Prestes a chegarmos aos 40 anos de memórias do Maio 68 relembre-se "a revolta sem objectivos" (que teve, segundo Anselm Jappe a resposta pel"o início da passagem para uma nova forma mais subtil de dominação capitalista" pela recordação aquilo que "o evento" de mais significativo nos legou: a obra de Guy Debord sobre a sociedade e o espectáculo (pseudo)político, ou se se preferir, despolitizado, encenado pelo Poder.
Os factos, e a degradação da sua imagem intragavel actual, confirmam em absoluto a sua previsão teórica. Mona Cholet (Rêves de Droit) escreve no Le Monde Diplomatique em Abril de 2008: "Tendo compreendido que a exibição do seu estilo de vida luxuoso tinha um efeito catastrófico na opinião pública e aprendendo com os maus resultados dos seus candidatos nas eleições locais de 9 e 16 de Março, Nicolas Sarkozy terá decidido manter-se discreto. Mas ser-lhe-á difícil resolver uma contradição fundamental: a sua função impõe-lhe que se preocupe prioritariamente com o interesse geral, mas ele permanece fascinado com o êxito individual que o mundo do espectáculo celebra" (link em português não disponivel).
O que fazia mover Debord era a palavra de ordem "Destrói a máquina de controlo", mas segundo William S.Burroughs "O Teatro Fechou!" (Quick Fix). Na "sociedade disciplinar controlada", segundo Foucault, a disciplina é interiorizada. E esta é exercida fundamentalmente por três meios globais absolutos: o medo, o julgamento e a destruição.
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