009 só na "missão de paz" no Afeganistão foi de 500 milhões. Ontem, um país rico como a Alemanha anunciou uma ajuda miserável de 1,5 milhão de euros às vítimas do terramoto no Haiti(fonte)
adenda * Horas antes do Haití ter sido arrasado pelo terremoto, a vida prosseguia normal. As forças para-militaristas fascistas não paravam. Ao sair da Universidade foi assassinado com duas balas o escritor e professor de sociologia Anil Louis-Juste, autor de numerosos ensaios denunciando a ocupação do Haiti por parte das forças da ONU e em defesa da auto-determinação do povo haitiano. Anil Louis-Juste foi o autor do artigo "Haiti e a sua Luta pela Vida" que integra o livro "Haiti: a Ocupação Militar e a terceirização do Imperialismo" (fonte) * Indymedia: População desesperada com a demora nos socorros bloqueia estradas com corpos das vítimas
a pomposa inauguração de ontem por José Sócrates da primeira pedra no Hospital Público-Privado de Loures que será construído pela Mota-Engil tendo como cliente o Grupo bancário Espírito Santo Saúde, é de facto um remake da cerimónia. A comitiva ministerial já tinha empreendido este caminho inaugurativo no Outono do ano passado, mas os planificadores da obra tinham-se enganado na demarcação do terreno previsto pela câmara de Loures e José Sócrates quasi quasi ia colocando a primeira pedra num terreno privado de um vizinho. A viagem em falso foi então apagada rapidamente das televisões, com um pedido de desculpas pelo incómodo.
A Revolução Espanhola ocupa um lugar-charneira na obra de George Orwell. A génese dos seus livros remonta à Catalunha, onde o escritor pela primeira vez apreendeu em profundidade, no decurso da contra-revolução, a prática sinistra da falsificação histórica cientemente organizada (do prefácio do livro da Antigona)
“De uma maneira geral, a propaganda anti-comunista é exercida com vista a aterrorizar as pessoas com os (muito mais reais) pavores do Fascismo. Esta propaganda tenta alegar também – não explicitamente, mas por insinuação – que o fascismo nada tem a ver com o capitalismo. Que o fascismo é apenas uma espécie de perversidade absurda, uma aberração, um “sadismo de massas”, o género de coisas que aconteceriam se de repente se abrissem as portas dos manicómios a uma turbomultidão de loucos homicidas. Se apresentarmos o fascismo assim, poderemos mobilizar a opinião pública contra ele, pelo menos durante um certo tempo, sem com tal atitude suscitarmos qualquer movimento revolucionário. Ao fascismo pode assim opôr-se a democracia burguesa, ou seja, o capitalismo. Mas entretanto será necessário calar o impertinente que chama a atenção para o facto de fascismo e democracia burguesa serem uma única coisa. Primeiro irão chamar-lhe inventor de utopias e quimeras. Dir-lhe-ão que confunde os objectivos, que divide as forças anti-fascistas, que não é altura para se andar às voltas com palavreado revolucionário, que agora o que importa é lutarmos contra o fascismo, sem procurarmos saber com tanta exactidão em prol do que lutamos. Mas depois, caso ele não aceite calar-se, mudarão de tom, chamando-lhe traidor”
Spínola e Soares no 1º governo provisório - A reacção começou no dia imediatamente a seguir ao 25 de Abril, senão antes - sob o espectro da ameça do comunismoa contra-revolução estava em marcha. Soares foi o garante do anti-comunismo ao serviço da modernização capitalista que serviu os interesses das potências ocidentais. Quando Spínola caiu fundou um movimento terrorista a partir de Espanha, que actuou principalmente na região norte a partir da Galiza. Isto anda tudo ligado, como naqueles filmes fantásticos onde os heróis hollywoodescos percorrem o espaço-tempo num ápice
Galiza, não por acaso, mas por via de tradições funestas - terra natal do Caudilho Francisco Franco Bahamonde (Ferrol, 1892) regente do Reino de Espanha desde a revolta anti-republicana até à pseudo causa mortis do regime fascista em 1975 - investido em líder do golpe reaccionário por José Sanjurjo y Sacanellum general conspirador que ostensivamente se auto-designou 1º Marquês do Riff e morreu no Estoril em visita à família real em 1936 - e do governador de extrema direita Fraga Iribarne que foi parte primordial na redacção da nova Constituição de transição para o “fascismo democrático”