
Os bancos norte-americanos expostos às insolvências apressam-se a dar ordens de venda dos activos fictícios contraídos como empréstimos a esses países. Na crise subsequente perdem-se 40 por cento dos empregos. O peso mexicano desvaloriza-se drasticamente e 70 por cento das consequências recaem sobre os pobres. A dupla de economistas Robert Rubin/ Larry Summers com Alan Greenspan na FED apressa-se a emitir mais dinheiro e a emprestá-lo com juros mais altos como “ajuda” controlada pelo FMI que o faz a troco da desregulamentação dos mercados e de programas de austeridade. Welcome to Wall Street. Como resultado das altas taxas de juro a economia dos países asiáticos, excepto a India e a China, cai cerca de 30 por cento. Em 5 anos a Reserva Federal baixou os juros de 8,5 por cento para 4,5 por cento. Um esquema corporativo em pirâmide desenvolvido pelos multimilionários Bronfman Brothers colapsa com um buraco de 80 biliões de dólares. Em 1998 a Rússia entra em incumprimento.
Noutro livro, o economista Ravi Batra, tinha previsto um cataclismo na economia norte-americana nos anos 1990. Abarrotado de tabelas, gráficos e equações, o livro de Batra tinha tudo para ser um best-seller mundial e o seu autor um sério candidato ao Nobel, não fosse por um pequeno detalhe: os anos 1990 foram espectaculares para os EUA. Houve crise no Japão, no México, nos “Tigres Asiáticos”, o Brasil sofreu uma grave estagnação, a Rússia colapsou, mas ao contrário do previsto no trabalho de Batra, os EUA continuaram de vento em popa. O mais assustador foi que com o despoletar da crise de 2008 uma previsão ao contrário foi feita em novo lançamento de Batra na obra intitulada “The New Golden Age” (Uma Nova Idade de Ouro). Mas foi Nouriel Roubini quem despontou como o grande génio da crise do sub-prime. Foi ele o bruxo que alertou o mundo para o precipício que estava em frente. Como se previsse que haveriam inundações em grandes cidades devido às fortes chuvadas que ocorrem mais ou menos em todos os invernos. Obviamente, no actual paradigma não existe tal coisa de profética “previsão económica” - certo certo, o que existe é uma estrutura imperialista financeira global que a não ser derrubada define previamente e chutará sempre para a frente a necessidade de planificação e as capitalisticas previsões económicas a publicar depois do acontecimento ter acontecido. Resumindo, nos primórdios da globalização, contas feitas fora do papel-moeda, o preço do Ouro era de 180 dólares/onça; em 1980 com o neoliberalismo o valor subiu para os 850 dólares; em 1992 à entrada da crise já só valia 351 dólares por onça. Nesta década, tendo como cenário a Europa, os profetas continuam a editar opiniões... como a de Jens Jakob Nordvig sobre "a História, a Crise e a queda do Euro, a reinvenção da Eurozona e do futuro do investimento global" como se o povo não soubesse já do que é que a casa gasta.
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